A despedida do meia-atacante e homem-gol Zé Roberto
Ídolo no Atlético Paranaense e no Coritiba, onde é o sétimo maior artilheiro da história do clube, Zé Roberto também atuou no São Paulo, Corinthians e até na Seleção Brasileira, nos Jogos Olímpicos
Paulistano nascido em 31 de maio de 1945, José Roberto Marques morava em Ribeirão Preto com seus avós, quando seu pai, Jeronimo, ex-atleta do Botafogo local, descobriu que ele costumava faltar à escola para ir jogar bola nos infantis do Tricolor. Por conta disso, o menino, com apenas 13 anos, foi mandado de volta à capital paulista, para que ficasse sob os cuidados da mãe.
A mudança até que deu certo por algum tempo, e Zé Roberto passou a se dedicar aos estudos e posteriormente começou a trabalhar na Bolsa de Valores. O amor ao futebol, no entanto, acabou falando mais alto e não demorou muito para que o menino voltasse aos campos. Jogando por equipes amadoras do bairro de Santa Teresinha, se destacou tanto que logo foi chamado para fazer testes no São Paulo. Atuando no meio-campo mas com grande poder de finalização, foi aprovado no Tricolor e convocado para atuar na Seleção Brasileira que participou dos Jogos Olímpicos de 1964 em Tóquio.
Vivendo de forma boêmia, ganhou a fama de ‘jogador problema’ e foi emprestado ao Atlético Paranaense. Se transformou em ídolo do Furacão, mas logo estava de volta ao Morumbi, onde não se firmou. Novamente foi emprestado para o futebol paranaense, desta vez para atuar no Coritiba. onde viveu seu maior momento.
Tricampeão estadual com o Coxa, entre os anos de 1971 e 1973, conquistou a Bola de Prata da PLACAR por suas grandes atuações no Campeonato Brasileiro de 1972. Ainda que sua vida fora dos gramados fosse atabalhoada, seus gols atraíram o interesse de dirigentes corintianos que o contrataram para o Campeonato Paulista de 1974. Após fazer os olhos dos torcedores alvinegros brilhar ao marcar três gols em seu primeiro clássico frente ao Palmeiras, a perda do título daquele ano para o maior rival acabou por provocar sua saída do clube. De volta ao Coritiba, ainda atuaria no rival Atlético.
Aliás, Zé Roberto, que, entre os amigos era chamado de ‘gazela’, foi um dos poucos jogadores que conseguiram ser ídolos nas duas maiores equipes paranaenses. Faleceu em 7 de maio de 2016 em decorrência de uma úlcera.