Após eliminação para o Fluminense no Mundial de Clubes, meio-campista e atacante fizeram declarações polêmicas
A eliminação da Inter de Milão diante do Fluminense, nas oitavas de final do Mundial de Clubes, desencadeou uma crise interna no vestiário do time italiano. No centro da turbulência estão o capitão Lautaro Martínez e o meia Hakan Çalhanoglu, protagonistas de uma troca de farpas públicas.
Logo depois da derrota, Lautaro adotou tom de combate em entrevista à DAZN: “Agora quero dizer uma coisa: aqui na Inter você tem que querer ficar. Entendeu? A mensagem é clara: quem quiser ficar, fica, quem quiser sair, sai. Já vi muitas coisas que não gostei. Quem não quiser ficar, adeus”
PLACAR agora está nas bancas e em todas as telas. Assine a revista digital
Segundo o diretor esportivo Giuseppe Marotta, a mensagem teve como alvo o meia turco. Hakan está fora da competição por lesão e fez a temporada como um dos titulares do elenco.
A resposta de Çalhanoglu veio nesta terça-feira, 1º, em um texto publicado em suas redes sociais. Sem mencionar o argentino, ele rebateu o discurso.
“O que mais me marcou, no entanto, foram palavras que vieram depois. Palavras que dividem, não unem. Ao longo da minha carreira, nunca procurei desculpas. Mas o respeito não pode ser unilateral”, iniciou.
Cano abriu o placar para o Fluminense logo nos primeiros minutos de jogo – Paul Ellis/AFP
E concluiu: “Sempre o demonstrei, dentro e fora de campo. E acredito que no futebol, como na vida, a verdadeira força está em saber respeitar o outro. Nunca traí esta camisa. Nunca disse que não era feliz na Inter. O futuro? Veremos. Mas a história sempre lembrará quem permaneceu de pé. Não quem levantou a voz mais alto”.
O meia ainda explicou que, após ter se lesionado na final da Champions League, viajou aos Estados Unidos com o elenco mesmo sem condições de jogo, e voltou a se machucar durante os treinos. Segundo ele, o diagnóstico foi de uma ruptura muscular, o que o impediu de participar do torneio.
Outro elemento da confusão partiu de Simen Çalhanoglu, esposa de Hakan. Em seu Instagram, escreveu: “Algumas pessoas não são leais a você. Elas são leais à necessidade que têm de você. Quando as necessidades delas mudam, a lealdade também muda.”
A fala de Lautaro, capitão da Inter de Milão, indica que uma continuidade do turco não ocorra. Na mesma linha, o diretor Beppe Marotta deixou aberta a possibilidade de uma saída na janela de transferências.
“O Lautaro não disse, mas eu digo: o discurso se refere a Çalhanoğlu. Mas não devemos culpar Çalhanoğlu, vamos conversar com ele. Se houver condições para nos separarmos, faremos isso sem problemas”, disse, confirmando as rusgas e deixando o futuro em aberto.
Nesta terça-feira, o assunto se tornou ainda mais quente na imprensa italiana. Ainda na parte da manhã, o diário Gazzetta dello Sport relembrou o histórico do meio-campista em saídas anteriores de outros clubes.
Com o título “Atestados médicos, celulares desligados, provocações: quando Çalha sai é sempre um caso”, a matéria pontua confusões de Hakan em fins de ciclo.
Segundo o jornal, tudo começou ainda no Hamburgo, da Alemanha, quando chegou a renovar contrato e declarar amor ao clube. Pouco depois, porém, pediu para sair rumo ao Bayer Leverkusen, alegando depressão antes de não se apresentar à pré-temporada.
Hakan Calhanoglu e Brahim Diaz em ação pela semifinal da Champions 2022/23 – Divulgação / Inter de Milão
Um novo “adeus” turbulento ocorreria anos depois em Milão. Após quatro temporadas no Milan, Çalhanoglu deixou o clube de graça em 2021 para assinar com a rival Inter.
Após ganhar a Supercopa, provocou os torcedores de seu ex-clube com declarações e comemorações. Em 2024, após vencer o Campeonato Italiano, publicou um post de indiretas, em mais um caso que iniciou com amor e e acabou em atritos.
Além das polêmicas públicas, o meia também enfrentou punições institucionais. Em 2017, foi suspenso por quatro meses pela Fifa após descumprir um pré-contrato assinado aos 17 anos com o Trabzonspor, em caso encerrado após pagamento de multa.