Lembra daquele jogador japonês que atuou pelo Santos no fim da década de 80? Pois bem, Kazuyoshi Miura segue em atividade aos 58 anos. Kazu, como ficou conhecido no Brasil, assinou um novo contrato de empréstimo com o Fukushima United, da terceira divisão japonesa, e está pronto para iniciar sua 41ª temporada como profissional.
Esta será a primeira vez em cinco anos que Kazu disputará uma das três principais divisões do futebol japonês. “Minha paixão pelo futebol não mudou, não importa a idade. Sou muito grato por esta oportunidade. Prometo jogar com tudo o que tenho para contribuir. Vamos fazer história juntos”, afirmou ao site do clube.
Este será seu quarto empréstimo desde 2022, quando estava no Yokohama FC, da J2 League. Na última temporada, Miura não marcou nenhum gol e jogou apenas 69 minutos em sete partidas pelo Atlético Suzuka, que caiu da quarta divisão japonesa e agora disputará ligas regionais do país.
A história de Kazu Miura
Kazu, que em 26 de fevereiro completará 56 anos, tem uma carreira notável. Nascido em Shizuoka, no Japão, em 1967, ele abandonou o colégio aos 15 anos e viajou com a família para o Brasil buscando um sonho que, à época, não era comum em sua terra: ser jogador de futebol. A J-League nem havia sido criada e o garoto resolveu tentar a sorte no “país do futebol”. Após passagem pelo Juventus da Mooca, estreou pelo time principal do Santos em 1986, aos 19 anos.

Kazu Miura nas páginas da Placar de abril de 1988 Placar/Reprodução
Durante os cinco anos em que teve vínculo com o Peixe, o primeiro asiático a jogar profissionalmente por aqui foi emprestado a vários outros clubes do país, como Palmeiras, Matsubara, CRB, XV de Jaú e Coritiba. Voltou ao Santos em 1990 para encerrar sua aventura sul americana. Ao todo, foram 35 jogos e quatro gols pelo time da Vila Belmiro. De volta à terra do sol nascente, Kazu virou ídolo nacional e foi multicampeão pelo Verdy Kawasaki. Seguiu fazendo história ao ser o primeiro asiático a defender um clube europeu, o Genoa, da Itália, em 1994.
Trinta anos depois, pode acreditar, a saga não terminou: com contrato com o Yokohama FC desde 2005, o incansável atacante ainda atua profissionalmente, de empréstimo em empréstimo. “Não aguento mais 90 minutos, mas ainda sei fazer gols”, contou, em bom português, ao simpático veterano a Pier Giavelli, colaborador de PLACAR, em 2024.



