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Time eliminado vira base de caipirada da Seleção vice em 1984

A Seleção Brasileira olímpica de 2012 é cercada de badalação e expectativa em busca da sonhada medalha de ouro. Mas nem sempre o projeto da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) na Olimpíada foi tão rebuscado. Em 1984, a conquista da prata – a primeira do futebol na história da competição – em Los Angeles teve […]

A Seleção Brasileira olímpica de 2012 é cercada de badalação e expectativa em busca da sonhada medalha de ouro. Mas nem sempre o projeto da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) na Olimpíada foi tão rebuscado. Em 1984, a conquista da prata – a primeira do futebol na história da competição – em Los Angeles teve contornos curiosos e cercados de dificuldades, com uma equipe totalmente desacreditada.

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Comandante da época, Jair Picerni sofria com as limitações nas convocações. Jogadores de Flamengo e Corinthians que estavam nos planos não foram liberados em função das etapas decisivas do Campeonato Brasileiro. A opção? Utilizar uma base do Internacional que já estava eliminado do torneio nacional.

‘Não fazíamos jogos amistosos como ocorre atualmente, só testes para definir o grupo. Realizamos jogos-treinos e a equipe não encaixava. Eu falava: caraca! Aí o Internacional tinha saído do Campeonato Brasileiro, foi disputar um torneio no Japão e foi bem, ganhou um título. Na volta, pedi para o meu assistente ligar para a diretoria deles. No fim, pegamos dez ou 11 jogadores do Internacional, aí deram o Mauro Galvão, o Dunga, o Gilmar Rinaldi’, recorda o técnico vice-campeão brasileiro e da Libertadores da América pelo São Caetano.

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O resto do elenco da Seleção olímpica de 1984 contou com jogadores sem expressão no cenário nacional. ‘Levei um pessoal que conhecia na Ponte, o Gilmar Popoca, que era da base do Flamengo, o Tonho, do Grêmio. Levei até o Ronaldo, do Corinthians, que não era nem profissional. O Brasil não dava tanta importância para a Olimpíada, a preocupação era mais a Copa do Mundo’, reforça Jair Picerni. ‘Hoje o Mano pode escolher o Hulk, o Damião, o Neymar e deixar o Pato na reserva. Eu não tinha ninguém assim, a gente era uma caipirada e eu falava: vamos em frente. Foi um projeto igual ao São Caetano’, completa..

Convidado a assumir o time olímpico depois de um bom trabalho no Santo André, Jair Picerni repassa que sofreu com desconfianças e ironias no embarque para o território norte-americano. Mas o seu estilo era dar ‘voadoras’ em todas as dificuldades. No fim das contas, a medalha de prata conquistada caiu como uma surpresa junto ao alto escalão da CBF.

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‘Alguns engraçadinhos falaram: se prepara para volta, viu? Eu pensei comigo: então vamos ver. No fim, o presidente da CBF me abraçou, beijou, agradeceu, a medalha de prata foi comemorada como ouro’, explica.

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Na campanha de 1984, o Brasil superou Arábia Saudita, Alemanha Ocidental e Marrocos na etapa de grupos. Nas fase seguintes, passou pelo Canadá nos pênaltis e bateu a favorita Itália. Mas, na final, amargou a derrota por 2 a 0 para a França, no estádio Rose Bowl.

‘Nós sentimos muito porque a França era mais rodada, tinha mais jogos internacionais, mais experiência, foi o detalhe. Se nos dessem mais jogos, se o Brasil tivesse jogado como França, Itália fizeram na preparação, teríamos conseguido o ouro’, avisa Jair Picerni, que, aos 67 anos, mantém o jeito simples e matuto enquanto aguarda uma nova oportunidade profissional em sua residência em Vinhedo (SP).

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