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Russo condenado no Chile por narcotráfico busca vida nova no futebol

Santiago do Chile, 25 jul (EFE).- Um russo de 24 anos, condenado no Chile por narcotráfico, busca uma nova vida no futebol, e recentemente se juntou ao elenco do Santiago Morning, time da segunda divisão local, cujo treinador, Hernán Ibarra, o aprovou após vê-lo em ação. Maxim Molokoedov, nascido em São Petersburgo, poderia realizar no […]

Santiago do Chile, 25 jul (EFE).- Um russo de 24 anos, condenado no Chile por narcotráfico, busca uma nova vida no futebol, e recentemente se juntou ao elenco do Santiago Morning, time da segunda divisão local, cujo treinador, Hernán Ibarra, o aprovou após vê-lo em ação.

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Maxim Molokoedov, nascido em São Petersburgo, poderia realizar no Chile seu sonho de criança de se tornar jogador profissional, apesar de ter se formado nas divisões de base do Dínamo de sua cidade natal e ter jogado no Pskov 747, da segunda divisão russa em 2009.

Condenado a três anos e um dia de prisão após ser descoberto com vários quilos de cocaína escondidos em livros infantis no aeroporto internacional de Santiago, durante a escala de uma viagem que fazia entre Equador e Espanha, Molokoedov cumpriu boa parte de sua pena, o que lhe permite alguns benefícios por bom comportamento.

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Também aprendeu a falar espanhol, embora o que na realidade domina é o ‘coa’ (gíria dos delinquentes), devido ao ambiente em que está desde que foi preso, em 2010.

‘Na cadeia falamos outro idioma, aqui não posso falar como lá porque ninguém vai entender’, disse nesta terça-feira após realizar seu primeiro treino com o Santiago Morning.

‘Fiquei um pouco cansado’, foi seu comentário devido ao forte ritmo do treino.

Na penitenciária, Molokoedov ganhou fama como meia em jogos longos e frequentes, já que está é uma das únicas opções de lazer dos mais de três mil internos.

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Sua fama chegou ao conhecimento do ex-jogador chileno Frank Lobos, que trabalha em um programa de reabilitação e é o treinador da seleção da penitenciária de Santiago, vencedora do último torneio entre combinados de diferentes prisões.

‘Alguns internos comentaram que havia um russo bom de bola, assim o convocamos para jogar o campeonato anual’, disse à imprensa local Flavio Huenupi, preparador físico da equipe.

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‘Jogou nas divisões de base, na segunda divisão russa, tem mentalidade e personalidade europeias. Quando lhe dão um objetivo, ele cumpre, não faz corpo mole’, acrescentou.

Lobos entrou em contato depois com o vice-presidente do Santiago Morning, Luis Faúndez, marcando o início de uma nova vida para o russo, que até recebeu um elogio de Claudio Borghi, técnico da seleção chilena, convidado para assistir ao torneio carcerário.

Molokoedov tem agora permissão para sair de segunda a sexta-feira, entre 7h30 e 15h para treinar com o elenco do Morning, cujo treinador, Hernán Ibarra, aprovou seu desempenho logo no primeiro treinamento.

‘Tocou 12 ou 13 vezes na bola, não deu chutões, é inteligente para jogar. Tem condições’, comentou.

Admirador do meia chileno do Palmeiras, Jorge Valdivia, Molokoedov teve a opção de um indulto que lhe permitiria retornar à Rússia imediatamente. Mas preferiu lutar por sua reabilitação no Chile.

‘Ele quis ficar para demonstrar seu valor e reintegrar-se à sociedade através do esporte. É um caso único no mundo’, afirmou Frank Lobos.

‘Eu gosto de jogar futebol e, como todos os rapazes têm fé em mim, preferi ficar e jogar, porque sei que vou triunfar’, explicou o próprio Maxim.

Faúndez disse que o clube vai buscar uma possibilidade de inscrevê-lo no Torneio Clausura, cujo prazo está vencido, e se não der certo, ele jogará com a equipe a Copa Chile, que tem um regulamento distinto.

Em todo caso, Maxim fará sua estreia com a equipe em um amistoso programado no próximo sábado com o Palestino, líder da primeira divisão. Entretanto, será necessário solicitar uma permissão especial às autoridades penitenciárias para poder sair da prisão nesse dia. EFE

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