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Ronaldinho encontrou a paz no Terreiro do Galo

Em voo para o Rio de Janeiro, craque fala da estrutura que encontrou no Atlético-MG e do problema pessoal teria com uma transferência para o Fluminense

A pressão para não trocar o Atlético pelo tricolor carioca veio, principalmente, das pessoas mais próximas de seu círculo de amizade. E principalmente do Rio. Ronaldinho sabe que a admiração que ainda resta no coração dos rubro-negros se transformará em ódio

O saguão do Aeroporto de Confins está vazio, mas uma aglomeração de pessoas vestidas de uniforme laranja deflagra a movimentação. O relógio marca 12h30 de um sábado. No meio do laranjal humano está um sorridente e incrivelmente paciente Ronaldinho Gaúcho. Uma, duas, três, quatro, cinco, seis, sete fotos com fãs. Os pedidos se multiplicam depois que uma das funcionárias do aeroporto, eufórica, avisa pelo rádio que o artista da bola está por perto. Quem ouve corre imediatamente para o check-in. O craque espera o horário de embarcar num voo da Gol rumo ao Rio de Janeiro. É dia de folga, véspera da partida do Atlético-MG contra o Botafogo (machucado, ficou fora do jogo, no último dia 25). E é a chance dar um pulinho até a Cidade Maravilhosa, que ainda o abraça e onde gosta de se divertir.

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Ronaldinho entra por último no avião. Refestela-se no penúltimo banco ao lado de um passageiro que, fanático por futebol, quer puxar assunto. Que praga! Mas ele dá corda. Fala de amenidades. Quer saber como está a situação do goleiro Bruno. “Fiquei acompanhando o noticiário ontem. E agora, hein?”, questiona ao descobrir que conversa com um jornalista. “Graças a Deus sempre tive a minha família trabalhando comigo”, diz. Ronaldo sempre foi cercado pelos irmãos e, fora as noitadas típicas de qualquer jovem rico e famoso, jamais se envolveu em confusões.

RONALDINHO RENOVA COM O ATLÉTICO-MG

No voo de sábado, a renovação com o Atlético ainda não estava assinada. Mas Ronaldinho já dava sinais de que enfrentaria problemas no caso de um acerto com o Fluminense. “Adorei o Atlético, fui bem recebido demais, mas vou decidir isso nas férias. Sinceramente, eu não me meto muito. Toda essa parte fica com o meu irmão (o empresário Assis).” A pressão para não trocar o Atlético pelo tricolor carioca veio, principalmente, das pessoas mais próximas de seu círculo de amizade. E principalmente do Rio. Ronaldinho sabe que a admiração que ainda resta no coração dos rubro-negros se transformaria em ódio. “É realmente complicado isso para mim”, diz, num único instante em que demonstra preocupação.

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Vivendo a 40 minutos do aeroporto Santos Dumont, no Rio, Ronaldinho não tem dúvida de que desembarcar no Terreiro do Galo foi uma decisão acertada. “A estrutura lá é ‘sacanagem’”, resume, para elogiar o clube no qual ficará até dezembro de 2013. A vida conturbada, as relações para lá de complicadas com um clube desorganizado e sempre em ebulição como o Flamengo (além da falta de estrutura do Ninho do Urubu) ficaram para trás. Ronaldinho, R10 ou R49 está mais leve. O sorriso escancarado – só se desfaz na hora da decolagem. Ele se benze e brinca: “Dou um azar danado. Todo voo que eu pego, treme”.

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O assunto logo é interrompido. Enquanto o avião não decola, um a um os passageiros vão até os fundos da aeronave. “Ronaldinho, posso tirar uma foto?”. Todos pedem. E ele atende. Um dos maiores ídolos do futebol mundial da última década, ele sabe que esse é um custo embutido na fama. “Deixa. Pode vir”, diz para o enésimo rapaz que o aborda.

Despistar também é do jogo. Assim como Pelé, que em viagens corriqueiras abusa dos chapéus e óculos escuros para ter o mínimo de discrição, R10 também se esconde atrás das lentes. Na cabeça, a famosa cabeleira está guardada por um lenço branco. Mas o estilo Ronaldinho, ainda assim, é inconfundível. Bermudão jeans, camisa da seleção americana de basquete com o número 6 às costas (sim, o ídolo também é fã do astro da NBA Lebron James, sua referência da bola laranja), e os penduricalhos de ouro branco cravejado de brilhantes (inclusive um gigantesco pingente com a inscrição R10) ajudam a identificá-lo mesmo a uma longa distância.

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O título do Campeonato Brasileiro não veio. Mas Ronaldinho está de bem com a vida. Alguns bancos à frente, uma figura idêntica ao cientista Egon Spengler, o caricato cientista dos Caça-Fantasmas, faz ele se divertir. E começa a cantarolar a música-tema da série. A gargalhada é geral.

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