Para presidente do Corinthians, morte de torcedor foi acidente
Diretor jurídico do clube, Luiz Alberto Bussab, não acredita em punição






















“Ou se tem uma prova de que alguém usou os fogos de artifício com a intenção de atingir uma pessoa ou é uma fatalidade.”
O presidente do Corinthians, Mario Gobbi, disse que vê como “um acidente, uma fatalidade” a morte do torcedor boliviano Kevin Beltrán Espada, de 14 anos, vítima de um sinalizador que teria sido atirado por torcedores brasileiros durante o jogo contra o San José, pela Copa Libertadores, na noite desta quarta-feira. O dirigente diz que não consegue pensar que um torcedor vá deliberadamente ao estádio para matar outra pessoa. “Ou você tem uma prova de que o torcedor usou os fogos de artifício com a intenção de atingir uma pessoa ou é uma fatalidade. Estou acompanhando pela internet, por jornais e por vídeos e me parece ter sido um acidente, algo involuntário. Não posso crer que alguém vá a um jogo de futebol para matar outra pessoa. Se eu acreditasse 1% nisso, teria de sair do esporte”, disse o dirigente.
Leia também:
Sinalizador de corintianos mata torcedor boliviano
Corinthians segura empate por 1 a 1 com o San José
Regulamento prevê até eliminação do Corinthians
Ele disse ainda que o ambiente das torcidas não justificava nenhum ato hostil. “Todos estavam vendo o jogo com tranquilidade. Não houve um atrito entre torcedores que gerasse o disparo. Cada um deles estava no seu lugar, comemorando, torcendo. Foi uma fatalidade. Se estivesse acontecendo alguma briga, poderíamos até imaginar que alguém pudesse agir com dolo.” Gobbi também citou sua experiência como delegado para embasar a tese de acidente. “Pelo que aprendi na minha carreira, tudo indica que se trata de uma fatalidade. Mas vamos aguardar as investigações. As autoridades bolivianas estão aptas e conhecem os fatos. Devemos deixá-las trabalhar para que apurem o que aconteceu.”
Sem punição – O diretor jurídico do Corinthians, Luiz Alberto Bussab, minimizou o risco de punição. Segundo o regulamento da Libertadores, um clube cuja torcida pratique uma infração grave pode receber vários tipos de sanções, até mesmo a eliminação do torneio. Mas o dirigente acredita que a equipe não deve sofrer sanções porque o mando de campo pertencia aos bolivianos, na cidade de Oruro.
“Ocorreu uma fatalidade. O Corinthians, como entidade, não concorreu nem contribuiu em absolutamente nada para que isso ocorresse. Portanto, não acreditamos em qualquer tipo de punição. Se fosse um mando de campo do Corinthians, aí sim o clube teria responsabilidade pela segurança, revista e vistoria dos torcedores.” O dirigente afirmou ainda que não havia vínculo nenhum entre o clube e os torcedores, e garantiu que a viagem não foi subsidiada.
Acompanhe VEJA Esporte no Facebook
O Corinthians aguarda contato da Conmebol após a finalização da perícia das autoridades locais para decidir que tipo de atitude será tomada. A partida contra o San José marcou a estreia do time, atual campeão, na edição deste ano da Libertadores. A morte do adolescente boliviano ocorreu logo no início da partida, depois do gol do time brasileiro, aos 5 minutos de jogo. Segundo a polícia local, um sinalizador partiu do setor da arquibancada onde estava a torcida corintiana e atingiu fatalmente Kevin Beltram Espada. Os policiais entraram em ação e prenderam 12 torcedores do Corinthians, que seguem detidos em Oruro. A investigação deve continuar pelos próximos dias.