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Marcelinho Huertas: ‘Podemos, sim, buscar uma medalha’

O armador da seleção brasileira em Londres analisa o atual momento da equipe

“A gente pode brigar pelo pódio. São seis ou sete times fortes, realmente capacitados. Temos de nos concentrar nos próximos três jogos desta primeira fase para passar bem às quartas, que é uma etapa crucial”

Marcelinho Huertas não há de se lembrar da última grande conquista do basquete brasileiro, o ouro no Pan de 1987, contra os Estados Unidos. Tinha só 4 anos. Aos 29, porém, o armador da da Seleção Brasileira sabe que é o homem de confiança do técnico Rubén Magnano para levar o país de volta ao pódio olímpico, que não vem desde Tóquio 1964. Nesta entrevista exclusiva – concedida por telefone ao Jornal Placar, parceiro de VEJA na cobertura olímpica, algumas horas após a segunda vitória do Brasil -, Huertas fala de seu papel de líder num time formado com estrelas da NBA e demonstra confiança no desempenho do time nacional em Londres.

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Como está o astral da seleção após os dois primeiros jogos? Não poderia estar melhor. Os resultados estão sendo muito bons, estamos ganhando mesmo sem estar apresentando o nosso melhor basquete.

Então vocês estão conscientes das oscilações nos dois jogos. Como vêm trabalhando para superar os apagões, como no primeiro quarto contra a Grã-Bretanha [em que o time marcou só 4 pontos]? Nós temos de continuar jogando da mesma maneira. Estamos criando situações boas para o arremesso, jogando com confiança. A bola infelizmente não está caindo. Nós temos um bom trabalho para cestas de 3 pontos – com um percentual de 40% de acerto – mas o aproveitamento está baixo, de fato, com 18%.

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Certamente essa porcentagem foi passada à equipe pelo técnico Rubén Magnano. Como é a relação dele com os jogadores? No dia-a-dia é normal, de um bom relacionamento. Ele tem muito conhecimento, sabe o que é jogar uma Olimpíada e isso é uma vantagem para nós. Ele nos aconselha muito no dia-a-dia. Aprendemos a cada jogo, ele estuda cada adversário, para que joguemos da melhor forma, de acordo com a característica de cada partida. Para nós é uma sorte ter esta oportunidade de ter esse aprendizado com ele. Na verdade, uma grande sorte, já que ele vai estar com a gente pelos próximos anos [a Confederação Brasileira de Basquete renovou com o técnico Magnano até as Olimpíadas do Rio 2016].

Por ter ganhado uma Olimpíada [com a Argentina, em Atenas 2004], ele recorre a comparações com aquela ocasião nas preleções? Não, nós somos um outro elenco. Ele não faz nenhuma comparação, sabe que isso nos atrapalharia. São dois times com características diferentes.

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O que podemos esperar da Seleção para os próximos jogos? Nós estamos encarando uma partida de cada vez. Depois do descanso pós-jogo a gente assiste a vídeos do adversário seguinte, estuda as jogadas para ver como eles se defendem e avalia como nossa defesa deve atuar.

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O técnico da seleção americana, Mike Kryzewski, e o Pau Gasol, craque da Espanha, colocam o Brasil como favorito à medalha. Você concorda com essa previsão? Existem 1.000 opiniões. Mas temos de confirmar isso dentro da quadra, jogando focados. Acredito sim que podemos buscar uma medalha, fazendo com que os acertos sejam progressivos. A gente pode brigar, são seis ou sete times fortes, realmente capacitados. Temos de nos concentrar nos próximos três jogos desta primeira fase para passar bem às quartas, que é uma etapa crucial, uma moeda que de um lado pode te colocar na disputa por uma medalha ou, do outro, no caminho do quinto ao oitavo. É um jogo chave.

Desde a fase de preparação, em que o Brasil jogou bem com Argentina, França e Estados Unidos, você vem sendo apontado como o grande destaque do time. Como lida com essas opiniões positivas? Eu tenho de me preocupar em jogar, fazer o meu time ganhar e deixar os comentários para vocês, jornalistas e torcida. Em quadra eu venho tentando ser um líder, por ser o armador, mas estou longe de querer aparecer fora da quadra.

Justamente por esse seu bom desempenho, a todo momento comenta-se de uma possível ida sua para a NBA… Não tem nada de NBA, não sei mais o que fazer, porque a todo momento tenho de responder a essa pergunta. Tenho três anos de contrato com o Barcelona e vou cumpri-los.

Como está sendo a vida na Vila Olímpica? Tem encontrado colegas da seleção da Espanha? Por estranho que possa parecer, a gente não fala de basquete. A gente até se encontra, confraterniza, mas fala de outros assuntos. E mesmo com os outros atletas brasileiros, acaba parabenizando, desejando boa sorte. Não consegui, infelizmente, acompanhar nenhuma outra modalidade in loco mas o clima da delegação brasileira é muito bom na Vila.

VEJA e PLACAR têm uma parceria no jornal diário distribuído gratuitamente no Brasil e em Londres.

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