Publicidade
Publicidade

Jogos suspeitos das Copas têm Alemanha e, sim, Holanda

O início da rodada derradeira da fase de grupos, nesta segunda-feira, reacendeu especulações que aparecem em quase todas as edições da Copa do Mundo. Nas partidas em que um resultado interessa às duas equipes, é possível que se faça o chamado “jogo de compadres”? Quando uma vitória pode colocar uma equipe num caminho mais difícil, […]

O início da rodada derradeira da fase de grupos, nesta segunda-feira, reacendeu especulações que aparecem em quase todas as edições da Copa do Mundo. Nas partidas em que um resultado interessa às duas equipes, é possível que se faça o chamado “jogo de compadres”? Quando uma vitória pode colocar uma equipe num caminho mais difícil, será que ela é capaz de fazer corpo mole diante de bilhões de espectadores? Há episódios famosos das duas situações na história do torneio – e, curiosamente, eles envolvem dois países envolvidos nessas mesmas controvérsias na Copa deste ano. O técnico da Holanda, o sempre soberbo Louis Van Gaal, acha que o Brasil pode tentar fugir de sua seleção, já que decide seu futuro na competição na segunda rodada do dia, às 17 horas, depois que holandeses e chilenos já terão definido primeiro e segundo lugar de seu grupo. A declaração despertou a fúria do brasileiro Luiz Felipe Scolari, que sentiu-se ofendido. De fato, parece impensável que a seleção da casa segure um empate com a fragilíssima equipe de Camarões para evitar os holandeses. Mas uma anfitriã do torneio foi acusada de algo pior.

Publicidade

Exatos quarenta anos antes da troca de farpas entre Felipão e Van Gaal, a Alemanha Ocidental perdia para a Alemanha Oriental, em 22 de junho de 1974, entregando a liderança de sua chave à vizinha comunista. Os donos da casa eram favoritíssimos, mas jogaram de forma estranhamente insolente naquele dia. Os alemães orientais seguiram para a fase seguinte encarando Brasil, Argentina e a Holanda de Cruyff. Foram eliminados. Já os alemães ocidentais pegaram um grupo muito pior, com Iugoslávia, Polônia e Suécia, e passaram à grande final – em que foram campeões, superando os holandeses. A equipe laranja, porém, também tem um capítulo constrangedor em sua trajetória nas Copas. Em 1990, a então campeã europeia, que contava com um timaço, avançou à segunda fase sem ganhar nenhum jogo (na época, três equipes podiam sair classificadas do grupo, e a Inglaterra ficou na ponta). Na rodada final, um empate servia tanto aos holandeses como aos seus oponentes, os irlandeses. O resultado, lógico, foi uma igualdade: 1 a 1, com direito a intervenção do árbitro para ordenar aos capitães que instruíssem suas equipes a buscar o gol. O jogo sonolento e com escassos lances de ataque colocou as duas equipes nas oitavas. A Irlanda eliminou a Romênia e caiu nas quartas, diante da Itália. Como castigo pela picaretagem na fase de grupos, a Holanda foi despachada logo na primeira partida eliminatória. Seus algozes? Por ironia do destino, os alemães ocidentais. Na próxima quinta, a lista de controvérsias pode aumentar: a Alemanha – sim, de novo ela – enfrenta os Estados Unidos no Recife. Um empate coloca as duas equipes nas oitavas.

Alemanha Ocidental 0 x 1 Alemanha Oriental, Copa de 1974


https://youtube.com/watch?v=rKScLBfQrps%3Frel%3D0

Holanda 1 x 1 Irlanda, Copa de 1990

Continua após a publicidade

https://youtube.com/watch?v=LHbUJkDaNYA%3Frel%3D0

(Giancarlo Lepiani, de Brasília)

Leia também:

Para impedir catástrofe, Brasil aprova a tensão do 3º jogo

Brasil e Argentina, rivais unidos pelos problemas e dúvidas

Depois de só empatar, a seleção espera criar mais e melhor

​Por que ainda crer na seleção (e do que desconfiar nela…)

Continua após a publicidade

Publicidade