‘É maravilhoso assistir à revolta do brasileiro’, diz Ronaldo
Integrante do COL e comentarista da TV Globo afirma que o povo não se opõe à Copa do Mundo de 2014, mas sim à corrupção e à má gestão pública no Brasil
“Estando nas ruas e conversando com o povo, percebo nitidamente que o brasileiro não é contra a Copa do Mundo”, garantiu o ex-craque
As duas últimas semanas foram especiais para o ex-craque Ronaldo, atualmente em dupla jornada como integrante do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014 e comentarista dos jogos da seleção na TV Globo. Primeiramente, pelo título da Copa das Confederações, conquistado, de acordo com ele, com uma comunhão poucas vezes vista entre time e torcida. “Nem quando eu jogava vi algo assim, a seleção com um envolvimento e um entrosamento com os brasileiros nos estádios, em todas as sedes. Foi emocionante, apesar desse momento difícil e delicado que estamos vivendo”, afirmou, para, em seguida, entrar no segundo assunto que o tem feito vibrar. “Está sendo maravilhoso assistir à revolta brasileira com essa situação e ver esse manifesto, na sua maioria pacífico, querendo mudanças no Brasil”, disparou o maior artilheiro da história das Copas.
Na semana passada, Ronaldo teve de se explicar por uma frase dita em 2011, “a Copa não se faz com hospitais” – o Fenômeno garantiu que a expressão foi tirada de contexto. A onda de protestos, segundo ele, “tem sido emocionante e já está produzindo resultado, com os governos dando respostas à população”. Na entrevista de encerramento da Copa das Condeferações, no Rio de Janeiro, nesta segunda-feira, o craque voltou a declarar seu apoio às manifestações, desde que pacíficas – para ele, a violência é fruto de um pequeno número de vândalos infiltrados no movimento. “O povo brasileiro está cansado da situação na qual nos encontramos”, sentenciou, defendendo a realização do torneio que é pago para ajudar a organizar. “Estando nas ruas e conversando com o povo, percebo nitidamente que o brasileiro não é contra a Copa do Mundo, e sim contra a corrupção, o desvio de dinheiro e a maneira como é administrado o sistema de saúde e educacional.” Aparentemente, não é só isso: na manhã do jogo, um grupo invadiu a futura sede da CBF.