Conmebol suspende torcida do Corinthians na Libertadores
Decisão é medida cautelar até julgamento do caso em que torcedor de 14 anos morreu na Bolívia após ser atingido por um sinalizador lançado por corintianos
A equipe jogará com portões fechados e não poderá levar torcedores a jogos fora de casa por um prazo de até 60 dias
O Corinthians recebeu uma dura notícia na noite desta quinta-feira. Devido ao incidente envolvendo a torcida alvinegra que terminou com a morte do garoto Kevin Beltrán Espada, atingido por um sinalizador durante o empate com o San José pela Copa Libertadores, nesta quarta-feira, a Conmebol decidiu que o clube paulista irá disputar os jogos da competição com portões fechados. Além disso, a equipe não poderá levar torcedores para as partidas fora de casa. A punição vale enquanto o processo durar ou por um prazo de 60 dias.
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Além disso, o ministério público boliviano, após as informações passadas pela perícia, chegou a conclusão de que foi um homicídio, descartando a teoria da defesa de um acidente. Dessa forma, os 12 corintianos que estão presos foram indiciados, dois como culpados e dez como cúmplices.
Os detidos são Cleuter Barreto Barros, de 24 anos, Clever Souza Clous, de 21 anos, Daniel Silva de Oliveira, de 27 anos, Fábio Neves Domingos, de 32 anos, José Carlos da Silva Junior, de 20 anos, Leandro Silva de Oliveira, de 21 anos, Rafael Machado Castilho Araújo, de 18 anos, Reinaldo Coelho, de 35 anos, Tadeu Macedo Andrade, de 30 anos, e Tiago Aurélio dos Santos Ferreira, de 27 anos.
Defesa – O Corinthians, que já vendeu cerca de 82.500 ingressos para os três jogos em casa na primeira fase da Libertadores, informou que só irá se posicionar oficialmente nesta sexta-feira. O departamento jurídico do clube, no entanto, já prepara uma estratégia de defesa. Nesta quinta-feira, o presidente do clube, Mario Gobbi, disse que vê como “um acidente, uma fatalidade” a morte do torcedor boliviano, que tinha 14 anos.
O dirigente afirmou que não consegue pensar que um torcedor vá deliberadamente ao estádio para matar outra pessoa. “Ou você tem uma prova de que o torcedor usou os fogos de artifício com a intenção de atingir uma pessoa ou é uma fatalidade. Estou acompanhando pela internet, por jornais e por vídeos e me parece ter sido um acidente, algo involuntário. Não posso crer que alguém vá a um jogo de futebol para matar outra pessoa. Se eu acreditasse 1% nisso, teria de sair do esporte”, disse Gobbi.
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Ele declarou ainda que o ambiente das torcidas não justificava nenhum ato hostil. “Todos estavam vendo o jogo com tranquilidade. Não houve um atrito entre torcedores que gerasse o disparo. Cada um deles estava no seu lugar, comemorando, torcendo. Foi uma fatalidade. Se estivesse acontecendo alguma briga, poderíamos até imaginar que alguém pudesse agir com dolo”. Gobbi também citou sua experiência como delegado para embasar a tese de acidente. “Pelo que aprendi na minha carreira, tudo indica que se trata de uma fatalidade. Mas vamos aguardar as investigações. As autoridades bolivianas estão aptas e conhecem os fatos. Devemos deixá-las trabalhar para que apurem o que aconteceu.”
O comunicado oficial da Conmebol afirma que a decisão foi tomada com base na súmula do árbitro Carlos Vera, que apitou a partida na Bolívia. Vera confirma que o sinalizador foi lançado de onde estava localizada a torcida corintiana no estádio. Além de determinar a suspensão da torcida alvinegra, a confederação proibiiu aos rivais do Corinthians de vender ingressos ao visitante ou seus seguidores.
Confira a nota da Conmebol (em espanhol):
(Com agências EFE e Gazeta Press)