Brasil maltrata atletas, mas tentará receber Copa feminina
O ministro do Esporte promete candidatura a sede do Mundial de 2019 na Fifa. Para aumentar as chances, ele anunciou a volta do Brasileirão das mulheres
Depois de receber a Copa do Mundo no ano que vem, o Brasil poderá abrigar mais um Mundial da Fifa – o de futebol feminino, em 2019. O plano foi revelado na segunda-feira pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, que aproveitou para anunciar a volta do Campeonato Brasileiro feminino. A medida seria uma maneira de se antecipar às críticas ao país pelo péssimo tratamento dispensado às atletas locais. Apesar da popularidade crescente em diversas nações, principalmente na Ásia e na Europa, o futebol feminino ainda é muito maltratado no Brasil, onde os investimentos em equipes de mulheres costumam ter vida bastante curta e a rotina das jogadoras é marcada pela instabilidade e pela falta de alternativas profissionais. Mesmo diante desse cenário negativo – e da forte concorrência para receber a competição, que tem crescido bastante -, o governo insistirá em brigar para ter uma Copa feminina, ainda que ela não venha em 2019.
Aldo Rebelo afirmou que já tratou do assunto com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, e manifestou o interesse brasileiro. O ministro reconhece que a candidatura a sede do Mundial de 2019 pode ser retirada caso que exista uma disputa muito forte ou se houver consenso em torno de outro país. Se isso ocorrer, o Brasil deve tentar receber a Copa de 2023. “Temos de observar qual é a janela de calendário que ainda está aberta”, disse Aldo. No fim do ano passado, Blatter manifestou seu apoio à realização do Mundial de 2019 no Japão, país que venceu a última Copa de futebol feminino, realizada na Alemanha, em 2011. A sede do torneio em 2015 será o Canadá. A atacante Cristiane participou da entrevista coletiva de Aldo Rebelo e disse estar ansiosa pela realização de uma Copa no Brasil – algo que, de acordo com ela, seria fundamental para dar fôlego à modalidade. O Campeonato Brasileiro de futebol feminino não acontece desde 2001. De acordo com o ministro, a nova versão do torneio terá vinte equipes de treze estados diferentes.