Publicidade
Publicidade

Após farpas, sorrisos: Fifa e Andrés garantem o Itaquerão

No dia seguinte à troca de críticas, o francês e o ex-presidente do Corinthians se reúnem – e acertam um compromisso pela entrega até o último dia deste ano

“A reunião foi excelente. Houve um mal entendido, mas São Paulo e o Corinthians estão conscientes de sua responsabilidade”, disse Andrés

A Fifa fez valer sua vontade e determinou, nesta quarta-feira, o fim dos pedidos do Corinthians por uma extensão do prazo de entrega do Itaquerão. A entidade avisava que não aceitaria que nenhum estádio da Copa do Mundo fosse entregue depois da virada do ano – o prazo máximo e irrevogável seria 31 de dezembro. O clube paulista usava a necessidade de instalar arquibancadas provisórias na nova arena para justificar o pedido de prorrogação por mais dois meses. Depois de uma troca de críticas em público na terça, representantes das duas partes se reuniram para solucionar a crise – e posar para fotos, todos com sorrisos no rosto, para celebrar o acordo. A Fifa informa que o encontro terminou com um compromisso claro: São Paulo continua na Copa e terá a abertura do torneio, mas o Corinthians se compromete a entregar o estádio – inclusive com as cadeiras temporárias – até o último dia do ano. Só serão toleradas pela Fifa as possíveis pendências no entorno do estádio – a arena precisará estar totalmente concluída.

Publicidade

Leia também:

Trégua da Fifa durou pouco: a batalha de 2014 já começou

Um choque de culturas na Copa: a Fifa aprende o ‘jeitinho’

Cultura do jeitinho deixa país vulnerável a falhas em Copa

A jogada mais ousada de Ronaldo, o dono da bola no país

Continua após a publicidade

Ainda incompleto, o Maracanã reabre com festa e protesto

O encontro aconteceu no Riocentro, onde funciona o Comitê Organizador Local (COL) da Copa. “Estamos muito satisfeitos com a reunião e com o fato de que foi possível dialogar frente a frente. São Paulo será um exemplo às outras cidades para entregar o estádio no prazo, em 31 de dezembro. A conversa com o Corinthians foi muito proveitosa, já que ambos entendem que temos o mesmo objetivo, que é ter o estádio pronto”, disse Valcke. O ex-presidente corintiano Andrés Sanchez, que representou o clube no encontro, mudou radicalmente de tom – na véspera, falava que “se a Fifa quiser tirar a Copa de Itaquera, que fique à vontade”. “A reunião foi excelente. Houve um mal entendido, mas São Paulo e o Corinthians estão conscientes de sua responsabilidade. Eu sempre tive certeza de que nós iríamos organizar o jogo de abertura e agora eu tenho ainda mais certeza. O calendário acordado com a Fifa será respeitado”, assegurou o cartola, que mesmo depois de deixar a presidência do clube permaneceu encarregado de todos os assuntos referentes à construção do estádio.

Desconforto – Faltando exatamente um mês para a estreia da Copa das Confederações, a abertura da Copa do Mundo foi o principal assunto na visita do secretário-geral da Fifa ao Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, na manhã desta quarta. Com o palco carioca perto de ser concluído, a controvérsia em torno da entrega do Itaquerão dentro do prazo previsto pela Fifa acabou roubando a cena. Valcke não conseguiu esconder seu desconforto com a discussão que ele mesmo iniciou na terça-feira, ao avisar que o descumprimento do prazo poderia significar uma mudança na tabela do Mundial. No Maracanã, o francês tentou evitar as perguntas dos jornalistas sobre a possibilidade de o estádio do Corinthians não sediar o jogo de abertura em 2014. “Já falei sobre esse assunto várias vezes e vou falar pela última vez agora. Teremos um encontro entre as quatro partes responsáveis pelo estádio”, disse, em referência a Corinthians, Odebrecht, Fifa e COL. Depois de garantir que São Paulo não corre o risco de ser excluída do Mundial, o cartola afirmou: “Vamos achar uma solução. Estamos no Rio e hoje vamos falar de Copa das Confederações.”

Publicidade

Acompanhe VEJA Esporte no Facebook

Siga VEJA Esporte no Twitter

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, acompanhou Valcke na visita e balançava a cabeça positivamente quando o francês tentava abafar a confusão. “O estádio do Corinthians está dentro do cronograma. Temos a confiança na direção do Corinthians e na empresa responsável pela obra de que o prazo será cumprido. Nós trabalhamos com a expectativa de dezembro de 2013”, disse o ministro, ignorando, porém, o fato de o próprio clube ter avisado que precisa de mais dois meses para entregar o estádio. Questionado sobre a possibilidade de o Maracanã sediar a abertura do Mundial, Valcke, visivelmente irritado, voltou a dizer que a reunião em São Paulo resolveria todas as pendências. “O Maracanã vai receber vários jogos da Copa. O Rio já vai sediar o centro de mídia da Fifa. Vocês verão vários dos nossos lindos e simpáticos agentes circulando pela cidade. Não há motivo para trazer ainda mais eventos para o Rio.”. Integrante do COL, o ex-craque Ronaldo também ficou irritado com a insistência dos jornalistas em relação ao estádio de seu ex-clube. “Se alguém não entendeu a reposta, ponha o fone de ouvido, por favor. É a quarta vez que ele responde a mesma coisa”, provocou Ronaldo, que até então não havia se pronunciado nenhuma vez.

(Com Estadão Conteúdo e agência Gazeta Press)

Continua após a publicidade

Publicidade