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Após 41 dias, Bebeto deixa comando das seleções de base

Ex-atacante disse não ter tempo para conciliar a função com outros cargos – ele é deputado estadual no Rio e membro do Comitê Organizador da Copa

Depois de apenas 41 dias no cargo, o ex-atacante Bebeto anunciou nesta quinta-feira que está deixando o comando das seleções de base da CBF. Ele assumiu o posto no dia 25 de janeiro, logo após a eliminação da seleção sub-20 ainda na primeira fase do Campeonato Sul-Americano da categoria, na Argentina, e sai a menos de um mês da estreia do time sub-17 na competição continental. O tetracampeão mundial em 1994 alegou falta de tempo para conciliar a função com outros compromissos, como o cargo de deputado estadual no Rio de Janeiro e o posto no Comitê Organizador Local da Copa do Mundo de 2014.

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A única medida efetiva de Bebeto à frente das seleções de base foi a contratação do técnico Alexandre Gallo, que estava no Náutico, para comandar o grupo sub-20, que está sem atividade até o ano que vem, pois não se classificou para o Mundial, e o sub-17, que tenta evitar destino semelhante a partir do dia 3, na Argentina. “Aceitei o cargo motivado pelo desafio de ajudar o futebol do meu país num momento complicado. Mas estou totalmente dedicado ao compromisso que assumi quando fui eleito deputado e percebi que em algum momento, lá na frente, poderia acabar não conseguindo me dedicar plenamente e tendo que negligenciar um trabalho que vem dando resultados”, explicou Bebeto, em nota emitida por sua assessoria de imprensa na Assembleia.

É no mínimo discutível que o “trabalho vem dando resultados”. As categorias de base foram deixadas de lado pela CBF na gestão de José Maria Marin, que liberou o então coordenador, Ney Franco, para treinar o São Paulo, no ano passado, logo depois da Olimpíada de Londres. Depois disso, o cargo ficou sem dono, e Émerson Ávila, que comandou a seleção sub-20 no fiasco do Sul-Americano, que tirou o Brasil no Mundial da categoria, chegou a reclamar da falta de apoio às divisões de base. Bebeto chegou a visitar a equipe durante o torneio, na condição de “torcedor ilustre” e de pai de um dos jogadores, o meia Matheus, do Flamengo (o mesmo cujo nascimento o ex-jogador comemorou no famoso gol “nana-neném” no jogo contra a Holanda, na Copa do Mundo de 1994).

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Em seu site, a CBF não deu informações sobre a escolha de um novo coordenador, apenas publicou elogios de Marin a Bebeto. “Meu amigo Bebeto é um exemplo de cidadão, de esportista e um ícone para a juventude de nosso país. Entendo os motivos dele e tenho certeza de que ele seguirá tendo uma carreira brilhante como parlamentar. Ressalto também a dignidade do homem Bebeto que, ao perceber que acumulando as funções estaria compromentendo as responsabilidades assumidas com o povo do Rio de Janeiro, me comunicou da sua decisão”, discursou o cartola.

(Com Estadão Conteúdo)

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