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A primeira vez de Lionel Messi no Maracanã

O primeiro gol do Maracanã foi de Didi, o príncipe etíope, em 16 de junho de 1950, num amistoso entre paulistas e cariocas. O primeiro gol de Pelé no então maior do mundo foi em 29 de maio de 1957, nos 4 x 0 do Santos contra o América. O primeiro de Zico como jogador […]

O primeiro gol do Maracanã foi de Didi, o príncipe etíope, em 16 de junho de 1950, num amistoso entre paulistas e cariocas. O primeiro gol de Pelé no então maior do mundo foi em 29 de maio de 1957, nos 4 x 0 do Santos contra o América. O primeiro de Zico como jogador profissional balançou as redes no domingo, 23 de setembro de 1973, com Flamengo 2 x 2 Vasco. O primeiro de Messi no Maracanã venceu o excelente goleiro bósnio Begovic aos 20 minutos do segundo tempo. A Argentina ganhou por 2 a 1, jogou mal, saiu na frente com um gol contra, mas pouco importa. Enfim, Lionel Messi é também do Maracanã.

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“Messi, Messi, Messi”, entoaram os mais de 40.000 argentinos que dividiram o Maracanã com brasileiros, animadamente aplicados na tentativa de abafar a cantoria alviceleste com gritos de “Bósnia, Bósnia” e o mesmo xingamento grosseiro que parte do Itaquerão destinou à presidente Dilma. “Ya lo ve, ya lo ve, somos locales outra vez”, e locais como locais foram os torcedores do Corinthians na lendária semifinal de 1976 contra o Fluminense, os argentinos fizeram do fim de tarde de 15 de junho de 2014 uma jornada de enciclopédia. Estará lá, registrado: 23.314 dias depois da inauguração do Maracanã, em 1950, Messi começou a trilhar o caminho de sua maior glória. Foi apenas o primeiro passo, falta muito, muito mesmo, a defesa argentina é fraca, mas o pequeno polegar de Rosário já tem história para contar no Brasil.

O lance de Messi ganhou extraordinária dimensão por ter acontecido na meca do futebol, tema inescapável de qualquer conversa quando se desembarca no Rio vindo de qualquer lugar do mundo. No ônibus que levava os torcedores do aeroporto para a estação de metrô da Cinelândia, a caminho do Maracanã, o motorista, personagem de Nelson Rodrigues, uma mistura de Sobrenatural de Almeida com o Gravatinha, “de voz de criança que baixa em centro espírita”, antecipava aos hinchas argentinos o que eles veriam no colosso reformado, com capacidade reduzida a um terço daquela de 1950 (foram 74 738 pagantes agora em 2014). “Não vou mais lá não, tiraram a geral, tá muito caro”, disse, olhando para trás, um olho no volante, outro na grã-fina com narinas de cadáver. “Vi o Pelé, o Zico, tudo de pertinho, saía cedo de casa, pegava o trem, avisava minha mãe e pronto. Agora é difícil.” Uma trégua, um sorriso e o alerta: “Mas quero mesmo ver Brasil e Argentina na final, com o Messi, aí sim, meu irmão.”

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