A expressão “Tarzan sem Chita”, utilizada pelo presidente da Conmebol, Alejandro Dominguez, para comparar a Libertadores sem clubes brasileiros provocou nesta quinta-feira, 20, a elaboração de um manifesto dos integrantes da Libra (Liga do Futebol Brasileiro). Dentre eles, apenas o Flamengo não assinou a carta endereçada ao mandatário do futebol na América do Sul.
Além do Flamengo, Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Palmeiras, Red Bull Bragantino, Santos, São Paulo e Vitória são os demais times da Série A que estão no bloco que negociou os direitos de transmissão do Brasileirão. No outro grupo, a LFU (Liga Forte União), Botafogo, Ceará, Corinthians, Cruzeiro, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Juventude, Mirassol, Sport e Vasco são os times da primeira divisão do Brasileirão.
O Flamengo explicou que ‘entende que as relações institucionais com a Conmebol devam ser conduzidas pela CBF’. “O Flamengo luta contra qualquer forma de racismo e discriminação há muito tempo e reafirma seu compromisso no combate estrutural ao racismo no futebol e na sociedade.”
“A gravíssima declaração de Dominguez traz à tona o evidente preconceito enraizado no ambiente do futebol, reforça estereótipos racistas, perpetua a desumanização de pessoas negras, além de demonstrar total insensibilidade em relação a temas de extrema urgência, como o combate ao racismo e a promoção da diversidade no futebol”, diz a nota da Libra.
Do outro lado, a LFU respondeu que está ‘acompanhando atentamente todas as manifestações que estão sendo feitas pelo governo brasileiro, CBF e clubes’. “Seguimos trabalhando para que medidas práticas sejam urgentemente adotadas para coibir a prática do racismo no futebol”, diz a nota assinada por Gabriel Lima, CEO da LFU.
A declaração do mandatário da Conmebol foi após ser perguntado na última segunda, o que ele achava de uma possível saída dos clubes brasileiros da Libertadores em razão dos sucessivos episódios de racismo. Inicialmente, o dirigente paraguaio pareceu não entender a pergunta e depois fez a comparação.
Na esteira das declarações de Dominguez, a Conmebol convocou para a próxima quinta uma renião com os representantes de governos e associações para debater o racismo, a discriminação e a violência no futebol.





