Em uma partida pelo Campeonato Carioca Sub-20 realizada neste sábado, 14, em Conselheiro Galvão, Madureira e Fluminense se enfrentaram em um jogo marcado não apenas pelo resultado em campo, mas por uma grave acusação de injúria racial. O Madureira, que vencia por 1 a 0, viu o evento deixar de ser apenas esportivo e ganhar contornos judiciais.

Segundo relatos, um dos melhores jogadores do Fluminense, Arthur, teria ofendido o gandula Samuel Vasconcellos, chamando-o de “escravo”. Essa acusação foi prontamente levantada pelos jogadores do Madureira, mas Samuel não confirmou ter sido ofendido. O volante do Madureira, Edilson, afirmou que ouviu claramente a ofensa e questionou Arthur, que teria admitido o insulto. O incidente foi comunicado ao quarto árbitro, mas nenhuma ação foi tomada de imediato.

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Repercussões imediatas no jogo

Com o jogo ainda em andamento, o Fluminense empatou a partida, o que classificaria a equipe para a próxima fase do campeonato. Foi nesse momento que outro gandula do Madureira, Jefferson, também alegou ter sido ofendido por Arthur. Jefferson relatou que estava fazendo seu trabalho normalmente quando Arthur se dirigiu a ele com a frase: “Agora você quer trabalhar? Valeu, escravo”.

Quais as ações tomadas pelos oficiais sobre o caso?

Jefferson contou em entrevista ao Lance! que, após a ofensa, se dirigiu ao assistente para perguntar se ele havia ouvido o comentário. Esse assistente, no entanto, disse que não tinha ouvido nada e aconselhou Jefferson a continuar fazendo seu trabalho. Indignado, Jefferson questionou o assistente sobre a atitude do jogador, mas não recebeu o apoio esperado.

Após a partida, ocorreu uma confusão quando Edilson correu para o vestiário com a intenção de agredir Arthur. Embora não tenha havido briga física, houve tumulto, e Edilson acabou sendo expulso. Ele só ficou sabendo de sua expulsão quando chegou à delegacia, onde relatou o incidente à polícia.

Investigações e declarações das equipes sobre o caso

Após o jogo, todos os envolvidos se dirigiram à delegacia. Samuel, o primeiro gandula acusado de ter sido ofendido, relutou em comparecer e, quando chegou, negou a ofensa. Já Jefferson e Edilson confirmaram suas versões dos fatos. Arthur prestou depoimento por várias horas e deixou o local pelos fundos da delegacia.

Em nota, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro informou que o caso foi registrado como injúria racial. Foram inicialmente apontadas três vítimas, mas uma delas negou a ofensa. Outras testemunhas serão ouvidas e imagens do jogo estão sendo analisadas. A investigação está em andamento.