Técnico lamenta o ‘abalo emocional’ na derrota acachapante desta quarta-feira
“Acho que sofremos um abalo emocional em um momento importante do jogo, o que acabou nos tirando da partida. Mas os responsáveis somos nós, não estou buscando desculpas”, disse Magnano
Não foi só a seleção brasileira de futebol que caiu num Mundial depois de sofrer um “apagão” numa partida decisiva. Depois de um primeiro tempo equilibrado, a seleção masculina de basquete sucumbiu na segunda parte do jogo e acabou sendo atropelada pela Sérvia, por 84 a 56, nesta quarta-feira, em Madri. De acordo com o técnico Rubén Magnano, o lado emocional foi decisivo para a eliminação brasileira do Mundial da Espanha. Os sérvios construíram sua vantagem no terceiro quarto, quando anotaram 29 a 12. Para isso, contou com um momento de completo descontrole brasileiro – num dos lances mais decisivos da partida, Tiago Splitter e Marquinhos levaram duas faltas técnicas consecutivas depois que o árbitro marcou uma falta de Anderson Varejão. Por causa das faltas, os sérvios conseguiram marcar sete pontos numa só jogada. A partir daí, os sérvios dispararam no placar.
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“A diferença estava em sete, oito pontos. O jogo estava aberto. Mas começaram as faltas técnicas e ficou muito difícil. Não conseguimos reagir. Não podemos dar tantas chances ao rival em um jogo internacional. Faltou um pouco do lado psicológico”, avaliou o treinador argentino que comanda a seleção brasileira. “Parabenizamos o time sérvio, que fez um jogo brilhante, mas tenho certeza, sem medo de errar, que os números de hoje não têm nada a ver com o Brasil que jogou o resto do Mundial. Acho que sofremos um abalo emocional em um momento importante do jogo, o que acabou nos tirando da partida. Mas os responsáveis somos nós, não estou buscando desculpas.” Para Magnano, o Brasil não merecia ter sido eliminado com uma derrota tão elástica – até então, a equipe tinha perdido apenas para a anfitriã Espanha. Na primeira fase, o Brasil superou a Sérvia de forma convincente.
“Não podíamos acabar deste jeito”, lamentou o treinador, que tentou enxergar um lado bom na campanha. “Terminar em quinto lugar no Mundial é interessante, algo positivo.” Para o argentino, porém, o Brasil, dono de dois títulos mundiais, desperdiçou uma ótima chance de voltar às semifinais depois de quase três décadas e buscar uma medalha no torneio. “Não sabemos quando vamos nos deparar com uma nova possibilidade como essa.” O atleta mais jovem da equipe, o armador Raulzinho, tentou manter o otimismo, projetando uma boa campanha na Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. “A derrota de hoje não freia nosso crescimento. Vamos continuar subindo. Temos um jogo sólido, mostramos que podemos lutar e tivemos uma evolução muito boa”, avaliou. Ainda assim, Raulzinho reconheceu a frustração pela atuação desta quarta. “Não estamos contentes. Fizemos um jogo ruim.”
(Com Estadão Conteúdo e agência EFE)