Formando o time que ganharia a Copa Libertadores
Foi o time que formou base para a equipe que seria campeã da Libertadores de 1999. Logo após o vice-campeonato brasileiro, Felipão trouxe reforços e montou um time que tinha diversas opções de qualidade no banco, que jogaram diversas partidas no ano, para ganharem experiência e para aguentar o calendário brasileiro, que tinha jogos excessivos naquele ano.
Aquele time, comandado por Luiz Felipe Scolari tinha goleiros acima da média. Velloso era o titular e era constantemente cotado para voltar à seleção brasileira, enquanto, em seu banco, o talentoso Marcos buscava espaço no time de cima, aproveitando as chances que tinha, especialmente na Copa Mercosul.
Para aquela temporada, Arce foi contratado junto ao Grêmio para a lateral direita. Além de ser excelente no apoio, era fundamental em cobranças de falta, pênalti e escanteio no Verdão. Na esquerda, Júnior já ganhava os corações dos torcedores palmeirenses desde 1996, no time do ataque dos 100 gols.
No miolo da zaga, o jovem Roque Júnior ganhava espaço para ser companheiro de Cléber, experiente zagueiro e já ídolo no Verdão desde as conquistas de 1993. Contudo, no meio do ano, chegaria ao time Júnior Baiano, zagueiro vice-campeão do mundo com a seleção brasileira, que chegava para ser titular.
No meio de campo craques ou jogadores de muita técnica ajudavam o Verdão. Galeano era o mais pegador do time, carregando o piano em muitos jogos do clube naquele ano. Ao seu lado, Rogério era um volante técnico. Mais à frente, com a dez, o craque do time era Alex, responsável por muitas das alegrias palmeirenses naquele ano. Ao seu lado, Zinho era a experiência que formava aquele meio de campo que, um ano depois, venceria a Copa Libertadores com o clube.
Já no ataque, Oseás, maior contratação da história do clube até então, vinha de um bom ano de 1997 e ganhava um companheiro de ataque rápido e extremamente técnico: Paulo Nunes, que chegava do Grêmio naquela temporada junto de Arce, e o meia Arílson, que não funcionou tanto no Verdão quanto nos tempos de Tricolor.
O time ainda tinha jogadores da base, como os volantes Pedrinho e Taddei, os laterais Tiago Silva e Jorginho Paulista, o zagueiro Ferrugem e o volante Pedrinho. Além disso, haviam os experientes coadjuvantes, como o zagueiro Agnaldo, o volante Darci e o atacante Almir no time.
O primeiro torneio do ano foi o Rio-São Paulo, e o Verdão até começou bem. Em um grupo com Botafogo, Vasco e Corinthians, ficou em primeiro, com quatro vitórias, um empate e uma derrota, além de 12 gols pró (melhor ataque dessa fase) e oito gols contra. A única derrota fora para o Botafogo, na última rodada, em jogo na qual as duas equipes já estavam classificadas. Contra o Corinthians, uma vitória de 4 x 2, na estreia de Arce, e outra por 2 x 1.
A semifinal seria contra o São Paulo, segundo colocado do outro grupo. Após vencer a primeiro partida por 2 x 1, o Verdão perdeu a segunda por 0 x 1 e foi derrotado nos pênaltis, por 2 x 3.
Restavam nesse semestre, o Paulista e a Copa do Brasil. E o Verdão começou na segunda fase. Empatou com o Corinthians (1 x 1) duas vezes, com um golaço contra de Oséas no primeiro. Ao final da fase, ficou em segundo na chave, um ponto atrás do Corinthians, com cinco vitórias, quatro empates e apenas uma derrota, para o Mogi Mirim em casa, com um surpreendente 1 x 4.
Na semifinal, contra o São Paulo, duas derrotas: 1 x 2 e 1 x 3, e eliminação no Estadual.
Na Copa do Brasil, no entanto, a história foi outra. A estreia no torneio foi contra o CSA-AL, nas Alagoas. Com vitória de 1 x 0, gol de Zinho, o time teve que jogar a partida de volta, em que Arce deu show. Com dois dele e um de Cléber, o Verdão avançou da fase preliminar para a primeira fase com vitória de 3 x 0.
O rival na primeira fase era o Ceará. Na primeira partida, Paulo Nunes fez 1 x 0 para o Palmeiras, mas Édson Vieira empatou aos 45 do segundo tempo, forçando o jogo da volta.
No jogo da volta, show palmeirense, com dois de Zinho, dois de Paulo Nunes, um de Chris e outro de Alex, o Verdão fez 6 x 0 e despachou o rival. Nas oitavas de final, viria o primeiro grande desafio. No Rio, o Fogão vencia por 2 x 0, até que Chris, marcou o gol palmeirenses que salvaria o time. No Palestre Itália, com um gol de Agnaldo aos 14 do segundo tempo, o Palmeiras fez 1 x 0 e ficou com a vaga. Para muitos, aquela vitória foi um sinal de que o Palmeiras seria campeão do torneio.
Nas quartas de final, o primeiro jogador seria fora de casa, contra o Sport, e com gols de Paulo Nunes e Oséas, o Verdão se classificou. No jogo da volta, em casa, Almir fez 1 x 0 para o Palmeiras, mas Jackson, que um ano depois viria ao Verdão, empatou o jogo que acabou em 1 x 1.
Na semifinal, um clássico. O Santos seria o rival. No primeiro jogo, em casa, empate por 1 x 1, com Oseás empatando na segunda etapa e Cléber sendo expulso (Narciso foi pelo lado do Santos). Na Vila Belmiro, logo com dois minutos, Viola fez 1 x 0 para o Santos. Contudo, ainda no primeiro tempo, Oséas empatou para o Verdão. Na segunda etapa, Darci virou para o Verdão e deixou o clube próximo da vaga. No fim do jogo, Argel ainda empatou a partida, mas o Palmeiras estava na final.
E a decisão seria contra o Cruzeiro, rival com quem teria grandes embates naquele ano. No jogo de ida, no Mineirão, Fábio Júnior, carrasco do Verdão naquele ano fez o único gol do jogo, em vitória de 1 x 0.
Na volta, em jogo no Morumbi com mais de 45 mil torcedores, o Palmeiras fez um jogo duro contra os mineiros e abriu o placar com Paulo Nunes na primeira etapa. O jogo iria para os pênaltis, mas quase nos acréscimos, Oséas marcou o gol espírita que deu o título ao Verdão.
Já campeão da Copa do Brasil, o Verdão foi para a disputa do Brasileiro sem grandes responsabilidades, e priorizando mais a Copa Mercosul, em sua primeira edição, para dar treino aos jogadores do elenco.
Mesmo assim, na primeira fase, com 23 jogos, venceu 14, empatou três e perdeu seis, ficando um ponto atrás do Corinthians, em segundo lugar. Foram ainda 46 gols pró (melhor ataque) e 32 contra.
Nessa fase, o Palmeiras venceu o Corinthians (3 x 1), o São Paulo (2 x 1) e perdeu para o Santos (0 x 1). O clube chegou a liderar por oito rodadas e só passou em segundo porque empatou com o América-RN, na última rodada, por 1 x 1, e viu o Timão ultrapassá-lo.
Com o resultado de classificação, o Verdão se classificou às quartas de final contra o Cruzeiro, em três jogos.
No primeiro jogo, Fábio Júnior abriu o placar, Oséas empatou, mas Marcelo Dijian fez 2 x 1 para o time mineiro, em casa. Na partida de volta, Paulo Nunes fez 1 x 0 para o Palmeiras, Djair empatou e Júnior Baiano, de falta, no fim do primeiro tempo, fez 2 x 1 e deu vantagem de empate ao Palmeiras no terceiro jogo, que também seria no Palestra Itália.
Contudo, em 33 minutos, Marcelo Ramos marcou duas vezes e deixou o Cruzeiro em vantagem. Almir e Paulo Nunes empataram para o Verdão, mas aos 43 do segundo tempo, de novo ele, Fábio Júnior, deu a classificação ao Cruzeiro. No jogo, Arce e Rogério foram expulsos no lado palmeirense e Valdo pelo lado cruzeirense.
Contudo, naquele semestre, o Palmeiras se concentrava na Copa Mercosul, que seria uma espécie de treino para a Libertadores do ano que vem. Por isso, Luiz Felipe Scolari fez o seguinte rodízio. Nos jogos em São Paulo, jogaria um time misto, cheio de reservas, enquanto nos jogos fora, a equipe titular entraria em campo. E deu muito certo.
Na estreia, no Morumbi, o São Paulo fez 2 x 1 no Independiente-ARG, de virada, com gols de Magrão e Almir. No segundo jogo, no Centenário, em Montevidéu, vitória palmeirense por 5 x 0, com gols de Oséas, Magrão (2), Tiago Silva e Juliano. Em Santiago, contra a Unvierdidad de Chile, vitória por 2 x 1, com gols de Roque Júnior e Alex.
O returno da fase de grupos começou com jogo na Argentina, contra o Independiente, e vitória do Palmeiras por 3 x 0, com gols de Paulo Nunes e Alex (2). Em São Paulo, o Palmeiras fez 3 x 1 no Nacional-URU, com gols de Rogério e Arílson (2). O clube encerrou sua participação na fase de grupos no Palestra Itália, com vitória de 1 x 0 sobre a Universidad de Chile, com gol de Almir.
A partir das quartas de final, o Verdão jogador apenas com o time titular. Em São Paulo, contra o Boca, vitória por 3 x 1, com gols de Almir, Arílson e Magrão, sendo que os dois últimos saíram do banco. Em La Bombonera, empate por 1 x 1, com gol de Alex para o Palmeiras.
Alex fez os dois gols da vitória de 2 x 0 sobre o Olimpia-PAR na semifinal. No jogo de volta, em Assunção, o Palmeiras venceu por 1 x 0, gol de Oséas.
A final seria disputada até um dos clubes somar quatro pontos. E a decisão seria novamente contra o Cruzeiro. Na ida, no Mineirão, primeira derrota do Palmeiras no torneio, por 1 x 2, com Roque Júnior marcado pelo Verdão e Fábio Júnior fazendo o da vitória aos 45 do segundo tempo.
No jogo de volta, no Palestra Itália, o Palmeiras fez 3 x 1 no Cruzeiro. Fábio Júnior abriu o placar para a Raposa, mas Cléber, Oséas e Paulo Nunes viraram para o Verdão, que levou a disputa para o terceiro jogo. E o título veio com um gol em jogada de falta, de Arce, aos 17 do segundo tempo.
Naquele ano de 2010, o Verdão chegou a vencer dez partidas seguintes e mostrava que seria uma equipe muito forte em 1999.
Dos 71 jogos oficiais de 1998, foram 42 vitórias, 13 empates e 16 derrotas, com 136 gols pró e 86 contra.