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Vojvoda, Pituca, invasão estrangeira e mais: os destaques da PLACAR de março

Técnico argentino narra seu amor pelo Fortaleza e pela capital cearense em reportagem da capa da edição 1509; garanta a sua em nossa loja oficial

A edição de março de PLACAR foi lançada nesta quarta-feira, 13, com diversos sotaques em destaque. O técnico argentino Juan Pablo Vojvoda, ídolo da torcida do Fortaleza, estampa a capa, em uma entrevista exclusiva na qual abre o jogo sobre sua identificação com o Tricolor cearense. A edição traz também um conteúdo especial sobre o crescimento exponencial no número de atletas estrangeiros que elevaram o nível do futebol brasileiro, além de entrevista com Diego Pituca, a cara do renascimento do Santos, e muito mais. A PLACAR de março já está disponível na loja oficial da revista no Mercado Livre e chega às bancas de todo o país a partir da próxima sexta-feira, 15.

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Vojvoda recebeu o repórter Klaus Richmond em sua casa, em Fortaleza, menos de dois dias depois de seu clube sofrer um atentado a pedra e bomba no Recife. O treinador cobrou punições severas aos responsáveis e abordou a questão da violência nos estádios, mas fez questão de ressaltar sua satisfação em fazer história no Nordeste do Brasil.

“A essência do futebol está no campo, quando a bola está rolando e os torcedores se manifestam. Esse é o verdadeiro amor que as pessoas têm com as cores de sua camisa, com o seu clube… E isso encontrei em Fortaleza. Os torcedores sofreram muito, mas nos últimos
anos desfrutaram. Isso me emociona”, contou Vojvoda, com a voz embargada. A íntegra da entrevista será divulgada na próxima sexta-feira, 15, na PLACAR TV, nosso canal no Youtube (clique aqui e inscreva-se)

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Diego Pituca, do Santos, é atração da PLACAR
Diego Pituca, do Santos, é atração da PLACAR

A edição segue com outra entrevista exclusiva, com Diego Pituca, santista de coração que retornou à Vila Belmiro para tentar guiar o Peixe de volta à elite. “Foi difícil acompanhar tudo de longe, ficava com aquela sensação ruim de não poder ajudar. Infeliz mente os japoneses não me liberaram [na metade do ano], então sofri muito como torcedor”, contou Pituca, que assistiu à inédita queda durante uma viagem com a família pelas montanhas de Niseko, no Japão. O volante canhoto falou sobre a responsabilidade de vestir a braçadeira de capitão, relembrou passagens com antigos treinadores e contou com orgulho a sua incomum trajetória de quem só deslanchou na carreira com idade avançada.

A PLACAR de março traz uma reportagem especial sobre como a presença de mais de uma centena de atletas estrangeiros elevou o nível do futebol brasileiro e contribuiu para a hegemonia continental do país. Especialistas de mercado apontaram como os salários altos e boas estruturas seduzem cada vez mais gringos, até mesmo estrelas do calibre de De La Cruz, do Flamengo. A edição foi fechada dias antes de a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ampliar de sete para nove o limite de atletas estrangeiros em campo por equipe do Brasileirão.

Valencia, Arias, De La Cruz, Garro e Payet são algumas das estrelas gringas do Brasileirão - Reprodução/PLACAR
Valencia, Arias, De La Cruz, Garro e Payet são algumas das estrelas gringas do Brasileirão – Reprodução/PLACAR

A edição também traça um prognóstico sobre o início da era Dorival Júnior na seleção brasileira, que enfrentará Inglaterra e Espanha neste mês. A reportagem de André Avelar apresenta uma análise sobre os estreantes convocados e sobre como o cenário político turbulento na CBF pode afetar o trabalho do novo técnico. Jornalistas renomados como Fabio Sormani, Leandro Quesada, André Hernán, Walter Casagrande e Vitor Sergio Rodrigues fazem suas apostas sobre a equipe canarinho.

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Reportagem com prognósticos sobre o início da era Dorival - Reprodução/PLACAR
Reportagem com prognósticos sobre o início da era Dorival – Reprodução/PLACAR

Na seção prorrogação do mês em que completa 54 anos de história, PLACAR rememora cinco reportagens marcantes, uma de cada década (1974, 1984, 1994, 2004 e 2014), com destaque para nomes como Johan Cruyff, Romário e Lionel Messi.

Seção prorrogação de março - PLACAR
Seção prorrogação de março – PLACAR

Confira a carta do editor desta edição:

TEM SOLUÇÃO (?)

Passado o choque provocado pelo selvagem atentado de torcedores do Sport contra o ônibus do Fortaleza no Recife, outra preocupação tomou conta da redação de PLACAR naquele 21 de fevereiro. Será que Juan Pablo Vojvoda estará em condições, físicas e psicológicas, de nos atender menos de dois dias depois do trauma? O treinador argentino não só fez questão de manter o combinado, como surpreendeu o repórter Klaus Richmond, o fotógrafo Alexandre Battibugli e o operador de áudio João Vitor Fagá ao convidá-los para um jantar na véspera, em um discreto restaurante da capital cearense.

Vojvoda queria entender como seria a pauta, mas logo foi deixando a desconfiança de lado, sem jamais perder sua peculiar gentileza, entre porções de bife ancho e picanha com chimichurri. No dia seguinte, abriu sua casa para um papo de mais de uma hora e ainda topou uma caminhada na praia para a foto de capa. Depois, correu para rever os comandados no primeiro treino pós-ataque. Apesar do tom sereno, de quem sabe o que quer da vida e desfruta plenamente a aventura no Nordeste do Brasil, o técnico se entristeceu ao ressaltar que a violência no futebol não pode, em hipótese alguma, ser normalizada. Narrou as cenas de terror em Pernambuco e defendeu punição severa aos responsáveis, o que não se deu até o fechamento desta edição. Seis atletas ficaram feridos. Dias depois, um cruzeirense morreu em confronto com atleticanos em BH.

Pelé com a mãe Celeste, na Vila Belmiro
Pelé com a mãe Celeste, na Vila Belmiro

Os casos de violência nos estádios e em seus arredores não são novidade. Em abril de 1996, época em que a Inglaterra já colocava em prática medidas duras que acabariam com o hooliganismo, PLACAR dedicou uma edição especial sobre o tema. Com a chamada principal “Paz”, a revista ouviu de personalidades como o técnico Zagallo, o atacante Renato Gaúcho, o cantor Nando Reis e o escritor Luís Fernando Veríssimo 10 soluções para acabar com a selvageria nos estádios. O país ainda chorava a morte de um tricolor no ataque a paus e pedras entre torcedores de Palmeiras e São Paulo, no Pacaembu, em um torneio de juniores no ano anterior. Como se vê,
pouca coisa mudou, e talvez tenha até piorado, em meio a medidas preguiço as das autoridades.

Edição de PLACAR clamava pelo fim da violência no futebol
Edição de PLACAR clamava pelo fim da violência no futebol

“Existe solução”, cravamos na ocasião, ao apresentar as sugestões do entrevistados. Mas o destino mostrou que diversas medidas seriam ineficazes. A revista levou ídolos como Pelé, Zico e Sócrates aos estádios com suas mães, sinalizando que a presença feminina poderia inibir os brigões. Quem dera fosse tão simples. O fim das torcidas organizadas foi amplamente citado. Um ano depois, a Mancha Verde, do Palmeiras, e a Independente, do São Paulo, foram banidas, mas seus integrantes retornaram normalmente aos estádios, sob novos nome e razão social. A impunidade já indignava. “Tem de deixar o torcedor violento no mínimo um ano preso. Hoje o cara paga 10 reais de fiança e cai fora, é uma grande sacanagem”, afirmou Renato Gaúcho há 28 anos. “A paz só voltará aos estádios quando os clubes assumirem a responsabilidade”, complementou Veríssimo. A mais precisa das reflexões veio do jornalista e escritor Sérgio Cabral. “A violência está aí na sociedade e isso tem repercussão nos estádios. Precisa melhorar o país, a polícia, tudo.”

O exemplo inglês comprova que punições coletivas podem ser, sim, eficazes – equipes britânicas foram banidas das competições europeias por cinco anos –, desde que acompanhadas de maior fiscalização, preparo policial e severos castigos individuais. A torcida única, proibição da presença de visitantes em clássicos, imposta em diversos estados, já se mostrou um fracasso, pois tira o inigualável colorido das arquibancadas sem erradicar a violência do lado de fora, como comprova o caso do próprio Fortaleza. Esse atentado, que por muito pouco não deixou vítimas fatais, é mais uma oportunidade para que todas as partes envolvidas (atletas, clubes, federações e autoridades) se unam em prol da paz e da civilidade. O passado recente, no entanto, não nos permite ser muito otimistas.

Capa da edição 1509, de março de 2024, com Juan Pablo Vojvoda - PLACAR
Capa da edição 1509, de março de 2024, com Juan Pablo Vojvoda – PLACAR

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