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Veto da Uefa em Alemanha x Hungria gera reações de apoio à causa LGBT+

Clubes alemães, gigantes europeus, jogadores e autoridades políticas declararam apoio ao movimento; 11.000 bandeiras serão distribuídas nesta quarta-feira

A Uefa viu aumentar o número de manifestações e de repercussão em torno da decisão de vetar um pedido para iluminar a Allianz Arena, em Munique, com um arco-íris, símbolo da causa LGBT+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e simpatizantes) durante a partida entre Alemanha e Hungria, nesta quarta-feira, 23, às 16h. Além de clubes alemães, os primeiros a se manifestarem, jogadores e até mesmo autoridades alemãs rebatem a escolha da entidade, endossando ainda mais o apoio ao movimento.

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“Não creio que a Uefa esteja se mostrando como uma instituição aberta e tolerante”, afirmou o prefeito da cidade, Dieter Reiter, à Agência EFE. “Não nos deixamos impressionar. Independentemente do que a Uefa diga”. O discurso também foi seguido pelo político Markus Söder, potencial sucessor da ministra Angela Merkel.

“É uma pena que a arena de Munique não possa brilhar com as cores do arco-íris. Isso teria sido um bom sinal de tolerância e liberdade. Temos que nos levantar contra a exclusão e a discriminação”, afirmou em seu Twitter.

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Reiter informou que a sede da prefeitura, no centro da cidade, terá bandeiras içadas durante a partida. No entorno do estádio, 11.000 bandeiras coloridas serão distribuídas para os torcedores em forma de protesto.

A proibição gerou manifestos diversos. Entre os alemães, clubes como Wolfsburg, Schalke 04, Koln, Eintracht Frankfurt, Hertha Berlin, Augsburg foram os primeiros a se posicionar. Muitos deles, inclusive, informaram que vão iluminar os seus estádios com o arco-íris no momento da partida.

Eles foram seguidos por Barcelona, Juventus e outros gigantes europeus. Posteriormente, foi a vez de jogadores como Antoine Griezmann e outros nomes importantes. “Não se trata de provocação. É fazer a coisa certa”, rebateu o Schalke em suas redes sociais, com uma imagem do arco-íris exposta no telão do estádio.

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O perfil oficial do estádio Olímpico de Berlim, utilizado pelo Hertha Berlim, também disse que fará coro ao manifesto: “Quando se trata de tolerância e direitos humanos, estaremos presentes – amanhã, a partir das 21h”.

A Uefa, por sua vez, não dá sinais de que mudará o seu posicionamento. A entidade europeia alega que o evento não pode sofrer com “interferências políticas” e sugeriu aos alemães o uso do símbolo em outras datas alternativas. “A Uefa, através dos seus estatutos, é uma organização política e religiosamente neutra. Dado o contexto político deste pedido específico – uma mensagem visando uma decisão tomada pelo parlamento nacional húngaro – a UEFA deve recusá-lo”, explicou a Uefa em comunicado.

“A Uefa propôs à cidade de Munique iluminar o estádio com as cores do arco-íris em 28 de junho – o Dia da Libertação da Rua Christopher – ou entre 3 e 9 de julho, que é a semana do Dia da Rua Christopher em Munique”, acrescentou em outro trecho.

A decisão teve influência decisiva de uma ofensiva do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Órban, apoiado pelo governo de extrema-direita de Budapeste. Na última semana, Órban aprovou uma nova lei que proíbe a disseminação de conteúdo que promova a igualdade de gênero. Estudantes, menores de 18 anos, não terão acesso a qualquer conteúdo que faça menção ou referências ao homossexualismo. A lei também monitora o conteúdo publicitário de empresas, que também possam sugerir ou incentivar o tema.

Antes do início da Euro, o político defendeu torcedores húngaros que vaiaram jogadores da Irlanda que se ajoelharam em protesto contra o racismo, em amistoso no último dia 8. Ele alegava que tal postura não “tinha lugar” na cultura húngara. Na competição, a Uefa abriu investigações depois de receber denúncias de manifestações racistas e contrárias a protestos que defender igualdade racial.

A Federação Alemã de Futebol (DFB, pela sigla original) afirmou preferir que qualquer protesto ou manifestação seja realizado em data diferente a do jogo. No último jogo da Alemanha, vencido por 4 a 2 sobre Portugal, o goleiro e capitão da equipe, Manuel Neuer, utilizou a braçadeira de capitão com as cores do arco-íris. A Uefa chegou a abrir investigação, mas optou por não punir o goleiro.

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