UFC: ‘Foi a luta da minha vida’, diz Pezão após duelo épico
O brasileiro aguentou cinco rounds de trocação contra Mark Hunt. Seu próximo rival está indefinido, e ele não descarta enfrentar Cigano – mas só pelo cinturão

“O saldo geral foi muito positivo, vi que dei o meu melhor. Quanto ao resultado, foi justo. Tenho consciência que venci três rounds, mas ele estava lutando perto casa e com a torcida. Os dois dentro do octógono mostraram muita força de vontade”
Foram cinco rounds de muita trocação e dois lutadores exaustos depois dos 25 minutos de combate. O empate entre Antônio Pezão e o neozelandês Mark Hunt, no sábado, no UFC na Austrália, foi apontado pelos especialistas como um dos melhores confrontos da história da categoria peso-pesado. Aproveitando o tempo de folga para ficar em casa com a família, na Flórida, e se recuperar das lesões sofridas na batalha, o brasileiro garante que ficou feliz com o resultado e acredita que melhorou em vários pontos desde as duas derrotas para o campeão Cain Velasquez, algoz que o brasileiro espera voltar a enfrentar no futuro. “Foi, com certeza, a luta mais difícil da minha vida, a primeira que durou os cinco rounds”, disse Pezão, lembrando que o fato de lutar em um país próximo à nação de origem de seu adversário deixou o combate mais complicado – Hunt estava praticamente em casa. Ao avaliar os futuros desafios, Pezão afirma que sua categoria está “embolada”. Mesmo sem saber quem deverá enfrentar na próxima vez que pisar no octógono, o paraibano só tem certeza de contra quem não gostaria de lutar: Júnior Cigano. “Não queria, mas em uma disputa de título eu não teria escolha”, reconheceu. Os dois treinam juntos na Team Nogueira, academia dos irmãos Rodrigo e Rogério Nogueira no Rio de Janeiro. Assim como Cigano, Pezão agora espera uma decisão do chefão Dana White sobre os próximos passos no torneio.
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Você já assistiu ao vídeo da luta? Achou o empate justo? Já vi e revi várias vezes, até para estudar o que acertei e o que fiz de errado. Acredito que o saldo geral foi muito positivo. Vi que dei o meu melhor. Quanto ao resultado, foi justo. Tenho consciência que venci três rounds, mas ele estava lutando perto de casa e com o apoio da torcida. Os dois mostraram muita força de vontade. Acabou sendo uma decisão justa.
Você acha que melhorou em relação à luta contra o Cain Velasquez, em que você foi nocauteado logo no início? Em meu último encontro com o Velasquez, eu praticamente não lutei. Cansei mais no vestiário que na luta (risos). Eu sempre disse que não gosto de deixar meus confrontos para que os jurados decidam, e acho que foi nisso que eu melhorei. A luta contra o Mark Hunt acabou sendo decidida por pontos, mas fui mais agressivo e tentei terminar antes. Eu esperava terminar as lutas contra o Velasquez com um golpe certeiro, o que é normal na categoria dos pesados. A gente não consegue fazer uma movimentação igual à de um lutador de 70 quilos, que fica indo para frente e para trás o tempo todo.
Foram cinco rounds exaustivos, com muita trocação. Você fez alguma preparação física especial para aguentar essa batalha? Fiz meu treinamento normal, assim como nas outras lutas, na American Top Team, na Florida. Duas semanas antes de enfrentar o Mark Hunt eu machuquei minha região lombar e diminuí o ritmo dos treinos. Essa redução no ritmo acabou fazendo falta para mim no quinto round. Isso é visível para quem acompanhou a luta. Dei mais ênfase aos treinos de wrestling, estava atacando bem mais do que defendendo.








Sua estratégia era realmente tentar no nocaute? Não, a ideia era levar a luta para o chão e desenvolver meu jiu-jitsu, mas o Mark Hunt estava muito atento às minhas tentativas de queda. Acho que ele treinou muito essa parte. E sempre que eu buscava a queda, eu sentia dor nas costas. O Hunt é um lutador muito bom em pé, então a estratégia era levá-lo para o chão. Entrei no octógono sabendo que poderia ganhar no chão e na trocação, mas o caminho seria mais longo na última opção.
Com o empate, qual o próximo passo na sua carreira? É muito difícil saber quem eu vou enfrentar. A divisão dos pesados está totalmente embolada. Mas se eu tivesse uma oportunidade de escolher algum adversário, gostaria que fosse o americano Josh Barnett. Iríamos lutar no extinto Strikeforce, mas acabou não acontecendo.
Aceitaria uma luta contra o Junior Cigano? Eu sempre disse que o enfrentaria, mas apenas pelo cinturão. Não gostaria de lutar contra o Cigano, mas em uma disputa de título eu não teria escolha.