Técnicos se reúnem na CBF para exigir mudanças
Treinadores querem que a entidade estabeleça medidas para diminuir o número de demissões nos clubes do país
Técnicos de todo o país se reuniram nesta segunda-feira na sede da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para debater com o presidente da entidade, Marco Polo Del Nero, uma série de reivindicações para proteger a categoria. A principal delas é a diminuição do número de demissões de treinadores no país. Ironicamente, horas depois o Vasco demitiu o técnico Milton Mendes.
As principais reivindicações dos treinadores são limitar o número de contratações de técnicos ao longo das competições, a obrigação do pagamento de multas rescisórias antes de novos acordos, registro de contratos de todos os profissionais e validação dos certificados de técnicos brasileiros para atuar no exterior.
“As mudanças são boas para o técnico e, em sua essência, boas para o futebol brasileiro”. afirmou Tite. “Minha prioridade, entre outros aspectos importantes, é que a troca de técnicos tem de ser diminuída (…) O futebol não evolui dessa forma”, completou o treinador da seleção.
A intenção dos técnicos é de que a CBF estabeleça as regras no Regulamento Geral de Competições, que faria as normas serem válidas para todos os campeonatos nacionais e evitaria, por exemplo, que tivessem que ser aprovadas pelos clubes na reunião arbitral que antecede as competições.
“Hoje, infelizmente, a nossa legislação está fazendo com que a gente ande muito para trás. Você se sente lesado. Nós não temos respaldo, não somos respeitados e não temos uma legislação que faça com que os clubes nos respeitem quando somos demitidos”, declarou Vagner Mancini, um dos líderes do movimento. Ele foi demitido pela Chapecoense no início do Brasileiro e hoje no Vitória.
A intenção dos técnicos é que cada clube só possa ter dois treinadores ao longo de uma mesma competição. Da mesma forma, um treinador só poderia treinar dois times num mesmo campeonato. “Ninguém é contra a quebra de contrato, porque ela é prevista. O clube tem total direito de demitir a hora que for – desde que cumpra com a penalidade. Assim como o técnico que quer sair para mudar de clube, teria que pagar a indenização”, explicou Mancini.
Para o técnico Rogério Micale, do Atlético Mineiro, as mudanças têm por motivação preservar a relação entre técnicos e clubes. “Contrato proporciona tanto ao empregador quanto ao empregado o poder de rescisão. O que a gente quer é algo mais organizado, para que não afete tanto o desenvolvimento do nosso futebol. Não estamos pensando só no treinador. Precisamos fazer alguma coisa, tomar alguma atitude, para que a gente possa melhorar e se equiparar a outros países do mundo”, afirmou.
(com Estadão Conteúdo)