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‘Superação requer momentos difíceis; Essa é a verdade escancarada pelo esporte paralímpico’

Bruna Alexandre, com apenas 21 anos, é um dos sucessos do Tênis de Mesa paralímpico do Brasil

Publicado por: Caroline Cabral em 20/09/2016 às 12:04 - Atualizado em 20/09/2016 às 12:04

“Meu diferencial não
é o braço a menos… É o meu saque!”

Responda rápido: qual o meu
diferencial como jogadora de tênis de mesa? Se respondeu que é a ausência do
braço direito, você errou; é o meu saque. Desde a primeira vez em que peguei na
raquete, aos 7 anos, percebi que sacar bem seria meu maior desafio. Quando
consegui fazê-lo usando o queixo e uma mão, treinei à exaustão, até
transformá-lo numa das principais forças do meu jogo; até o braço a menos
deixar de ser o diferencial… E virar um detalhe! 

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A
amputação não determinou quem eu seria

Nunca senti falta do braço direito. Eu tinha 3 meses quando
uma vacina mal aplicada provocou uma trombose nele. Foi o jeito amputar. O doutor
cumpriu pena de quatro anos pelo erro. Meu pai (mecânico aposentado) e minha
mãe (ex-caixa de supermercado) sofreram, mas não deixaram isso pautar minha
vida. Dentro de casa, nunca tive privilégios por não ter um braço. Precisei me
virar tanto quanto meus dois irmãos para alcançar as altas expectativas dos
nossos pais. Acabei entendendo que sou uma mulher inteira, forte, capaz de
chegar longe.

Para mim, o limite do meu corpo sempre esteve e estará na
minha mente. Daí eu amar o esporte desde que me dou por gente. Andar de skate,
jogar futsal e fazer trilha de bicicleta era comigo mesma! Tanto fazia a
modalidade, o importante era o movimento constante, o sangue disparado na veia.
Foi dureza escolher, aos 17 anos, se ia me dedicar integralmente ao tênis de mesa
ou ao futsal… Até hoje o esporte de quadra me apaixona. Mas são a mesa de
madeira e a raquete que trazem a Bruninha olímpica à tona!    

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Eu estava terminando o 1º
colegial quando um técnico local me viu jogando no projeto Revelando Talentos,
da prefeitura de Criciúma (SC), e me propôs virar atleta profissional. O
convite me fez pensar, pela primeira vez, no esporte como ganha-pão. Deixei
família, amigos e escola em Santa Catarina e me mudei para São Caetano do Sul
(grande São Paulo). No começo, eu me senti só. Era do treino pra casa e de casa
para o treino! Mas foquei na concentração e dedicação que o esporte,
paralímpico ou não, exige. E segui em frente.

Bruna Alexandre foi para os Jogos de Londres com apenas 17 anos – Fernando Maia

Toda superação
requer momentos difíceis

Não é fácil. Nem toda competição me levou ao pódio. Algumas me
deixaram na lona. Nos Paralímpicos de 2012, em Londres, eu estava prestes a
garantir o ouro. Porém, não consegui lidar emocionalmente com a pressão e perdi
para a australiana Melissa Tapper. Fiquei arrasada! Decidi, então, focar nas
minhas falhas, para não cometer os mesmos erros. Suei seis horas por dia, seis
dias por semana para melhorar minha técnica e trabalhar melhor o emocional,
ficar sozinha é muito importante, me faz ter foco, concentrando toda minha
atenção no jogo. Valeu a pena: há dois meses derrotei Melissa no Aberto
Paralímpico da Eslováquia. Me tornei campeã da Classe 10 Feminina!

Superação requer momentos difíceis. Essa é a verdade
escancarada pelo esporte paralímpico. Por saber dela, nunca me vi como coitada.
Digo inclusive que minha deficiência é quase nada. Convivo diariamente com
pessoas em condições tão mais limitantes que não me permito reclamar da falta
de um membro. Falta essa que me faz vencedora e ainda me permite ajudar minha
família. A casa onde cresci, por exemplo, foi reformada e ampliada com a minha
ajuda. Uma maneira de retribuir o apoio incondicional dos meus pais e dos meus
irmãos. É uma felicidade, poder presenteá-los toda vez que vou lá. E será uma
felicidade maior ainda na próxima visita, quando eu chegar com a medalha de
bronze que conquistei no Rio 2016.

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Bruna
Alexandre, 21 anos, mesatenista paralímpica

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Bruna já havia disputado os Jogos de Londres – Marcio Rodrigues

Ficha Técnica – Tênis de mesa

Bruna Alexandre, 21 anos – Criciúma, SC

Deficiência


Perdeu
um braço aos 3 meses de vida

Conquistas anteriores

Mundial:
Bronze no Individual e por Equipe em Pequim/CHI (2014)

Open:
Prata no Individual em Berlim/ALE (2015), ouro no Individual e prata na Dupla
em Lasko/SVN (2015), ouro no Individual e Prata por Equipe na Eslovênia (2014),
ouro no Individual e prata por Equipe na Eslováquia (2013), ouro no Individual
e por Equipe na República Tcheca (2013), ouro no Individual e por Equipe na
França (2012), ouro no Individual na Eslovênia (2012), ouro no Individual em
Lignano/ITA, ouro no Individual e por Equipe na Hungria (2012), Bronze no
Individual na Inglaterra/GBR (2012); ouro no Individual na Inglaterra/GBR
(2011), ouro no Individual e por Equipe na República Tcheca (2011), ouro no
Individual e por Equipe em São Paulo/BRA (2011), prata no Individual na Holanda
(2011), bronze no Individual em Lignano/ITA, ouro por Equipe e prata no
Individual na Hungria (2011), ouro no Individual na França (2010), prata no
Individual e por Equipe em Taipei (2010), ouro no Individual no Brasil (2010),
prata por Equipe e bronze no Individual no Brasil (2009)

Conquistas Rio 2016

Bronze
na classe 10 do Tênis de Mesa

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