Ricardo Teixeira coloca à venda sua mansão em Miami
Ex-presidente da CBF quer vender rápido o imóvel por R$ 40 milhões – preço inicial era de R$ 50 milhões. Ele acompanha a venda do Rio de Janeiro
Oito meses antes de acusações de corrupção levarem oito dirigentes da Fifa à prisão, o ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, colocou à venda a casa que tem em Sunset Island, um dos endereços mais luxuosos de Miami. O dirigente comprou o imóvel em 2012 da ex-tenista russa Anna Kournikova. Pagou 7,43 milhões de dólares (26,6 milhões de reais), 2 milhões de dólares a menos que o pedido inicial. Construída em 2000, a casa tem sete quartos, oito banheiros e atracadouro para iates e, segundo um corretor que negocia o imóvel que preferiu não se identificar, Teixeira pedia 15,5 milhões de dólares (pouco menos de 50 milhões de reais) pelo imóvel em setembro. O valor foi reduzido para 13,5 milhões de dólares em janeiro e para 12,9 milhões de dólares (40 milhões de reais) no mês passado. “As pessoas costumam baixar o preço quando concluem que o imóvel foi superavaliado ou quando têm pressa para vendê-lo”, disse o corretor.
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O nome de Teixeira não aparece nas investigações da Justiça americana que levou à prisão os dirigentes da Fifa, entre ele o ex-presidente da CBF José Maria Marin. Mas os procuradores de Nova York declararam que o caso está “no começo”. Entre as operações investigadas pelo Departamento de Estado estão contratos de patrocínio assinados durante a gestão de Teixeira na CBF, de 1989 a 2012.
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Volta – Após passar uma temporada em Mônaco, Teixeira retornou ao Brasil no início desta semana e se instalou em sua residência no bairro do Itanhangá, na zona oeste do Rio, onde vive uma rotina reclusa. Desde que chegou, pouco deixou seu imóvel e durante a semana, frequentemente, recebeu a visita de seus advogados. Ele acompanha em silêncio os desdobramentos do escândalo de corrupção na Fifa que resultaram na prisão de antigos aliados – um deles Marín, vice-presidente em seus últimos anos de gestão, acusado de cobrar propinas milionárias em diversos contratos da entidade, a partir do momento em que o sucedeu na presidência.
A residência de Teixeira fica em um luxuoso condomínio, parece uma fortaleza, dada a grande quantidade de câmeras e de seguranças armados vigiando o local. Além de Teixeira, o atacante Fred, o ator Bruno Gagliasso e a atriz Ísis Valverde também têm imóveis no condomínio, em que os funcionários elogiam a “simpatia do dr. Ricardo Teixeira”, que frequentemente distribui camisas de futebol e outros materiais esportivos aos trabalhadores.
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Momentos depois da detenção de Marín, em Zurique, na Suíça, o atual presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, prestou solidariedade ao “amigo” e vice-presidente de sua gestão, dizendo que as irregularidades que o levaram à prisão foram cometidas na gestão anterior, portanto, na administração de Teixeira.
As investigações se aproximam de Teixeira. Um dos alvos das autoridades dos Estados Unidos é o contrato de fornecimento de material esportivo entre uma empresa do país e a CBF. O negócio teria rendido 30 milhões de dólares em propina para Hawilla e um representante da CBF, que à época era gerenciada por Teixeira.
Hawilla foi um dos réus confessos da operação e já devolveu cerca de 80 milhões de reais à justiça americana após confessar algumas irregularidades. Por enquanto, Teixeira não foi citado formalmente nas investigações.
(Com Estadão Conteúdo)