Time fez grande final contra o Real Madrid e quase conquistou o torneio
A final feita pelos japoneses do Kashima Antlers contra o Real Madrid foi mais do que um grande jogo, imprevisível até então. Foi uma lição para os clubes da América do Sul, que disputam o Mundial, inclusive os brasileiros.
O jogo feito pelos japoneses surpreendeu pela ousadia, pela quantidade de chances criadas, e perdidas, além de uma força que quase trouxe o título mundial ao time asiático, campeão japonês semanas antes. E disso, duas lições podemos tirar.
A primeira, mais clara, é da ousadia. O time não esperou o Real Madrid o tempo todo. Atacou, criou boas chances, foi para cima do clube espanhol, que obviamente, por sua superioridade técnica, dominou a partida na maioria do tempo, criou mais chances, mas não deixou de sofrer. E isso pode ser visto no começo da segunda etapa, quando o Kashima virou o jogo. Pode-se criar a desculpa que quiserem (O Real estava de salto alto, o goleiro Navas é baixo, etc etc), mas isso aconteceria fosse com um clube japonês, fosse com um clube brasileiro. Mas o que vimos nos últimos anos foram clubes brasileiros e outros sul-americanos recuados, com medo da derrota, que muitas vezes veio por conta desse medo. Pouco se via em movimentação ofensiva. E por mais organizado que fosse o time japonês, está longe de ser melhor tecnicamente que os clubes da América do Sul. Mas ao contrário dos times daqui, o time do Japão jogou futebol, como se disputasse o Campeonato Japonês, mas sem deixar de respeitar o grande Real Madrid.
E o Kashima tornou-se o primeiro clube a marcar gol contra europeus em um Mundial desde 2012, quando o Corinthians venceu a final do torneio contra o Chelsea. E o Corinthians foi o último time que resolveu jogar seu futebol, apesar de um pouco tarde, na final do torneio. Ficou recuado toda a primeira etapa, mas da metade da segunda etapa até quase o fim dominou o Chelsea, criou as melhores chances, atacou e venceu o “gigante” europeu. As outras duas conquistas brasileiras nesse formato não foram assim. O Internacional, em 2006, fez um grande jogo contra o enorme Barcelona, mas ficou recuado o tempo todo. Não sofreu grande pressão, pois tinha muita qualidade, mas no ataque, só marcou na única chance que teve. O São Paulo de 2005, criou essa chance logo cedo e também marcou. A partir daí, sofreu pressão do Liverpool até o fim. Sofreu três gols impedidos e, com isso, conquistou o Mundial.
Outro motivo para o bom jogo do Kashima é a sequência. O time fora campeão japonês menos de um mês antes. Foi o último time classificado para o torneio. Ou seja, o time veio igual e com ritmo. A partir de 2017, o campeão da Libertadores será conhecido no começo de dezembro, semanas antes do Mundial. Isso tende a ajudar a equipe, que vai completa e com ritmo para a disputa do torneio.
A partir de 2017, espera-se que um time sul-americano chegue a final e seja protagonista, algo que não aconteceu nos últimos quatro anos.