Publicidade
Publicidade

Na Áustria, a seleção encerra 2014 ainda em reconstrução

Equipe sabe que ainda não superou o maior desastre de sua história, mas quer continuar somando vitórias e restaurando, aos poucos, a reputação do Brasil

“Não fizemos nada ainda”, avisou o lateral Filipe Luis, mesmo com as cinco vitórias seguidas com Dunga. “Temos de ter os pés no chão”, concordou o zagueiro David Luiz

A seleção brasileira entra em campo nesta terça-feira para seu último compromisso em 2014, um ano que ficará marcado por fortes emoções, grandes esperanças e a maior derrota da equipe em toda a sua história. O resultado na Copa do Mundo jamais será apagado, mas o time que enfrenta a Áustria, no estádio Ernst-Happel, em Viena, a partir das 16 horas (de Brasília), segue se esforçando para realizar um processo de reconstrução interna, uma longa busca para voltar a ter respeito internacional. Apesar do discurso confiante dos cartolas da CBF em alguns momentos, o próprio comando da entidade sabe que apenas vencer amistosos não será o bastante para cicatrizar as feridas. “Ainda tentamos sair do inferno”, disse José Maria Marin, presidente da CBF, em referência à frase que ele próprio disse antes da Copa alertando que, em caso de derrota, todos desceriam ao inferno.

Publicidade

Leia também:

Dunga diz a Thiago Silva que ‘aqui ninguém é dono de nada’

Thiago Silva critica a imprensa – e nega crise com Neymar

Continua após a publicidade

Depois de desabafo, Thiago Silva perde espaço e prestígio

França anuncia amistoso contra o Brasil em março de 2015

Dentro desse contexto, o técnico Dunga deixa claro que só um resultado interessa contra os austríacos: a vitória. A estratégia é vencer todas as partidas possíveis para voltar a dar confiança aos jogadores, reconquistar a admiração da torcida e restaurar até a credibilidade entre os patrocinadores que pagaram caro para associar suas marcas à seleção no ano da Copa. Sob o comando de Dunga, o Brasil disputou cinco jogos, ganhando todos. Foram doze gols marcados e nenhum sofrido. Para garantir os 100% de aproveitamento pós-Copa, o time que entra em campo nesta terça é o mesmo da goleada por 4 a 0 sobre a Turquia, na semana passada. “Quanto mais confiança um jogador tem, mais ele vai render”, justificou o treinador. Marin também defende uma renovação em etapas, para não queimar os mais jovens.

Ritmo e pressão – O trabalho de reconstrução do time passa por um novo comportamento dentro de campo e no vestiário. Nos últimos dias, em Viena, Dunga promoveu uma reviravolta no andamento dos treinos, o que chegou a deixar os mais experientes sem fôlego. Adotou um sistema de treinamentos acelerados, com inovações: o uso de mais de dois goleiros e configurações variadas de campo, sempre com o objetivo de conseguir preparar um time compacto, rápido e solidário, em que todos ajudem a marcar. “Esse é o futebol moderno”, afirmou. “Temos de treinar como se fosse um jogo, no mesmo ritmo e pressão”. Ele diz que a vontade dos jogadores de superar a mancha da Copa é tão grande que a comissão técnica acaba sendo obrigada a retirá-los do campo de treinamento – se dependesse deles, as atividades seriam ainda mais duras.

Publicidade

Outra marca dessa nova fase é a decisão de Dunga de alertar a todos que não existe vaga garantida. “As opções são muitas”, deixa claro o treinador. Apesar das vitórias e do discurso dos jogadores de que o grupo é unido, Dunga enfrenta sérios desafios internamente. O melhor exemplo disso foi o caso de Thiago Silva. O ex-capitão atacou a falta de diálogo com ele após a perda da braçadeira e da vaga no time titular. Também opinou que a renovação não pode significar um abandono dos “mais experientes”. Dunga respondeu deixando claro que quer respeito pela hierarquia e que haverá, sim, mudanças: “Estamos fazendo uma renovação”. No contexto internacional, a seleção tem um longo percurso até recuperar a credibilidade. O massacre por 7 a 1 no jogo contra a Alemanha ainda é parte de qualquer conversa sobre futebol e os jogadores sabem disso. “Não fizemos nada ainda”, admitiu o lateral Filipe Luis, que não jogou o Mundial. “Temos de ter os pés no chão”, concordou o zagueiro David Luiz, um dos personagens da seleção na Copa.

(Com Estadão Conteúdo)

Continua após a publicidade

Publicidade