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Leila anuncia renovação de Abel Ferreira com o Palmeiras

Em entrevista coletiva só com mulheres, presidente do Verdão falou sobre machismo no futebol e sobre exclusividade de suas marcas como patrocinadores

A presidente Leila Pereira, do Palmeiras, convocou uma entrevista coletiva apenas com jornalistas mulheres nesta terça-feira, 16, para anunciar a renovação de contrato com o técnico Abel Ferreira até dezembro de 2025. O treinador português tinha propostas do Al-Sadd, dos Emirados Árabes Unidos, mas aceitou a proposta do Verdão, clube que defende desde 2020.

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“Gostaria de comunicar a vocês que renovamos o contrato com nosso treinador Abel Ferreira até dezembro de 2025. Esse era um desejo muito grande meu, de manter esse treinador tão vencedor, que já está há tanto tempo conosco. É uma grande notícia para o nosso torcedor, para a instituição e para a comissão do Abel, que está feliz e acredita na continuidade do projeto.”

Leila rebateu as críticas sobre contratar poucos reforços e disse que seu foco sempre foi o de manter a equipe que venceu diversos títulos nos últimos anos. “Eu posso errar, porque errar é humano, mas mentir jamais. Estou sempre aberta a opiniões, mas tenho compromisso com a verdade sempre. Muitos jornalistas e torcedores me questionam sobre contratação, e meu foco sempre foi manter o nosso elenco e nossos profissionais que demonstram estabilidade em relação à performance em campo.”

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Leila explicou sua iniciativa de convocar apenas jornalistas mulheres à coletiva. “Esse é um dia histórico para nós mulheres, pois não conheço uma coletiva no mundo somente com convidadas mulheres. Quando tivemos essa ideia e divulgamos, ouvi muitas perguntas de homens sobre por que só mulheres. A eles eu digo: não sejam histéricos. Não é isso que eles falam da gente? Gostaria que nosso encontro simbolizasse para os homens, que eles sintam o que nós sentimos.”

“Nós sofremos diversas restrições. Eu vou a reuniões na CBF e na Federação Paulista e só tem homens. Na Libra, só tem homem, nas coletivas vejo 30 homens e duas mulheres. Por que isso? Eu me sinto solitária. Não é normal só ter uma mulher no comando de um grande clube sul-americano (…) Claro que o problema do machismo é estrutural, e eu sozinha não vou resolver em dois anos, mas que usemos a força do futebol para mostrar que nós somos capazes e só queremos mais oportunidades”, prosseguiu.

Leila, que também é presidente da Crefisa e da FAM, foi questionada sobre a exclusividade de suas marcas como patrocinadoras do clube, pagando 88 milhões de reais anuais, valores abaixo dos de Corinthians e Flamengo. A presidente alviverde alfinetou os acordos dos rivais e se disse aberta a ouvir novas propostas.

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“A última renovação foi feito com o presidente Maurício Galiotte, que renovou porque na época era o mais benéfico para o Palmeiras. Temos esse contrato, que vai até dezembro de 2024. Já falei por diversas vezes, que vamos fazer uma concorrência, claro que sim, e quem oferecer o maior valor, contanto que seja uma empresa idônea (vai levar.)”, disse.

“É muito fácil eu chegar aqui e dizer que tal patrocinadora vai pagar tanto, mas não comprovo, não mostro nada, e se depois de três meses a empresa não paga nada, como que faz? Tem que ter responsabilidade para divulgar um patrocínio desses (…) De 15 em 15 dias aparece uma empresa querendo patrocinar o Palmeiras e nosso critério é avaliar o potencial econômico da empresa, porque eu não acredito em milagre. Como uma empresa com capital social ínfimo pode oferecer um patrocínio milionário? Queremos empresas com credibilidade e que possam honrar seus compromissos com o Palmeiras.”

Leila Pereira também falou sobre o que planeja para a equipe feminina do Palmeiras. Ela garantiu que o time terá um novo patrocinador e que também inaugurará sua categoria de base. “Nós tínhamos um patrocínio no ano passado, estamos negociando um novo patrocinador. Futebol feminino a cada anos estamos tentando melhorar. Nós vamos ter categoria de base do feminino”.

“O grande problema do feminino é a questão de investimento. O futebol feminino não recebe direito de transmissão. Temos que todos nós lutar. Constantemente temos melhorado, as meninas ficam em Vinhedo, estou constantemente em contato com nosso diretor. Acredito que passo a passo vamos melhorar o nosso futebol feminino”, complementou. Ela indicou que a Arena Barueri deve ser a nova casa da maioria dos jogos das Palestrinas, que antes atuavam boa parte do calendário no Jayme Cintra, em Jundiaí.

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