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Lei do mandante: o segredo do jogo coletivo

Sancionada recentemente, projeto traz grande impacto para o futebol brasileiro e pode representar um divisor de águas para toda a indústria esportiva

A nova Lei do Mandante, sancionada recentemente, traz grande impacto para o futebol brasileiro e pode representar um divisor de águas para toda a indústria esportiva. O marco dará aos clubes uma autonomia inédita de negociação de seus direitos e deve gerar grande competitividade entre os conglomerados de mídia pelo conteúdo que mais impacta o torcedor brasileiro.

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Podemos dizer que dentro deste novo plano de negócios e a provável pulverização das partidas em diferentes plataformas, teremos a chegada de novos players, aumentando a liberdade de escolha das entidades esportivas.

Vejo, no entanto, um ponto de atenção primordial dentro de todo este processo. Nem sempre isso gera mais receita do que o modelo anterior, especialmente nos primeiros anos. Neste início de processo, é necessário fazer a construção de um novo produto e educar os fãs com essas novas opções. É fundamental que os clubes estejam preparados para essa nova fase, não apenas de forma conceitual, mas principalmente com a contratação de profissionais capazes de entender o mercado e administrar essa produção.

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Quando projetamos a criação do canal NSports, parceiro de mais de 20 entidades das mais diferentes modalidades no Brasil, sabíamos do potencial que o streaming atingiria e, mais do que isso, do quanto a produção de conteúdo diferenciada e arrojada poderia cativar o público-alvo.

O conteúdo ao vivo sempre foi nosso foco principal, pois é o que traz o maior fluxo de pessoas de forma simultânea. Mas não podemos esquecer de que a produção de conteúdos auxiliares para diferentes plataformas é fundamental para a composição de um bom produto.

Transmissões dos jogos no Brasil sofrerão modificações após a Lei -
Transmissões dos jogos no Brasil sofrerão modificações após a Lei –

Fazemos isso em vários dos nossos campeonatos, especialmente naqueles em que o conteúdo ao vivo é pago. Boa parte da produção é disponibilizada de forma gratuita, como forma tanto de entreter os fãs como para gerar maior interesse nos eventos pagos.

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O Comitê Olímpico do Brasil é um dos nossos principais parceiros e conseguimos construir um case conjunto muito interessante durante os Jogos de Tóquio. Além do trabalho de acompanhar os bastidores da preparação dos atletas e das suas conquistas, tentamos sair do convencional e produzimos uma série de quadros com todos os medalhistas, caminhando para um olhar mais pessoal. Falávamos de tudo com eles, “até de esporte”: a comida preferida, as séries a que assistiam, as músicas que gostavam de ouvir. Tudo isso para ”humanizar” os atletas e torná-los mais ‘normais’, para que as pessoas se identificassem com gostos parecidos. Heróis são pessoas como a gente.

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Transmissões via streaming são uma nova tendência -
Transmissões via streaming são uma nova tendência –

Por isso afirmo que o streaming certamente é o presente e um caminho sem volta. Com a pandemia, o hábito de consumo de conteúdo digital cresceu muito em um curto espaço de tempo – inclusive dos canais próprios de clubes e entidades-, ampliando assim o público disposto a consumir esse serviço e derrubando uma série de barreiras culturais que existiam. O grande benefício é a flexibilidade de dispositivos e grade de programação que este modelo traz.

Não resta dúvida de que a indústria esportiva é uma das mais beneficiadas com este crescimento. A possibilidade de vários eventos simultâneos e em dispositivos diferentes aumenta muito a oferta de conteúdo disponível para o fã e ainda abre espaço para outras modalidades além do futebol, já que não há mais a competição por espaço na grade.

No entanto, com a crescente oferta de canais e serviços, o dilema para o usuário está na seleção de quais serviços assinar. Provavelmente haverá mais de um player na transmissão dos campeonatos. É preciso trabalhar para não confundir o torcedor, como já percebemos atualmente em grandes competições e até em campeonatos menores, que se distribuem por muitas plataformas.

Quanto maior a frequência que um serviço conseguir oferecer conteúdo de interesse ao fã, maior a chance do cliente concretizar a assinatura e se manter na base de fidelizados.

Já aos clubes, resta ter sabedoria para garantir que essa liberdade de escolha se reflita em ganhos coletivos nas negociações. Temos uma grande oportunidade de virar a chave e mudar o patamar do esporte brasileiro. Futebol é um esporte coletivo. Como no campo, se os dirigentes souberem trabalhar bem em conjunto, a vitória é certa.

Guilherme Figueiredo, Diretor Executivo da NSports, primeira plataforma brasileira de streaming esportivo a criar os canais oficiais para entidades esportivas

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