Adriano Imperador é um cara excêntrico. Por mais que tenha lançado uma autobiografia, Meu Medo Maior (editora Planeta), de mais de 500 páginas, ainda hoje é avesso às entrevistas. O ex-jogador corrige e diz que é contra “alguns jornalistas”, mas, já chega para a entrevista na defensiva e pedindo que não ‘façam palhaçadas’. Em uma livraria em São Paulo, ele crava: “O Imperador não existe sem o Adriano.”
Pouco depois do que poderia ser considerada uma grosseria gratuita — ou retroativa a algum episódio do passado quando gostavam de destacar a sua vida pessoal nos jornais e revistas — Didico, filho mais ilustre da comunidade da Vila Cruzeiro, abre aquele sorriso e reconquista todo mundo após uma pausa nas centenas de autógrafos em livros, camisas e até um quadro pintado com a sua imagem.
“[O meu medo maior] era não ser mais o Adriano. Se não tivesse o Adriano, o Imperador não existiria. Por isso, foi uma perda maior. O Imperador não existe sem o Adriano. Então, o Adriano precisava recuar pra voltar a ser um jogador de futebol”, disse o ex-jogador em uma livraria na avenida Paulista.
No livro, “o filho da Dona Rosilda e do Almir”, “neto da Dona Vanda”, de apelido “Pipoca” não foge de nenhum assunto: infância pobre, início na escolinha do Flamengo, transferência para a Itália, morte do pai, contrato de 7 milhões de euros por ano, depressão, amizades, alcoolismo, mulheres. Está tudo lá. Em sua primeira temporada na Itália, por exemplo, não conseguiu suportar a saudade de casa em pleno Natal:
“Eu estava mal. Fui na cozinha e peguei uma garrafa de vodca. Sem exagero. Tomei aquela porra inteira sozinho. Bebi mesmo. Enchi o c… de vodca. Chorei a noite toda. Apaguei no sofá de tanto que eu bebi e chorei”, diz Adriano no livro. O tema já havia sido abordado por PLACAR, em agosto de 2007, como lembrou o blog TBT.






