Ídolo do Boca Juniors, Riquelme anuncia aposentadoria
‘Tomei a decisão de não jogar mais futebol’, disse o meia. Craque argentino encerra a carreira com três Libertadores, um Mundial e um ouro olímpico
Um dos maiores ídolos da história do Boca Juniors, o meia Juan Román Riquelme anunciou neste domingo a sua aposentadoria. Camisa 10 clássico e cerebral, o argentino encerra a carreira aos 36 anos e com um currículo invejável de três Libertadores, um Mundial de Clubes e uma medalha de ouro olímpica. “Este é um dia importante em que tomei a decisão de não jogar mais futebol”, comunicou Riquelme em entrevista para a ESPN da Argentina.
Depois de encerrar sua segunda passagem pelo Boca em junho, o meia atuou nos últimos seis meses pelo modesto Argentinos Juniors, clube no qual iniciou sua trajetória ainda na adolescência. A decisão de parar acontece apesar do interesse do paraguaio Cerro Porteño em contar com o jogador em 2015. “Para continuar jogando teria que ser algo que me interessasse, me motivasse. Depois de subir com o Argentinos, de ter cumprido os jogos com a camisa do Boca, me parecia que o melhor era pensar com calma e comunicar que não vou mais jogar”, disse Riquelme.
O último feito da vitoriosa carreira do meia foi ter ajudado o Argentinos Juniors a subir da segunda para a primeira divisão do Campeonato Argentino – acesso que influenciou diretamente na aposentadoria de Riquelme. Na entrevista, o agora ex-jogador deixou claro que jamais conseguiria enfrentar o seu clube de coração, algo que aconteceria na temporada 2015 caso continuasse no Argentinos. “Eu não poderia jogar contra o Boca, essa é a realidade. Tenho um sentimento especial. É meu clube, minha casa”, afirmou.
Títulos – Em “sua casa”, o argentino teve duas passagens, entre 1996 e 2002 e, depois, de 2008 até 2014. Sempre como protagonista com a camisa 10 do Boca, o meia conquistou cinco campeonatos nacionais, três Libertadores (2000, 2001 e 2007) e um Mundial Interclubes, em 2000, contra o Real Madrid. No torneio sul-americano, Riquelme ganhou fama de carrasco dos brasileiros ao vencer as finais contra o Palmeiras, em 2000, e contra o Grêmio em 2007.
Após se destacar com a camisa do Boca Juniors, o craque argentino passou por Barcelona e Villarreal, mas não conseguiu o sucesso esperado na Europa. Pela seleção argentina, disputou a Copa do Mundo 2006 e conquistou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim 2008.
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2005 – seleção brasileira
O gol mais especial da carreira de Riquelme, contra o Brasil, em 2005, foi um retrato fiel de todas as suas qualidades. Primeiro, o meia deu um lindo toque de calcanhar para Mascherano (à partir dos 44 segundos de vídeo). Depois, recebeu de Lucho González, girou facilmente sobre Roque Júnior e acertou um chute belíssimo, sem chances para Dida. Crespo marcou os outros gols argentinos e Roberto Carlos descontou para o Brasil na vitória dos anfitriões por 3 a 1 no Monumental de Núñez.
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2000 – Palmeiras
O primeiro time a sofrer com o talento de um ainda jovem Riquelme foi o Palmeiras na decisão da Libertadores de 2000. O craque não marcou no empate em 2 a 2 na Bombonera, nem no empate em 0 a 0, no Morumbi, mas foi o principal jogador do Boca Juniors na decisão. Ele ainda converteu sua cobrança na vitória por pênaltis da equipe argentina.
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2001 – Palmeiras
No ano seguinte, novamente o Palmeiras se deu mal diante do astro argentino. Desta vez na semifinal da Libertadores, o Boca voltou a eliminar o time paulista nos pênaltis, após dois empats em 2 a 2. Riquelme marcou um golaço no Palestra Itália e infernizou os atletas do Palmeiras com seu incrível controle de bola.
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2007 – Grêmio
Riquelme retornou ao Boca Juniors em 2007 após cinco anos na Europa e barbarizou na conquista da Libertadores. Na decisão contra o Grêmio, ele marcou um gol em cobrança de falta na vitória por 3 a 0 na Bombonera. Na volta, em Porto Alegre, calou o estádio Olímpico com mais dois gols na vitória por 2 a 0.
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2008 – Cruzeiro
Em 2008, a nova vítima de Riquelme foi o Cruzeiro. Nas oitavas de final da Libertadores, o Boca eliminou a equipe mineira com duas vitórias por 2 a 1. O camisa 10 voltou a brilhar no encontro e marcou um gol no jogo de ida, na Bombonera.
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2008 – seleção olímpica
Em Pequim, Riquelme e Lionel Messi ajudaram o manter a sina do Brasil de jamais conquistar uma medalha de ouro olímpica. O capitão da equipe marcou, de pênalti, um gol na vitória argentina por 3 a 0 na semifinal. A Agentina foi campeã e o Brasil, de Ronaldinho Gaúcho, terminou em terceiro.
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2013 – Corinthians
Já em fim de carreira, Riquelme causou uma enorme decepção nos corintianos – que, de certa forma, também o idolatravam por suas atuações diante do rival Palmeiras no início dos anos 2000. Um ano depois de perder a final da Libertadores para o Corinthians em 2012, Riquelme voltou ao Pacaembu nas oitavas de final do ano seguinte e obteve revanche. Ele marcou um golaço por cobertura no empate em 1 a 1 que eliminou a equipe paulista.
(Com Gazeta Press)