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Firmino decide e seleção fecha ano traumático com vitória

Time termina temporada marcada pelo 7 a 1 com triunfo suado sobre a Áustria, em Viena. Apesar da atuação pouco inspirada, Dunga somou sua sexta vitória

Antes do fim da partida, o apagado Neymar deixou o campo para a entrada de Marquinhos. Ao sair, caminhou lentamente até a defesa e devolveu a braçadeira de capitão a Thiago Silva

A seleção brasileira fechou o ano mais traumático de sua história com uma atuação abaixo da média, mas garantiu a invencibilidade do técnico Dunga graças à inspiração de um de seus jogadores menos badalados: Roberto Firmino. O meia-atacante de 23 anos, que atua no Hoffenheim da Alemanha, entrou na segunda etapa e marcou um belo gol, que deu a vitória por 2 a 1 ao Brasil em amistoso contra a mediana seleção austríaca no Estádio Ernst Happel, em Viena. O capitão Neymar não conseguiu repetir as grandes atuações dos amistosos anteriores contra Japão e Turquia. Sem a inspiração de seu craque, o Brasil teve dificuldades diante da equipe anfitriã, que é forte na defesa e tem um jogo muito físico. Ainda assim, os gols de David Luiz e Firmino garantiram ao time comandado por Dunga a sexta vitória em seis amistosos, com catorze gols marcados e apenas um sofrido, depois do fiasco na Copa do Mundo. Apesar dos bons resultados, a seleção provou nesta tarde que ainda está apenas no início de um processo de reconstrução de sua imagem e da formação de um novo time. Com problemas no meio e um grupo muito dependente do talento de Neymar, Dunga terá trabalho para armar a equipe no espinhoso ano de 2015.

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O Brasil iniciou a partida com a mesma formação titular da goleada por 4 a 0 sobre a Turquia, em Istambul. Já a seleção austríaca, que não participa da Copa do Mundo desde 1998, não contou com seu principal jogador, o lateral Alaba, do Bayern de Munique, que está lesionado. Apesar disso, a Áustria começou pressionando e tentou ludibriar o árbitro para marcar o primeiro: após bola alçada na área, Okotie desviou com o braço para o fundo das redes, mas o gol foi anulado e o austríaco recebeu cartão amarelo. O Brasil conseguiu equilibrar a partida, que ficou truncada devido ao excesso de faltas de ambas as equipes. Aos 25 minutos, Okotie voltou a levar perigo: em novo levantamento, ele dividiu com Luiz Gustavo e acertou cabeçada na trave de Diego Alves, mas o lance foi novamente invalidado, desta vez por impedimento. O zagueiro Miranda, que vinha sendo um dos destaques da nova era Dunga sentiu um incômodo muscular e foi substituído por Thiago Silva, pivô das discussões envolvendo a faixa de capitão da equipe nos últimos dias. Novo dono da braçadeira, Neymar sofreu com a forte marcação dos europeus e não conseguiu ser decisivo como nas partidas anteriores. Uma cobrança de falta de David Luiz por cima do gol acabou sendo a melhor chance de gol do Brasil na primeira etapa.

A seleção voltou mais disposta para o segundo tempo, mas não demonstrou a mesma organização tática dos jogos anteriores – o zagueiro David Luiz chegou a abandonar a zaga algumas vezes para tentar armar o jogo. E foi justamente o defensor do Paris Saint-Germain que abriu o caminho para a vitória brasileira. Aos 18 minutos, Oscar bateu escanteio da esquerda e David Luiz cabeceou para baixo, sem chances para o goleiro Almer. A Áustria seguia levando perigo em bolas cruzadas na área, mas Diego Alves se manteve firme. Muito apagados no jogo, o atacante Luiz Adriano e o meia Willian deram lugar a Roberto Firmino e Douglas Costa e o time conseguiu acelerar o ritmo. Precisando do empate, a Áustria cedeu mais espaços ao Brasil, mas chegou ao empate em jogada desnecessária de Oscar. O meia do Chelsea quis ajudar na marcação, mas cometeu pênalti ao derrubar o atacante Weimman com um carrinho no mínimo imprudente. Na cobrança, Dragovic deixou tudo igual e vazou a seleção brasileira pela primeira vez depois da derrota por 3 a 0 para a Holanda na decisão de terceiro lugar da Copa.

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O Brasil, no entanto, não se abalou com o gol e chegou à vitória aos 37 minutos. Firmino recebeu de Filipe Luís na entrada da área e acertou um lindo chute, no ângulo do goleiro austríaco. Foi o promeiro gol do meia-atacante revelado no Figueirense pela seleção nacional. Antes do fim da partida, o apagado Neymar deixou o campo para a entrada de Marquinhos. Ao sair, caminhou lentamente até a defesa e devolveu a braçadeira de capitão a Thiago Silva, em um gesto que tentava sinalizar que a controvérsia dos últimos dias não abalou a relação entre os atletas. Os austríacos tentaram de toda forma chegar ao empate, sempre na bola aérea, mas a defesa brasileira, agora com três zagueiros – todos do PSG – rebateu todos os cruzamentos. A seleção de Dunga agora vai descansar até o início da temporada de 2015, que promete ser tensa e desgastante. Além de um amistoso confirmado contra a seleção francesa, no fim de março, fora de casa (no Stade de France, palco da final da Copa de 1998), o Brasil deverá encarar os grandes rivais do continente durante a Copa América do Chile e também no início das Eliminatórias Sul-Americanas, previstas para o segundo semestre.

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