Filipe Luís defende Bruno Henrique e compara danos de apostas aos do cigarro
Em meio a indiciamento do atacante do Flamengo por suposto envolvimento com apostas, técnico citou presunção de inocência e caráter viciante dos jogos de azar

Após a goleada de 6 a 0 do Flamengo sobre o Juventude no Maracanã, o treinador Filipe Luís se manifestou sobre o caso de Bruno Henrique. O técnico defendeu a presunção de inocência do atleta, indiciado por suposto envolvimento ilegal com apostas, e alertou sobre o impacto do crescimento das casas de aposta no meio do futebol.
Segundo Filipe, a proliferação de patrocínios dessas plataformas nos clubes do Brasileirão é comparável ao que se via nas corridas de Fórmula 1 nas décadas passadas, quando os carros ostentavam as cores e logótipos de marcas de cigarro. “Estamos a normalizar algo que causa vício e destruição”, afirmou.
Na sua visão, assim como o tabaco foi afastado das pistas, o mesmo destino espera as casas de apostas no universo esportivo. “Daqui a 20 anos, vamos olhar para trás e não acreditar que permitíamos isto nos nossos clubes”.
A fala surgiu no contexto de que Bruno Henrique, um dos destaques do Flamengo, foi indiciado pela Polícia Federal por estelionato e fraude em competição esportiva. Na ocasião, o atleta do Flamengo teria forçando um cartão amarelo contra o Santos, em jogo de 2023, com o conhecimento de nove apostadores, entre eles familiares.
Filipe Luís, no entanto não hesitou em defender o jogador, pedindo respeito ao princípio da presunção de inocência. “Ele está tranquilo, segue a trabalhar normalmente. Todos têm direito de se defender. É um jogador fundamental, participou ativamente das nossas últimas conquistas e tem sido decisivo em campo”
O treinador também destacou que o clube já vinha a tomar medidas preventivas. Os jogadores do Flamengo foram orientados internamente sobre os riscos e implicações das apostas, pratica que, segundo Filipe, já é comum na Europa há quase uma década.