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Fifa tenta exibir otimismo – e espera testes em SP em maio

Valcke lamenta novo acidente, mas diz que morte de operário não deverá mudar cronograma acertado com a entidade. O francês elogiou Curitiba e Porto Alegre

“Infelizmente, o pessimismo é uma tendência comum quando se trata da realização de eventos de grande porte. No fim das contas, as coisas sempre funcionam”

Seis dias depois do acidente que provocou a morte do operário Fábio Hamilton da Cruz, vítima de uma queda de cerca de oito metros enquanto trabalhava na montagem das arquibancadas provisórias do Itaquerão, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, lamentou o fato de o país-sede da Copa do Mundo já somar oito mortes na construção e reforma dos estádios. Em texto publicado nesta sexta-feira no site da Fifa, Valcke falou sobre a interdição parcial da obra do palco da abertura do Mundial – e, num tom diferente de suas últimas declarações públicas, procurou mostrar otimismo sobre a conclusão de todas as arenas a tempo. Embora as obras ainda não tenham sido retomadas no setor onde ocorreu a tragédia, o cartola francês mostrou-se confiante no cumprimento dos prazos em meio a mais um momento de indefinição em torno do estádio que abrirá a Copa dia 12 de junho.

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No discurso oficial da Fifa, está mantida a expectativa pela realização de eventos-teste no estádio paulista até meados do mês que vem. “Considerando-se o estágio de montagem e das instalações complementares no estádio do jogo de abertura, estamos confiantes de que o impacto do acidente sobre o cronograma será limitado e que o estádio estará pronto para receber os primeiros eventos até a metade de maio. E a realização dos testes é fundamental e contínua em diversos estádios por todo o país, como aconteceu em Manaus na quinta-feira, quando alguns aspectos operacionais da Copa foram implementados”, afirmou Valcke, em referência ao jogo entre Vasco e Resende, na Arena Amazônia, pela Copa do Brasil. Valcke se disse “muito triste” não só com a tragédia em São Paulo mas também com os outros acidentes ocorridos nos estádios do Mundial. O Itaquerão teve três vítimas.

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“A segurança é um item essencial e é também a nossa maior prioridade, seja durante a construção, seja durante o evento em si. Meus pêsames vão para a família e os colegas de Fábio Hamilton da Cruz. Ao longo dos últimos meses, algumas fatalidades de cunho bastante trágico ocorreram nas construções no Brasil, e eu, como pai de família, sinto-me muito tocado”, escreveu o francês. O tom mais otimista ficou claro especialmente nas referências a estádios que vinham preocupando bastante o cartola. Valcke agora se mostra confiante na conclusão de todos os preparativos no Beira-Rio e na Arena da Baixada. “À medida que entramos juntos na reta final, a maior parte dos preparativos já está bastante avançada. As coisas estão evoluindo rapidamente em Curitiba e Porto Alegre, dois dos três maiores desafios que estamos enfrentando.” O terceiro, evidentemente, é o Itaquerão.

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Apesar da tentativa de exibir confiança no país-sede, Valcke fez alguns alertas. “Ainda resta muito trabalho, e seguimos mantendo nossa colaboração junto às partes envolvidas no Brasil. Essa é a nossa responsabilidade para com os cerca de 2,6 milhões de torcedores que compraram ingressos até o momento e para com as 32 seleções.” Em outro trecho de seu texto, Valcke destacou a importância de um “esforço conjunto de todas as partes” para que seja possível oferecer “o melhor nível de serviço apesar do cronograma apertado”. O dirigente, que visitou a África do Sul nesta semana, diz ter visto de perto “os legados positivos deixados pela Copa de 2010”, lamentou as críticas que julga ser exageradas em relação ao Brasil. “Infelizmente, o pessimismo é uma tendência comum quando se trata da realização de eventos de grande porte. No fim das contas, as coisas sempre funcionam.”

(Com Estadão Conteúdo)

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