A existência de dois badalados troféus individuais para o melhor joga dor da temporada costuma causar confusão. Sim, a Bola de Ouro – que será entregue nesta segunda-feira, 28, em Paris, com Vini Jr. como favorito e o prêmio da Fifa são premiações distintas, com exceção de um curto período de fusão entre 2010 e 2015, quando era chamado de Fifa Ballon D’Or. Na maior parte do tempo, porém, desde a criação do prêmio de jogador do ano da Fifa, foram concorrentes – e ambos bastante desejados.

A Bola de Ouro, criada em 1956 pela France Football, tem maior reconhecimento na Europa. O galardão, na verdade, ficou por muito tempo restrito ao continente, já que até 1994 apenas atletas europeus podiam disputá-la. É por essa razão que craques como o argentino Diego Armando Maradona e o brasileiro Pelé jamais conquistaram uma Bola de Ouro.

A Fifa se aproveitou desta falha e em 1991 criou seu próprio troféu de número 1 do mundo, vencido pelo alemão Lothar Matthäus. Preocupada com a concorrência, em 1995, enfim, a Bola de Ouro abriu suas fronteiras, com o liberiano George Weah como campeão – e, até hoje, o único africano a ganhá-la.

Depois que a parceria com a France Football foi desfeita, a Fifa criou um novo prêmio em 2016, o The Best, enquanto a revista francesa seguiu com a marca Bola de Ouro. Recentemente, a entidade anunciou que sua premiação passará a se chamar Fifa Awards, ainda sem data definida.

Nem sempre os vencedores coincidiram e existe certa rivalidade entre os prêmios. O polonês Robert Lewandowski ganhou duas vezes o prêmio da Fifa e, claro, disse considerá-lo o “mais justo”.

Os prêmios têm diferentes critérios de votação. Para a Bola de Ouro, a France Football pré-estabelece uma lista inicial de 30 finalistas, feita por 30 profissionais da casa. Em seguida, entram em cena jornalistas dos 100 países mais bem colocados no ranking da Fifa masculino e 50 do feminino. Cada um deles elege seu top 5, levando em conta três aspectos: desempenho individual, sucesso da equipe e bom comportamento em campo.

No The Best, que costuma ser entregue em janeiro, um “comitê de notáveis” composto por ex-jogadores (Kaká foi o último representante do Brasil) elege dez finalistas. A escolha final é feita por quatro grupos: técnicos das seleções filiadas à Fifa; capitães dessas equipes; um jornalista de cada país; votação on-line de torcedores.

O Brasil possui mais títulos do prêmio da Fifa do que da Bola de Ouro. Em 1997, o país chegou a celebrar uma dobradinha com Ronaldo e Roberto Carlos – e troféus entregues por Pelé. Desde Kaká em 2007, quem chegou mais perto foi Neymar, com dois “bronzes”.