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CBF, enfim, ouve os clubes: ‘Chegou a nossa vez de ceder’

Dunga, Marin e Gilmar falaram sobre problemas do calendário brasileiro depois da convocação da seleção, que contou apenas com atletas de clubes da Europa

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) admitiu nesta quinta-feira que o calendário do futebol nacional vem causando problemas aos clubes do país e, sobretudo, aos campeonatos que a própria entidade organiza. Para não prejudicar ainda mais o Brasileirão e a Copa do Brasil, a CBF concordou em não chamar nenhum jogador que atue no país para os amistosos contra Turquia e Áustria, nos dias 12 e 18 de novembro. De acordo com o técnico Dunga, este era o momento ideal para atender aos interesses dos clubes – o que não foi feito nos últimos quatro amistosos. “Não é que dessa vez nós pensamos nos clubes. Nós sempre pensamos. Mas temos que pensar também na seleção, que representa muito para o futebol brasileiro. Cada momento é especial. Mantemos contato com os treinadores e presidentes dos clubes e somos sensíveis às suas necessidades. É um momento especial, de reta final dos campeonatos, e cada um tem de ceder um pouco. Chegou a nossa vez de abrir mão dos atletas”, afirmou o técnico. No grupo que venceu Argentina e Japão neste mês, havia atletas de Botafogo, Cruzeiro, Corinthians, Atlético-MG, Grêmio, São Paulo e Santos.

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O presidente da CBF, José Maria Marin, fez questão de ganhar pontos com os clubes, discursando para agradecer a eles pela cessão dos atletas nas últimas convocações e dizendo que o diálogo entre eles é o melhor possível. O cartola, no entanto, deu uma explicação confusa sobre os motivos que levam à falta de adequação do calendário brasileiro ao europeu. “Sempre disse e vou repetir: o futebol praticado no Brasil é totalmente diferente e distinto do resto do mundo. Nosso país é um continente, e a grandeza territorial do Brasil faz com que nossos campeonatos não sejam comparáveis aos europeus. Estamos procurando nos adaptar a isso. Aos poucos, vamos aprofundando essa melhoria, principalmente em relação ao atendimento aos clubes.” Marco Polo Del Nero, presidente eleito da entidade, também opinou sobre o tema. Ele garantiu que as datas Fifa (período reservado pela entidade para a disputa de partidas internacionais) afetarão cada vez menos o Brasileirão e a Copa do Brasil durante seu mandato. “No ano que vem, teremos cinco datas Fifa durante os campeonatos nacionais. Em 2016, esse número cairá para três, e em 2017, para duas datas Fifa. Evidentemente que isso também pode ser reajustado com a convocação de jogadores da Europa.”

Ainda para agradar os clubes do país, a CBF exigiu que o técnico da seleção olímpica, Alexandre Gallo, refizesse a lista de convocados da equipe sub-21 que disputará o Torneio da China, de 14 a 18 de novembro. Antes, a equipe contava com atletas de onze clubes brasileiros, entre eles, Gabriel, destaque do Santos, Malcom, que tem jogado entre os titulares do Corinthians, Auro, revelação do São Paulo, e João Pedro, bom lateral do Palmeiras. Agora, no entanto, apenas o goleiro Jackson, do Inter, foi mantido, além de 21 atletas que atuam em clubes europeus. “A CBF entendeu as necessidades dos clubes brasileiros, alguns lutando por título na Copa do Brasil e em busca da classificação na Libertadores, e mesmo clubes que estão em busca da fuga do rebaixamento. Então, da mesma forma que aconteceu na seleção principal, resolvemos prestigiar os clubes e ao mesmo tempo valorizar nossas competições nacionais.”, afirmou Gallo, por meio de nota no site da CBF.

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Conduta – Dunga e Gilmar ainda responderam sobre a nova “cartilha” da CBF, revelada nesta quinta-feira pelo jornal Folha de S. Paulo. A partir de agora, os atletas não devem utilizar chinelos, celulares, laptops, tablets e demais aparelhos durante as preleções e refeições e nos vestiários. O manual de conduta impõe também que o hino nacional seja cantando antes dos jogos. “A CBF é uma empresa, uma organização, que tem que ter suas regras. Quando chegamos, já existia um regulamento interno, que não chamo de cartilha. Algumas coisas devem ser mantidas. Os jogadores também queriam saber quais eram os limites e gostaram deste acordo. Depois que montamos isso, acrescentamos alguns pontos e me parece que está de bom tamanho. É bom que as coisas fiquem claras.” Dunga afirmou que a prática existe desde os tempos em que ele era jogador e que é algo benéfico para a seleção. “Minha forma de trabalhar é essa: eu não proíbo nada, mas sugiro algumas coisas e cada um segue o que quiser. Cada um é responsável por seus atos. Dependendo do que ocorrer, vai ter punição ou não.” Dunga garantiu ainda que o lateral Maicon, cortado em setembro, não foi “vítima” da cartilha. “Sua exclusão foi uma resposta a um ato que ele cometeu.”

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