Caso Fifa: EUA solicitam extradição de ex-presidente da Concacaf
Jack Warner, de 72 anos, é acusado de vários crimes de corrupção pelo FBI

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos solicitou formalmente a extradição do ex-presidente da Concacaf e ex-vice-presidente da Fifa, Jack Warner, ao governo de Trinidad e Tobago. Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, o procurador-geral de Trinidad e Tobago, Nicholas Garvin, confirmou ter recebido a solicitação de extradição de Warner e disse que agora começa o processo de avaliação do pedido. A próxima audiência está marcada para o dia 27.
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Peça-chave no escândalo de corrupção no futebol investigado pelo FBI, Warner foi detido no final de maio e pagou uma fiança equivalente a 1,2 milhão de reais para responder em liberdade. Das 14 pessoas indiciadas pela Justiça americana por casos de corrupção, Warner, de 72 anos, é quem mais responde a acusações, como fraude, extorsão e lavagem de dinheiro.
O procurador De Trinidad garantiu que não haverá ingerência política neste processo de avaliação, apesar de Warner – líder do Partido Liberal Independente do país – ter acusado o governo em várias ocasiões de conspirar para extraditá-lo do país.
Acusações – Segundo as investigações do FBI, Warner recebeu propina em troca de votos para a escolha da sedes das Copas de 2010, entre outros crimes de corrupção durante os 21 anos em que presidiu a Concacaf. A emissora britânica BBC informou ainda que o dirigente trinitino desviou 750.000 dólares (2,3 milhões de reais) de doações feitas pela Fifa às vítimas do trágico terremoto no Haiti, em 2010.
Jack Warner deixou a presidência da Concacaf em 2011, alegando problemas de saúde (na época, ele já era acusado de corrupção e suborno). Devido às regras da Fifa, a aposentadoria naquela ocasião deu fim a todos os processos do Comitê de Ética da Fifa movidos contra ele, o que impediu a exposição pública sobre possíveis fraudes. Ele, no entanto, não escapou às investigações do FBI, divulgadas em maio deste ano.
(com EFE e Gazeta Press)