Placar

Câmera de segurança contradiz versão de Daniel Alves, que segue preso

Jogador deu três versões diferentes e, se condenado por estupro, pode pegar até 12 anos de cadeia, de acordo com nova legislação espanhola

Por Da redação |
Ulises Ruiz

Daniel Alves segue preso e mudou versão três vezes em acusação de agressão sexual -

Daniel Alves segue preso na Espanha, acusado de agressão sexual contra uma jovem em uma casa noturna de Barcelona, e neste domingo, 22, a imprensa local teve acesso a imagens que comprometem ainda mais o jogador brasileiro de 39 anos, que já deu três versões diferentes para o ocorrido.

Assine #PLACAR digital no app por apenas R$ 9,90/mês. Não perca!

O jornal Periódico de Catalunya informou que as gravações das câmeras de segurança mostraram que Daniel Alves e a mulher que o acusa permaneceram 15 minutos no banheiro da boate Sutton, na madrugada de 31 de dezembro do ano passado. Esta filmagem, inclusive, teria sido decisiva para que Daniel Alves mudasse de versão e admitisse que houve relação sexual, mas de maneira “consensual”, segundo ele. O mesmo jornal teve acesso ao depoimento da mulher, que disse ter levado tapas e sido estuprada.

Daniel Alves está desde sexta-feira, 20, na penitenciária Brians 1, em Sant Esteve Sesrovires, na Catalunha, depois que a juíza Maria Concepción Cantón Martín decretou sua prisão provisória sem a possibilidade de fiança diante da divergência nos relatos e das evidências encontradas pelas investigações até o momento.

O jogador, que teve seu contrato rescindido com o Pumas, do México, mudou três vezes de versão desde que o caso se tornou público. Em 5 de janeiro, em entrevista a uma emissora de TV espanhola, ele negou qualquer tipo de abuso, afirmou que estava apenas dançando na boate e que nem sequer conhecia a menina.

“Eu estive nesse lugar, e quem me conhece sabe que eu adoro dançar, mas sem invadir o espaço de ninguém, respeitando os espaços. E quando você vai ao banheiro, não tem que perguntar quem está lá para usar o banheiro. Não sei quem é essa senhorita, nunca a vi. Nesses anos todos, nunca invadi o espaço de ninguém sem autorização”, declarou.

 

Depois, no primeiro depoimento à juíza, o jogador da seleção brasileira disse que estava no banheiro quando a mulher entrou, mas que não teve contato algum com ela. Por fim, o jogador, que é casado com a modelo espanhola Joana Sanz, admitiu a relação sexual.

O jornal Periódico de Catalunya também teve acesso ao depoimento da mulher, que narrou um quadro de estupro. Segundo a denunciante, Daniel Alves a fez tocar em seu pênis por diversas vezes; em seguida, a levou para um banheiro e a teria obrigado a realizar sexo oral; diante da negativa da mulher, o jogador teria dado dado tapas em seu rosto e, por fim, efetuado a penetração até ejacular. Na sequência, a mulher se dirigiu a um hospital, onde foi realizado um “exame em busca de restos biológicos.

A vítima já avisou que não aceitará qualquer tipo de indenização econômica por parte do jogador e que seu único objetivo é que se faça justiça, segundo fontes ouvidas pelo jornal catalão.

Qual pode ser a pena de Daniel Alves

As investigações seguem em andamento e podem levar a uma punição severa ao brasileiro. Desde 7 de outubro do ano passado, vigora na Espanha a Lei de Garantia da Liberdade Sexual, conhecida popularmente como lei do “só sim é sim”, e diz respeito ao que configura sexo consensual (atual versão defendida por Daniel Alves). De acordo com o jornal Mundo Deportivo, o ex-jogador de Juventus, Barcelona, PSG e São Paulo, entre outros clubes, pode pegar de um a quatro anos de prisão caso seja condenado por agressão sexual; no entanto, em casos de estupro com violência, como acusa a mulher, a pena pode chegar a 12 anos de detenção.

A denúncia se assemelha ao caso do ex-atacante Robinho, que no no passado foi condenado de forma definitiva pela Justiça italiana a nove anos de prisão pelo crime de violência sexual em grupo contra uma jovem albanesa, ocorrido em 22 de janeiro de 2013, em uma casa noturna de Milão. O ex-jogador segue vivendo em liberdade em Santos (SP), pois o Brasil não extradita seus cidadãos.

Sair da versão mobile