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Mundial de Clubes

Coluna: Leandro relembra ‘Flamengo perfeito’ e projeta Mundial 2025

Ídolo rubro-negro assina coluna do Guia PLACAR do Supermundial e detalha o título de 1981, com os ingleses do Liverpool na roda

Publicado por: Leandro* em 16/06/2025 às 14:00 - Atualizado em 16/06/2025 às 15:22
Coluna: Leandro relembra ‘Flamengo perfeito’ e projeta Mundial 2025
Leandro na final do Mundial de 1981 contra o Liverpool - Tomikoshi Photo

Coluna publicada no Guia PLACAR do Supermundial

A nossa chegada ao Japão para aquele Mundial já dava um pouco a dimensão do quão à vontade deveríamos ficar. A torcida esteve desde o começo do nosso lado. Lembro que ainda no hotel, uma jovem japonesa me trouxe uma camisa do Flamengo para autografar. Uma camisa do Flamengo! Do outro lado do mundo. Em 1981. Você não faz ideia o que é isso. Na minha cabeça, aquilo era impossível. O povo japonês é muito receptivo e adotou o nosso time contra o Liverpool. Sem falar nos torcedores que nos seguiram até o Japão, partindo de diversas partes do Brasil. No Estádio Nacional de Tóquio, não poderia ser diferente. Aquele Flamengo era praticamente perfeito e fez a partida ficar fácil no meio de uma gritaria, cornetas e, claro, bandeiras rubro-negras.

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Não deu outra. O “3 a 0 no Liverpool”, que virou até música da torcida, todo mundo já sabe. Mas o que pouca gente se dá conta é que a alegria com que entramos para aquele jogo foi fundamental para conseguir o título mundial. O time exalava confiança mesmo sabendo que iria encontrar do outro lado uma equipe preparada, com uma defesa boa, um meio-campo de estatura alta, com o Kenny Dalglish, meio-campo da seleção escocesa, jogando muita bola. Fomos tomando nossos cuidados, mas sabendo do nosso potencial. Não erámos os favoritos, mas a confiança em nós mesmos era enorme. Vínhamos jogando decisões de Carioca, de Libertadores e conhecíamos um pouco daquele Liverpool, tido como melhor time da década, bicampeão da Champions League (1977 e 1978, além de 1981).

O Flamengo tinha total posse de bola, entrosamento em todos os setores e os ingleses ficaram espantados com aquilo. “Botamos os ingleses na roda”, já que eles não estavam acostumados com aquela situação. A sorte deles é que o gramado era um pouco duro, seco, queimado pelo frio no fim do ano no Japão, por isso tinha aquele aspecto amarelado. A bola quicava muito. Se fosse em um gramado bom, com o nosso toque de bola, a pancada seria ainda maior.

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A escalação — Raul; Leandro, Marinho, Mozer, Júnior; Andrade, Adílio, Tita, Zico; Lico e Nunes — muitos torcedores sabem de cor. Mas aquela temporada tem muito do Paulo César Carpegiani. Ele era nosso companheiro e virou treinador ainda na Libertadores. Tanto que brincava com a gente: ‘agora vocês têm que me respeitar mais ainda, porque sou o treinador’. Ríamos muito com essa história, fazíamos brincadeiras uns com os outros em um clima muito leve. Se para o Carpegiani foi fácil essa transição, para nós foi mais fácil ainda. Um líder nato, falante, com muitas ideias, ditava o ritmo do jogo e passava muita confiança.

No caso do Filipe Luís, acredito que a relação com os ex-companheiros seja parecida. Tenho certeza de que esse grupo também gosta e joga pelo seu treinador. O momento do Flamengo não é dos melhores porque há muitas contusões e não é possível jogar partidas seguidas sem os desfalques. Não temos mais aquele time de 2019, que estava todo mundo na ponta dos cascos. Ainda assim, temos chances.

O Flamengo pode bem passar de fase nesse Supermundial. A partir daí a coisa complica. Hoje, os europeus contratam quem eles querem, montam várias seleções em seus clubes, com jogadores de altíssimo nível. O condicionamento físico chama muita a atenção. Você assiste a jogos bons no Brasileirão e vê nitidamente a diferença física dos atletas. A constatação pode ser até um pouco triste para o futebol brasileiro. Acontece que nesse tipo de competição, só se formarmos uma superseleção. Vejo com muito pessimismo um outro título mundial em pouco tempo.

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*Leandro é ex-lateral e ídolo eterno do Flamengo, campeão mundial pelo contra o Liverpool, em 1981

Capa da edição 1542 - guia do Supermundial de Clubes

Capa da edição 1542 – guia do Supermundial de Clubes

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