Pode parecer mera coincidência a seleção de Marrocos alcançar a final da Copa do Mundo sub-20 depois de realizar uma campanha histórica na Copa do Mundo de 2022, no Catar, chegando a uma inédita semifinal. Nada disso, a ascensão marroquina faz justiça a todo investimento que a federação recebe de seu monarca e de uma série de estratégias para se estabelecer entre as principais equipes do mundo.
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Marrocos foi a grande zebra da Copa do Mundo de 2022, no Catar. Os Leões do Atlas, como são chamados, eliminaram Portugal e Espanha e se tornaram a primeira equipe africana a alcançar às semifinais da competição. Acabaram eliminados para a França, e se contentaram com 4 4º lugar geral após derrota para a Croácia.
Na ocasião, se tivessem avançado à final da Copa, enfrentariam a Argentina. Após três anos, o duelo vai enfim acontecer, mas na categoria inferior. A seleção de Marrocos faz a final da Copa do Mundo sub-20 com a Argentina no próximo dia 19, domingo.
As duas campanhas são reflexo de muito investimento e algumas estratégias que alçaram Marrocos no mundo das seleções. Além disso, o país ainda será sede da Copa do Mundo de 2030 junto com Portugal e Espanha.
Investimento do rei Mohamed VI
O ponto de virada começou em 2009, quando o rei Mohamed VI investiu milhões na construção do Complexo Mohammed VI de Futebol. O projeto localizado na região metropolitana de Rabat, capital do país, conta com oito campos de futebol padrão Fifa, quatro hotéis, escola e até centro médico.
O técnico marroquino Nasser Larguet comandou a elaboração de processos de captação e formação de atletas. O Complexo aceita jovens dos 12 aos 18 anos e, quem estiver abaixo da idade, a partir dos nove anos, existem outros minicentros espalhados pelo país (Marrakesh, Casablanca, Fez e Tânger).
O projeto não apenas potencializou a seleção, mas o futebol como um todo no país. Os investimentos alcançaram naturalmente os clubes locais. O Wydad Casablanca e o Raja Casablanca, por exemplo, voltaram a competir em alto nível na Liga dos Campeões da CAF, presenças constantes nas fases finais.

Marrocos de Hakimi eliminou Portugal e Espanha na última Copa do Mundo – EFE/EPA/Mohamed Messara
Geração de Ouro: os filhos de imigrantes
Outra estratégia adotada pela Federação Real Marroquina de Futebol (RMFF) foi a busca por filhos de imigrantes. Hoje, outros países realizam a mesma estratégia para fortalecer suas seleções (Argélia e Tunísia, por exemplo), mas o país foi um dos primeiros a apostar nela.
Esta parte do projeto foi comandada pelo técnico francês Hervé Renard, hoje no comando da Arábia Saudita. O grande nome da atual geração marroquina é o lateral Achraf Hakimi, nascido em Madrid e cria do Real, mas que optou por defender Marrocos em trabalho árduo de convencimento que contou até com a presença de Zidane, em parceria com Renard e a federação.
São muitos os destaques de Marrocos que nasceram em outro país: Bono, Amrabat, Mazraoui, Boufal, Adli e Brahim Díaz são alguns exemplos.

Capital Rabat em meio a campanha histórica de Marrocos na Copa de 2022 – EFE/EPA/JALAL MORCHIDI
Marrocos: últimas conquistas e campanhas de destaque
– Campeão do Campeonato das Nações Africanas (2018, 2020 e 2024)
– Semifinalista e 4º colocado na Copa do Mundo (2022)
– Campeão da Copa Africana sub-23 (2023)
– Quartas de final da Copa do Mundo sub-17 (2023)
– Bronze nos Jogos Olímpicos de Paris (2024)
– Campeão da Copa Africana sub-17 (2025)
– Finalista da Copa do Mundo sub-20 (2025)
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