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San Marino: conheça a seleção que só venceu 2 jogos na história

San Marino conseguiu um feito histórico em 2024, sua primeira vitória oficial na história! Entenda como isso aconteceu

Derrota de 2 a 1 para a Dinamarca. Queda diante da Finlândia por 2 a 1. Empate em 1 a 1 com a Letônia. Para a maioria das seleções, uma sequência de resultados como esses seria sinônimo de má fase. Mas San Marino é diferente.

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Esses são alguns dos melhores resultados da história da nação. Isso porque o país está acostumado a perder. E muito. Desde o primeiro jogo do microestado europeu, em 28 de março de 1986, dos 212 jogos que a seleção nacional disputou, perdeu 198, empatou 12 e venceu apenas dois, com um sendo apenas um amistoso.

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O pior país do mundo no futebol

San Marino é um pequeno microestado dentro da Itália que abriga 33.600 pessoas. Se fosse uma cidade nos Estados Unidos, estaria entre as 1.400 maiores do país em termos de população. É reconhecido por suas belas vistas, bolos tradicionais e por ser a república mais antiga em existência contínua no mundo. No entanto, não tem fama pela qualidade apresentada no futebol.

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Os jogadores da seleção nem mesmo são profissionais

Marcello Mularoni é um dos jogadores mais importantes de San Marino. Ele já atuou 45 vezes pelo país. Jogou em grandes partidas contra seleções como Inglaterra e Itália, e foi o capitão do time na partida mais recente (Moldávia 1 x 0 San Marino). Mas tem um detalhe: na maior parte do tempo, Mularoni é consultor empresarial. O meio-campista é semiprofissional, assim como quase todos os seus companheiros de seleção. O elenco de San Marino é composto por trabalhadores comuns: administradores, personal trainers, estudantes, um designer gráfico e um atleta profissional em tempo integral, Nicola Nanni, que pertence ao Torres, da terceira divisão da Itália.

Por que San Marino enfrenta dificuldades no futebol?

De acordo com Dante Rossi, zagueiro da seleção, essa vida dupla é uma das razões pelas quais San Marino tem enfrentado dificuldades ao longo dos anos. “Temos muitas pessoas no time que trabalham ou estudam. Isso consome muito tempo e definitivamente muita concentração”, disse ele. “Não somos profissionais que podem dedicar nosso tempo e ter bem-estar econômico para a vida toda com nossas mentes focadas apenas no futebol. Temos muitos problemas, temos família, temos muitas coisas para pensar além do futebol. Fica realmente complicado porque (outros times) estão 100% dedicados a isso.

Segundo Rossi, não é fácil perder de forma tão pesada e com tanta frequência. Entre 2006 e 2023, San Marino manteve o indesejável recorde de sofrer a maior derrota na história das eliminatórias da Eurocopa: uma goleada de 13 a 0 diante da Alemanha.

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Torcedores de San Marino e suas expectativas

O perfil de torcedores SanMarino_FA conquistou 178 mil seguidores, mais de cinco vezes o número de habitantes do país, no X um torcedor explicou a sensação de torcer pela seleção: “É uma baita jornada!”, disse rindo o administrador, que usa o pseudônimo Martino Bastianelli, em entrevista à CNN: “Eu sempre penso: ‘Talvez hoje seja o dia.’ Mas então eles começam a jogar.

Ainda mais irreverente é o principal grupo de torcedores da seleção nacional, a Brigata Mai 1 Gioia. Em português, “Brigada Nunca Uma Alegria”. “Somos doidos porque torcemos por San Marino.”, disse Christian Santini, membro da Brigata desde 2018, à CNN, “Torcemos por um time que nunca ganha.”, completou,

O dia mais importante da história de San Marino no futebol

Quando San Marino se preparava para um jogo da Liga das Nações contra Liechtenstein, time esse que era o único que já havia perdido para eles em um amistoso, o meio-campista Mularoni sentiu algo diferente. “Antes do jogo contra Liechtenstein, eu conseguia ver nos olhos dos meus companheiros de equipe que eles acreditavam.”, disse ele. “Estávamos pensando: ‘Sim, hoje é o dia.’”, completou.

Nós aqui da Placar fizemos uma matéria sobre o grande dia de San Marino, você pode ler ele aqui, mas a partida acabou 1 a 0, com o único gol saindo aos 8 minutos do segundo tempo dos pés de Nicko Sensoli, de apenas 19 anos, o jogador nem mesmo estava vivo na primeira vez que San Marino venceu contra Liechtenstein.

De volta ao vestiário, Rossi viu não apenas o que significava para seus companheiros de equipe, mas também para o povo de San Marino. “Emoção, lágrimas, alegria, abraços, fotos, mensagens e milhares de mensagens!”, disse ele. “Eu não uso redes sociais, mas no WhatsApp, recebi ligações e mensagens de todos os meus colegas.

Ao fim da partida, Rossi brincou: “A Brigata Mai 1 Gioia… Eles deveriam mudar o nome!”.

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