O zagueiro Franceso Acerbi, da Inter de Milão, foi cortado da seleção italiana nesta segunda-feira, 18, após ser acusado de racismo pelo brasileiro Juan Jesus, do Napoli, no último domingo, 17, durante empate por 1 a 1 em confronto pela 29ª rodada do Campeonato Italiano. O técnico Luciano Spalletti chamou Gianluca Mancini, da Roma, para o lugar de Acerbi.

O brasileiro se posicionou sobre o assunto em suas redes sociais, criticando “declarações contradizentes” do adversário após um pedido de desculpas durante a própria partida: “Para mim a questão foi encerrada ontem em campo com as desculpas da Acerbi e, honestamente, teria preferido não voltar a algo tão vil como aquilo que tive de passar. Mas hoje li declarações do Acerbi contradizendo totalmente a realidade dos acontecimentos, com o que ele disse ontem no campo do jogo e com as provas mostradas também por imagens e leitura labial inconfundíveis em que ele pede perdão”, iniciou dizendo.

“Não vai ficar assim. O racismo está sendo combatido aqui e agora. Acerbi disse-me ‘vai embora negro, você é apenas um negro’. Após o meu protesto com o árbitro, admitiu que estava errado e pediu desculpas e depois acrescentou: ‘para mim o negro é um insulto como qualquer outro’. Hoje ele mudou sua versão e afirma que não houve insulto racista. Não tenho nada a acrescentar”, concluiu.

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Em nota, a federação italiana de futebol (FIGC) disse que ouviu de Acerbi que “não houve intenção difamatória”, mas que a comissão optou por desconvocá-lo em nome da “serenidade necessária à seleção nacional e ao próprio jogador”.

“O jogador de futebol Francesco Acerbi, que chegou esta manhã à concentração da seleção nacional em Roma e explicou ao técnico Luciano Spalletti e seus companheiros, sua versão da suposta expressão racista relatada pelo jogador de futebol Juan Jesus entrou durante o jogo Inter x Napoli. Pelo relato do zagueiro nerazzurri, não houve intenção difamatória, denegridora ou racista de sua parte. No entanto, foi acordado excluir Acerbi da lista de jogadores convocados para os próximos dois amistosos ​​agendados nos Estados Unidos, para garantir a serenidade necessária à seleção nacional e ao próprio jogador, que volta hoje ao seu clube”, informou a FIGC.

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A Inter também emitiu um comunicado no qual disse “se reservar o direito de um encontro o quanto antes com o jogador para esclarecer as dinâmicas do ocorrido”, sem citar qualquer tipo de apoio a Juan Jesus, que defendeu o clube de Milão entre 2020 e 2016.