Alisson se une a Rodri e critica excesso de jogos: ‘Não somos ouvidos’
Depois de o volante do Manchester City sugerir greve de atletas, goleiro brasileiro do Liverpool ressaltou que os jogadores deveriam participar dos debates sobre mudança de calendário
A Champions League de 2024/25 começou. Em novo formato, a competição aumentou o número mínimo de partidas de seis para oito. Essa transformação, no entanto, não foi bem aceita por todos os jogadores, como por Alisson, do Liverpool, e Rodri, do Manchester City.
O goleiro brasileiro lamentou o fato de os jogadores não terem sido consultados sobre o aumento do número de jogos. Em entrevista coletiva antes do jogo entre Milan e Liverpool, ele ressaltou que a sobrecarga de partidas tem preocupado os atletas. “Ninguém pergunta aos jogadores o que eles acham sobre acrescentar jogos. Talvez nossa opinião não conte, mas todos sabem o que pensamos sobre ter mais jogos”, disse.
Alisson continuou. “Entendemos que existe o lado da mídia e da televisão, o lado da Uefa, da Fifa, da Premier League e outras competições nacionais. Sabemos que as pessoas querem mais jogos, mas o mais razoável seria que todas as partes que mencionei e os responsáveis pelo calendário se sentassem juntos e ouvissem todas as partes, inclusive os jogadores.”
Rodri também criticou
Rodri, do Manchester City, um dos favoritos à Bola de Ouro, também se posicionou contra o inchaço do calendário. Assim como Alisson, o volante destacou que o cenário atual é insustentável. Ele ainda chegou a dizer que isso pode levar até mesmo a uma greve dos atletas.
“Sim, acho que estamos perto disso (uma greve). É fácil de entender. Se perguntar para qualquer outro jogador, vai dizer o mesmo. Se continuar assim, chegará um momento em que não teremos outra opção. Na minha humilde opinião, acho que é demais. Nós ou alguém tem que cuidar da gente, porque somos os principais personagens deste esporte, ou negócio, ou seja lá como queira chamar. Nem tudo é dinheiro ou marketing, é também a qualidade do show. Quando estou descansado, jogo melhor. Se as pessoas quiserem ver um futebol melhor, precisamos descansar”, pontuou o espanhol.
Rodri também citou o atacante Erling Haaland como exemplo de jogador que teve uma boa recuperação graças a um período de descanso por não disputar a Eurocopa. “Talvez Erling seja um bom exemplo. Ele teve uma longa pausa e veja como está jogando agora. Dá uma dica de por que pedimos isso.”
Mudanças além da Champions
Outro grande destaque é a reformulação do Mundial de Clubes da Fifa, prevista para 2025. O torneio, que tradicionalmente envolvia poucas equipes, será expandido para 32 times e acontecerá entre os meses de junho e julho.
Esse movimento aumentará ainda mais a quantidade de partidas disputadas por ano. Casado a isso, cada vez mais jogos pela seleção, como em Eliminatórias e Nations League, também são colocados na conta.
Marquinhos, zagueiro do PSG, se mostrou satisfeito com o novo formato da Champions: “Para o espectador é bom. Você tem boas partidas, bons times que vão se enfrentar. Para os atletas, é uma agenda que combina com as competições internacionais, com a seleção, com as viagens, com o calendário na Europa e com o campeonato.”
O defensor, por outro lado, também citou a importância da consulta aos atletas. “Nós não somos especialistas em calendários, mas é importante saber o que o jogador pensa.”