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‘Seremos a 2ª potência mundial do MMA’, diz Wallid Ismail

Presidente do Jungle Fight – que comemora dez anos neste sábado, em São Paulo – detalha os planos para o futuro do principal evento de MMA do país

“Cheguei em Manaus e os parceiros falaram que não fariam mais o evento. Resolvi em alguns segundos que bancaria tudo com meu dinheiro. Foi a luta da minha vida. Investi até o que não tinha, mas o evento foi um sucesso. Eu nasci para vencer e para trabalhar”

Um ex-lutador brasileiro que tentava se afastar dos tatames resolveu juntar alguns sócios americanos e japoneses para criar um torneio de MMA no Brasil, mais precisamente em Manaus. Dez anos depois, Wallid Ismail não poderia imaginar que o Jungle Fight se tornaria o maior evento da modalidade no Brasil, inclusive revelando atletas que se destacaram no UFC. Os investidores iniciais já deixaram o negócio – alguns deles, depois de ações judiciais -, mas Ismail continua firme em sua estrada para tentar transformar o MMA num esporte cada vez mais popular entre os brasileiros. Sobre a concorrência com o torneio americano, ele mantém os pés no chão e deixa claro que não tem nenhuma intenção de brigar diretamente com o UFC. Afinal, sabe que não teria força para concorrer com um das maiores franquias esportivas dos EUA. Por isso, projeta seu crescimento para ser o segundo maior torneio de MMA do mundo. “Meu objetivo não é se tornar mais conhecido que o UFC. Quero posicionar o Jungle Fight como a segunda potência mundial”. Na noite deste sábado, no Ginásio da Portuguesa, em São Paulo, o Jungle Fight realiza sua festa de dez anos, com seis lutas no card. A plateia deve contar com alguns lutadores que passaram pelo torneio e hoje são destaque no UFC, como Erick Silva e Ronaldo Jacaré. Para fazer seu negócio continuar crescendo, Wallid Ismail já planeja prospectar novos mercados, como a Argentina. “Vou fazer um evento menor por lá, anunciando a chegada da Copa do Mundo, que é o UFC. O Jungle Fight é a Copa Libertadores, serve para o atleta chegar ao torneio principal”.

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Qual é sua expectativa para este décimo aniversário do Jungle Fight? Todo evento é o mais importante para mim. Continuo pensando igual a quando eu era lutador, em que sempre falava para o meu mestre Carlson Gracie que a próxima luta seria a luta da minha vida. A festa, para o público será a porrada. Temos os melhores lutadores que ainda não chegaram ao UFC.

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Acredita que o MMA está mais popular que o boxe? Os organizadores do boxe estão para se matar, né? Recentemente, tentei assisti uma luta de boxe, mas não consegui. Não tem emoção nenhuma, os lutadores só podem usar os dois braços. O MMA tem emoção, adrenalina, os atletas lutam em pé e no chão. O MMA é a arte mais antiga do mundo. Os lutadores são os gladiadores da era moderna – só que agora não precisam lutar até a morte.

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Você usou uma expressão do Galvão Bueno. Já imaginou ele narrando um Jungle Fight? Nosso sonho era que o Galvão Bueno narrasse o MMA. Alguns falaram mal dele, mas eu adorei. É um sonho se tornando realidade. E olha que eu não gostava do Galvão Bueno, porque ele só narrava futebol. Mas virei fã quando ele começou no MMA. É legal que ele narre o UFC, mas se um dia ele estiver no Jungle, eu vou ficar sem palavras, é outro nível.

Qual edição do Jungle Fight que você achou melhor? Não tem nenhuma específica, mas uma logo no começo me marcou muito, acho que foi a quarta, quando ainda morava nos Estados Unidos. Cheguei em Manaus e os parceiros locais falaram que não fariam mais o evento. Resolvi em alguns segundos que bancaria tudo com meu dinheiro. Foi a luta da minha vida. Investi até o que não tinha, mas o evento foi um sucesso. Eu sabia que aquilo tinha potencial. Eu nasci para vencer e para trabalhar.

E a pior? Não consigo lembrar de nenhum evento ruim porque os lutadores sempre dão show. Mas já tivemos problemas em alguns, como eu precisar segurar corda para o ringue não fechar. Em outros, a gente ficou sem luz e foi complicado para resolver o problema. Trabalhar com evento de luta é uma guerra.

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O Jungle Fight passou 2007 sem nenhum evento. Qual foi o motivo? Tive um problema com meus sócios nos Estados Unidos. Eles fizeram uma grande besteira, que foi tentar passar a perna em mim. Depois de muita briga eu consegui recuperar o dinheiro e voltei a realizar os eventos.

Você pensou que o Jungle Fight encerraria suas atividades? Em 2007, tive o pior ano da minha vida. Não gosto de lembrar coisa ruim, mas 2007 foi muito complicado. Uma fase negra, a única época que pensei no que iria fazer depois que isso acabasse. Meus sócios me deixaram sem nada.

Você está rico? Eu sou muito doido, invisto tudo de volta no evento. Ganhei muito dinheiro do processo depois de 2007. O Jungle Fight ainda está se consolidando financeiramente, mas não posso reclamar. Estou muito melhor do que imaginei.

Qual o próximo passo do Jungle Fight? Se estabelecer mundialmente como a segunda melhor liga de MMA, atrás apenas do UFC.

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