São Silvestre: brasileiros encaram africanos. De novo
Algumas das novidades da prova deste ano são a largada pela manhã e o retorno da chegada na Avenida Paulista
Em sua 88ª edição, a Corrida Internacional de São Silvestre busca, nesta segunda-feira, aliar modernidade e tradição. Em função de seu próprio crescimento e das peculiaridades vividas por São Paulo desde os anos 1920, a prova idealizada pelo jornalista Cásper Líbero passou por doze mudanças de percurso e dezoito de distância. Em 2012, a largada é realizada pela manhã de forma inédita: a elite feminina partiu às 8h40 (horário de Brasília) e a masculina, às 9 horas. A chegada, posicionada em frente ao Parque do Ibirapuera em 2011, retornará à Avenida Paulista.
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As alterações no horário da largada e no local da chegada deixaram os brasileiros satisfeitos, o que serve de estímulo na tentativa de retomar a hegemonia na corrida. Marílson Gomes dos Santos venceu pela última vez entre os homens em 2010 e Lucélia Peres fez o mesmo no feminino em 2006.
Entre os homens, a principal esperança brasileira é o mineiro Giovani dos Santos, de 31 anos. Quarto colocado na edição de 2010 da prova, com percurso semelhante ao desta segunda-feira, o atual campeão da Volta Internacional da Pampulha fez treinamento especial na altitude de Campos do Jordão (cerca de 1.600 m). “Em 2011, sofri um pouco com as descidas do percurso e ainda choveu bastante, o que aumentou a dificuldade para todos. Nesse ano, o trajeto vai ser mais parecido com o antigo, o que para mim é positivo, já que consegui meu melhor desempenho em 2010”, disse Giovani, que terá a companhia de nomes como Damião Ancelmo e Paulo Roberto de Almeida Paula.
Como de costume, os principais rivais dos brasileiros são os representantes do continente africano. O queniano Mark Korir, atual vice-campeão da São Silvestre, e o etíope Belete Terefe, ganhador da Gonzaguinha, estão entre os principais favoritos ao título.
“A São Silvestre é a corrida mais importante do mundo nessa época do ano e sempre trabalhamos pensando em vencê-la. Essa prova é uma incógnita e o favoritismo não significa muita coisa. Acho que a disputa vai ser muito boa”, disse Moacir Marconi, mais conhecido como Coquinho, técnico e agente dos principais africanos.
Já as brasileiras lutam para quebrar um incômodo jejum, uma vez que a última atleta da casa a vencer foi Lucélia Peres, em 2006. Desde então, ganharam as quenianas Alice Timbilili (2007 e 2010), Pasalia Chepkorir (2009) e Priscah Jeptoo (2011), além da etíope Yimer Wude Ayalew (2008). “Mais cedo ou mais tarde uma brasileira consegue ganhar novamente. Vai ser uma briga acirrada entre nós e as estrangeiras. Nosso objetivo é colocar o Brasil no lugar mais alto novamente e, caso não seja possível, terminar entre as cinco primeiras para subir no pódio”, afirmou Maria Zeferina Baldaia, campeã da edição de 2001.
Marily dos Santos, líder do Circuito Nacional de Corridas de Rua e campeã da Maratona de Padova, é uma das esperanças do Brasil ao lado de Sueli Pereira da Silva, que teve a chance de se preparar para a São Silvestre na altitude da cidade colombiana de Paipa.
Entre as africanas, as mais cotadas ao título nesta segunda-feira são as quenianas Maurine Kipchumba, atual campeã da Volta Internacional da Pampulha, e Nancy Kipron, que conquistou o evento realizado na capital mineira nas temporadas de 2007, 2008 e 2011.
Além do Quênia, também estarão representados na elite Etiópia, Tanzânia e Marrocos em um total de 11 atletas no masculino e sete no feminino. Como resultado de um acordo entre a organização da corrida e a Confederação Brasileira de Atletismo (Cbat), foram incluídos atletas de todos os estados do Brasil e de todos os países da América do Sul.
(Com Agência GazetaPress)