Armstrong se nega a prestar juramento a agência antidoping
Ex-ciclista não vai repetir para a instituição a confissão que fez a Oprah Winfrey
Lance Armstrong se recusou, nesta quarta-feira, a colaborar com as investigações da agência antidoping dos Estados Unidos (Usada) sobre o uso de substâncias ilegais no ciclismo. A instituição tinha esperanças de que o americano concordasse em depor sob juramento em troca da revisão de sua pena de banimento do esporte — que poderia ser convertida em uma suspensão de oito anos.
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Acusado pela Usada de participar do “mais sofisticado programa de doping” da história do esporte, Armstrong perdeu todos os seus sete títulos da Volta da França — o torneio mais prestigiado da modalidade — e foi proscrito do ciclismo. Em uma entrevista concedida à apresentadora Oprah Winfrey em janeiro, o ex-campeão admitiu ter conquistado suas vitórias sob efeito de substâncias ilegais. A confissão de Armstrong em rede nacional animou os diretores da Usada, que reforçaram o convite para o ex-ciclista cooperar com a agência. “Se ele é sincero em seu desejo de corrigir os erros do passado, irá depor sob juramento sobre todas as relações com atividades dopantes”, afirmou na época o presidente da organização, Travis Tygart.
Armstrong, no entanto, frustrou a agência ao se recusar a colaborar. O advogado do atleta, Tim Herman, justificou a negativa explicando que a jurisdição da Usada está limitada aos Estados Unidos, enquanto o ciclismo é um esporte “quase exclusivamente europeu”. “Lance não participará das tentativas da Usada de lançar processos judiciais americanos que só irão demonizar alguns indivíduos ao tempo que evitarão 95% do esporte”, afirmou. Herman acrescentou que Armstrong estaria disposto a cooperar com um tribunal “internacional e abrangente”.
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O presidente da Usada, Travis Tygart, lamentou a decisão do ex-campeão e especulou que Armstrong estaria preocupado com as possíveis consequências criminais de uma confissão sob juramento. “Continuaremos nossa investigação sem ele e seguiremos trabalhando de perto com a Agência Mundial Antidoping e com outras autoridades internacionais apropriadas para cumprir nosso compromisso de proteger o direito dos atletas de competir em um campo livre de drogas”, disse ele.
(Com agências EFE e Gazeta Press)