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Mundial de Clubes

Quando Musiala volta? Especialista analisa gravidade da lesão

Jogador do Bayern de Munique deixou o gramado depois de dividida com Donnarumma e vai desfalcar time alemão por longo período; exames detectaram fratura na fibula

Publicado por: Da Redação em 06/07/2025 às 15:56 - Atualizado em 07/07/2025 às 17:30
Quando Musiala volta? Especialista analisa gravidade da lesão
Musiala deixou o estádio na maca após sofrer lesão grave contra o PSG - PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP

Além da eliminação no Mundial de Clubes, o Bayern de Munique também amarga a grave lesão de um de seus principais jogadores, Jamal Musiala. Neste domingo, 6, o clube alemão confirmou que os exames médicos constataram  uma fratura na fíbula, além de uma luxação do tornozelo do jogador.

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Musiala deixou o campo nos acréscimos da primeira etapa, depois de um choque duro com o goleiro Donnarumma dentro da área. O lance assustou a todos em campo, inclusive o arqueiro do PSG, e o atleta foi encaminhado direto para o hospital.

Os exames realizados foram divulgados pelo Bayern e constataram a lesão grave. O clube não estipulou um prazo de recuperação para o jogador, mas confirmou que ele ficará afastado por um “longo período”. Assim, Musiala deve ficar de fora de boa parte da temporada europeia, que se inicia ainda neste segundo semestre.

“Esta lesão grave e a longa paralisação são um verdadeiro choque para Jamal e para todos nós. Isso afeta o FC Bayern. Todos sabem a imensa importância de Jamal para o nosso esporte e o papel central que ele desempenha em nossa equipe”, disse Max Eberl, membro da diretoria esportiva do Bayern de Munique.

Musiala, de apenas 22 anos, é um dos destaques do elenco do Bayern. Ele já vinha afastado dos gramados por um período de três meses, por causa de uma lesão muscular. Ele voltou aos gramados justamente durante o Mundial de Clubes.

“Há também um enorme impacto humano, e todos nós sentimos por ele: Jamal acabou de se recuperar de uma lesão e agora ficará afastado por mais um longo período. Ele receberá tudo o que precisa de nós. Vamos apoiá-lo intensamente, estar ao seu lado e já estamos ansiosos por seu retorno aos gramados”, completou o dirigente do clube alemão.

Quando Musiala volta? Especialista analisa

À PLACAR, o doutor Vitor Miranda, Membro da SBRATE (Sociedade Brasileira de Traumatologia do Esporte) analisou a gravidade da lesão de Jamal Musiala:

Doutor Vitor Miranda, Membro da SBRATE - Divulgação

Doutor Vitor Miranda, Membro da SBRATE – Divulgação

Qual a gravidade da fratura sofrida por Musiala, envolvendo fíbula e tornozelo?

É uma lesão grave, de tratamento cirúrgico obrigatório.  A cirurgia é feita de forma convencional, ou seja, é necessário abrir a região da fratura, especialmente na fíbula, que é o osso lateral do tornozelo. É feito um corte na pele, alcança-se a fratura e realiza-se a redução — que é o reposicionamento do osso na sua posição original. Em seguida, a fratura é fixada com placa e parafusos.

Após essa fixação, o cirurgião avalia se há outras lesões associadas. No caso do Musiala, é bem provável que tenha havido uma lesão na articulação entre a fíbula (que foi fraturada) e a tíbia, que é o osso principal da perna. Essa articulação se chama sindesmose.  Durante a cirurgia, é importante avaliar se houve instabilidade da sindesmose, assim como possíveis lesões do ligamento interno do tornozelo. Quando ocorre
uma luxação com deslocamento importante, como no caso dele, é bem possível que haja uma ruptura desse ligamento. Essa avaliação é feita no intraoperatório.

Feita a redução e fixação, realiza-se o fechamento da pele. O paciente permanece imobilizado por um breve período — apenas alguns dias — e já se inicia a reabilitação de acordo com a tolerância e resposta ao tratamento. Se o tornozelo estiver estável e sem dor, a reabilitação e até mesmo o apoio do pé no chão podem começar precocemente, geralmente em até duas semanas.

Qual o tempo estimado de recuperação?

Já tivemos diversos atletas com lesões semelhantes na história recente do futebol. Em 2019, por exemplo, o jogador Diego Ribas teve uma lesão muito parecida e voltou a jogar em quatro meses. O tempo médio de recuperação gira em torno de seis meses. Claro que isso varia conforme a resposta individual ao tratamento fisioterápico — pode ser um pouco mais rápido ou mais lento.

Importante frisar: são seis meses para voltar a jogar, de fato — entrar em campo, participar de partidas. O retorno aos treinos costuma ocorrer com quatro ou cinco meses de pós-operatório, com recuperação da condição cardiovascular e recondicionamento muscular.

Que cuidados são fundamentais no pós-operatório imediato e durante a reabilitação?

Os cuidados nas duas primeiras semanas são cruciais para uma boa cicatrização da pele. A pele do tornozelo cicatriza mais lentamente do que outras regiões do corpo, e, por ter pouco tecido subcutâneo, se não cicatrizar bem, pode causar infecção — o que seria um grande problema.

Por isso, nas primeiras semanas, o paciente deve manter repouso relativo, evitando colocar carga no pé e mantendo-o elevado. Às vezes, também é necessário imobilizar.

Após a cicatrização da pele e com sinais de consolidação óssea — geralmente entre três e seis semanas — a reabilitação começa a ganhar mais intensidade, com a retirada da imobilização, início dos exercícios de fortalecimento e aumento gradual da carga.

Dois cuidados são fundamentais durante todo o processo: o primeiro é o controle da dor, desde o início. Isso pode ser feito com medicamentos, bloqueios anestésicos, entre outros recursos. O segundo é a prevenção de infecções nas fases iniciais, até a retirada dos pontos.

Quais os riscos de retorno precoce às atividades esportivas após esse tipo de lesão?

O principal risco é a consolidação inadequada do osso, que pode gerar dor articular ou instabilidade no tornozelo. Isso aumenta a vulnerabilidade a traumas repetitivos.  O futebol, em particular, expõe bastante o tornozelo a impactos — tanto por contato direto em disputas quanto por torções ao pisar no gramado irregular. É importante destacar também que a luxação, embora o termo pareça indicar algo simples, é uma lesão grave. A luxação envolve deslocamento articular e, frequentemente, exige tratamento cirúrgico.

Há chances de sequelas funcionais ou limitação de desempenho no futuro?
A fratura com luxação é uma lesão que pode ter fatores de pior prognóstico, principalmente quando há lesão associada da cartilagem — algo que, às vezes, só é identificado mais tarde. No entanto, há muitos casos de atletas que sofreram fraturas semelhantes e se recuperaram plenamente. Podemos citar Diego Ribas, Juninho Paulista e Rogério Ceni, todos com desfechos positivos. A chance de retorno ao alto rendimento sem sequelas é muito boa. Claro que existe risco de complicações, como em qualquer cirurgia ortopédica, mas o prognóstico da fratura-luxação do tornozelo é, em geral, favorável.

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