Na contramão do praticado em outros países, futebol brasileiro passou a ter copa nacional 36 anos atrás; entenda
As oitavas de final da Copa do Brasil começam nesta terça-feira, 29, após a paralisação para o Mundial de Clubes. Com 16 equipes vivas na disputa, o torneio oferece premiações milionárias e se estabeleceu como um dos principais focos dos times.
O torneio, no entanto, é relativamente novo no cenário do país. A competição foi criada apenas em 1989, quando o Campeonato Brasileiro já completava 18 anos com esse nome – e as competições nacionais já completavam 30 anos.
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Muitos clubes já existiam desde o fim do século XIX, a seleção brasileira foi criada em 1914 e torneios estaduais e regionais eram realidade antiga. Assim, a taça nacional, fundada há 36 anos, pode, sim, ser considerada tardia.
O “atraso” fica ainda mais evidente em comparação com o praticado em outras potências futebolísticas. Como base de comparação, a FA Cup (Inglaterra) nasceu em 1871, a Copa do Rei (Espanha) foi inaugurada em 1903, e a Copa da Itália debutou em 1922.
Com base nisso, PLACAR voltou no tempo para explicar: por que a Copa do Brasil nasceu só em 1989?
Ainda que o torneio de mata-mata que caiu no gosto do brasileiro seja relativamente novo, a Copa do Brasil não é um modelo inédito por aqui. Em termos de formato, é possível traçar paralelos com a Taça Brasil, primeiro torneio profissional de clubes a ser organizado pela CBD (Confederação Brasileira de Desportos), que hoje tem peso de Campeonato Brasileiro na contagem de títulos.
A competição surgiu em 1959, como uma insistência de João Havelange (presidente da CBD), unindo 16 dos 20 campeões dos estaduais então existentes. A pressão surgiu pela ideia da Conmebol de criar a Copa Libertadores e exigir do Brasil a indicação de um representante.
Até 1966, a disputa era integralmente em mata-mata – realidade atual da Copa do Brasil -, tornando-se em modelo híbiro (pontos corridos + mata-mata) a partir de 1967 e 1968, apenas a partir da criação do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, nascido como ampliação ao antigo Torneio Rio-São Paulo e substitúido em 1971 pelo Campeonato Nacional de Clubes, o atual Brasileirão.
Passaram-se 18 anos e boa parte do mundo futebolístico já tinha uma liga nacional em pontos corridos e uma copa em mata-mata. O Brasil, com seus estaduais e regionais ainda muito valorizados, contava com apenas um campeonato nacional, disputado em modelo misto.
Tudo mudou quando Ricardo Teixeira (que despontou com o status de genro de João Havelange) foi eleito, em 1989. Entre suas promessas, estava a ideia de criar a Copa do Brasil, o segundo torneio em importância nacional, em jogada que incluiu mais estados nos grandes holofotes e, de quebra, agradou a mais federações.
Grêmio venceu a primeira Copa do Brasil – Divulgação / Grêmio
Desde a primeira edição do torneio, o campeão passou a herdar vaga na Copa Libertadores do ano seguinte. Mesmo assim, nem sempre houve badalação, visto que na ida da final de 1990, entre Flamengo e Goiás, apenas 2.437 torcedores estiveram no Estádio Mário Helênio, em Juiz de Fora (MG).
A importância do torneio escalou ainda mais após a volta dos clubes participantes da Libertadores do respectivo ano (após ausência entre 2001 e 2012). Além disso, nos últimos anos as grandes premiações passaram a atrair ainda mais, podendo render mais de R$ 101 milhões ao campeão.
O número de equipes aumentou gradativamente. Atualmente, em sua 37ª edição, conta com 92 participantes. Todas as 27 federações estaduais do Brasil estão representadas, com ao menos dois times por estado.
1989 – Grêmio
1990 – Flamengo
1991 – Criciúma
1992 – Internacional
1993 – Cruzeiro
1994 – Grêmio
1995 – Corinthians
1996 – Cruzeiro
1997 – Grêmio
1998 – Palmeiras
1999 – Juventude
2000 – Cruzeiro
2001 – Grêmio
2002 – Corinthians
2003 – Cruzeiro
2004 – Santo André
2005 – Paulista
2006 – Flamengo
2007 – Fluminense
2008 – Sport
2009 – Corinthians
2010 – Santos
2011 – Vasco
2012 – Palmeiras
2013 – Flamengo
2014 – Atlético Mineiro
2015 – Palmeiras
2016 – Grêmio
2017 – Cruzeiro
2018 – Cruzeiro
2019 – Ahtletico Paranaense
2020 – Palmeiras
2021 – Atlético Mineiro
2022 – Flamengo
2023 – São Paulo
2024 – Flamengo
6 títulos – Cruzeiro (1993, 1996, 2000, 2003, 2017 e 2018)
5 títulos – Flamengo (1990, 2006, 2013, 2022 e 2024)
5 títulos – Grêmio (1989, 1994, 1997, 2001 e 2016)
4 títulos – Palmeiras (1998, 2012, 2015 e 2020)
3 títulos – Corinthians (1995, 2002 e 2009)
2 títulos – Atlético-MG (2014 e 2021)
1 título – Athletico (2019)
1 título – Criciúma (1991)
1 título – Fluminense (2007)
1 título – Internacional (1992)
1 título – Juventude (1999)
1 título – Paulista de Jundiaí (2005)
1 título – Santos (2010)
1 título – Santo André (2004)
1 título – São Paulo (2023)
1 título – Sport (2008)
1 título – Vasco da Gama (2011)
Flamengo foi campeão da Copa do Brasil de 2024 – Alexandre Battibugli/PLACAR
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