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Por que patrocínio saudita à Copa feminina virou escândalo na Fifa

Atletas, técnicos e federações se opuseram à presença do órgão Visit Saudi na competição que acontece na Austrália e Nova Zelândia, a partir de julho

A quatro meses do início da Copa do Mundo de futebol feminino da Austrália e da Nova Zelândia, a Fifa se envolveu em uma polêmica generalizada devido ao possível patrocínio do governo da Arábia Saudita ao evento que acontece em julho. Após diversas críticas da comunidade internacional, de atletas e treinadores, a Federação de Futebol da Austrália (FA) também se posicionou sobre o caso. O país árabe é alvo de constantes denúncias sobre violações aos direitos humanos e à liberdade de mulheres e homossexuais. 

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O assunto foi tema do programa Fut das Minas exibido todas às quartas-feiras na PLACAR TV (clique e se inscreva no canal), com participação de Amanda Porfirio e Mariana Santos do site Fut das Minas.

A polêmica começou quando o jornal americano The Athletic revelou que a Visit Saudi (Visite a Arábia Saudita, em tradução livre para o português), órgão de turismo do governo da Arábia Saudita, que inclusive foi um dos parceiros da Fifa no Mundial masculino no Catar ano passado, faria também parte do grupo de patrocinadores da Copa Feminina. 

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Rapidamente, a notícia gerou diversas reações negativas. Alex Morgan, icônica atacante americana, a atacante holandesa Vivianne Miedema, a zagueira e a meio-campista do Barcelona Lucy Bronze e Keira Walsh foram alguma das atletas que se manifestaram sobre o assunto. 

Além das atletas, a federação americana de futebol e a Anistia Internacional também criticaram a negociação. O país no Oriente Médio, de quase 36 milhões de habitantes, tem um histórico de políticas conservadoras que violam os direitos humanos e a liberdade de mulheres e homossexuais. Apenas em 2019, por exemplo, as mulheres puderam viajar sem autorização do pai ou marido. Só em 2020 a primeira liga de futebol feminina foi criada no país. 

Moralmente, é algo que não faz sentido. É bizarro que a Fifa aceite um patrocínio para visitar a Arábia Saudita quando eu, Alex Morgan, não seria apoiada ou aceite naquele país. Não compreendo”, disse em entrevista à imprensa. 

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Após a enxurrada de críticas negativas, o presidente da Federação de Futebol da Austrália (FA), James Johnson, falou publicamente pela primeira vez sobre o assunto. Ele rechaçou a possibilidade e ao mesmo tempo pressionou a Fifa, que até o momento não abordou o assunto. 

“Houve um esmagador consenso de que essa parceria não se alinha com as nossas visões coletivas para o torneio e está muito abaixo das expectativas”, disse o mandatário em nota. 

A Copa do Mundo Feminina de 2023 será a primeira a ser realizada com 32 seleções divididas em oito grupos. Sediada na Austrália e na Nova Zelândia, o maior evento de futebol feminino está programado para ocorrer entre os dias 20 de julho à 20 de agosto. O Brasil ocupa o grupo F, ao lao de Panamá, Jamaica e França.

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