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Times históricos: Paraná de 2006

O time campeão paranaense foi reforçado no 2° semestre e fez história

Esse talvez tenha sido o melhor ano da história do Paraná Clube e, com certeza, nunca sairá da cabeça do torcedor paranista. Comandado por Caio Júnior, o time mostrou qualidade de jogo com um time sem craques, mas com peças muito bem distribuídas em um 3-6-1 que funcionou muito bem no Campeonato Brasileiro.

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No gol, o time tinha o experiente goleiro Flávio, após deixar o rival Atlético-PR, que fazia sua terceiro temporada na equipe e vivia seu melhor momento.

A experiência de Flávio dava segurança ao gol do Paraná – EDISON VARA

Os três zagueiros misturavam experiência, técnica e força. A experiência vinha com Émerson, zagueiro que fez sucesso na Portuguesa e tinha passagens por São Paulo e Botafogo. No Paraná, era uma espécie de líbero. O outro titular era o jovem Gustavo, de Campinas, que tinha passado pelos rivais Guarani e Ponte Preta, além de ter atuado no futebol europeu. Ao final do ano, seria levado ao Palmeiras por Caio Júnior, assim como o terceiro zagueiro do time, o responsável pela raça: Edmílson, o canhão do pantanal, também conhecido como Dubinha, que tinha um chute potente que, muitas vezes, se transformava em gols.

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Nesse time, outro jogador de destaque, que também foi ao Palmeiras após essa temporada era o volante Pierre, que foi ganhando espaço no time e mostrando muita qualidade no desarme. Era um cão de guarda da equipe, que mais na frente tinha um jovem Maicosuel, que mostrava muita técnica com a bola nos pés.

Pierre era um carregador de piano no time – RENATO PIZZUTTO

No ataque, Cristiano e Leonardo eram os principais nomes do time. Leonardo, que chegara do Vitória, era o principal. Já Cristiano, sergipano com passagens por diversos clubes do estado, era outra boa opção. Ele foi outro jogador levado por Caio Júnior para o Palmeiras no ano seguinte.

E o primeiro campeonato do ano seria o Paranaense. O Paraná caiu no grupo B, junto com Coritiba, Londrina, Adap, Roma, Paranavaí, União Bandeirante e Toledo. Após jogos de ida e volta dentro da chave, o clube acabou em primeiro, com sete vitórias, cinco empates e duas derrotas, com 24 gols pró e 13 contra. As únicas derrotas foram o Londrina, fora, e o Roma, também fora. No clássico contra o Coritiba, empate por 1 x 1 e vitória por 3 x 0, o que ajudou a deixar o Tricolor um ponto à frente do Alviverde nesta fase.

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Émerson trazia experiência à zaga do Paraná – RENATO PIZZUTTO

Nas quartas de final, o rival seria o Iraty, quarto colocado do grupo A. Na ida, vitória de 1 x 0 do Paraná como visitante. Na volta, em casa, empate em 1 x 1 que levou o time à semifinal, mostrando que o time de Caio Júnior seria competitivo neste ano. O Atlético-PR fora eliminado pelo Adap, que eliminaria o Coritiba, nos pênaltis, na semifinal. Na outra, o Paraná não deu espaço para a zebra. Venceu o Rio Branco, fora de casa, por 2 x 1, e em casa, por 3 x 0, chegando à decisão.

E o primeiro jogo seria em Maringá, contra o Adap. E, de cara, o Paraná mostrou que teria força no ano, vencendo por 3 x 0, gols de Maicosuel e Leonardo (2). Na volta, no Pinheirão, o Paraná manteve o controle da situação e foi campeão com empate por 1 x 1. Até saiu atrás, mas empatou com Marcelinho aos 20 do segundo tempo.

Leonardo era o principal centroavante do Paraná – GILSON ABREU

Com nove gols, Leonardo foi o artilheiro da equipe naquele campeonato. Foi o sétimo título estadual do Paraná, que dominou as conquistas na década de 1990, o primeiro em oito anos.

Por ter ido mal no estadual em 2005, o time não se classificou e não disputou a Copa do Brasil de 2006. 

Restava para o clube, naquele ano, a disputa da Copa Sul-americana e do Campeonato Brasileiro. Por ter sido sétimo colocado no torneio de 2005, uma campanha já incrível, o Paraná se classificou para a Copa Sul-americana, com Borges, Thiago Neves, Vicente e Daniel Marques, que deixaram o time no fim do ano.

Maicosuel surgia como revelação do clube – GILSON ABREU

E no torneio, o adversário da primeira fase foi logo um clássico, contra o experiente Atlético-PR, vice-campeão da Libertadores um ano antes. No jogo de ida, em casa, Cristiano até abriu o placar para o Paraná, mas o Atlético-PR virou o jogo e venceu por 3 x 1 fora de casa. Como mandante, o Furacão voltou a vencer com triunfo de 1 x 0, eliminando o Paraná.

Em contrapartida, no Brasileiro daquele ano, o Paraná mostrou uma consistência incrível, especialmente jogando em casa. Na estreia, perdeu para o Juventude fora de casa (0 x 1), e na estreia em casa, não saiu do 0 com o Botafogo. Contudo, no jogo seguinte, o time mostrou que teria muita força em casa. Contra o Grêmio, venceu por 5 x 2. Fora, perdeu para o Fluminense (1 x 2), e, novamente em casa, teve um dos raros tropeços, perdendo para o Corinthians (1 x 2), mas se acertaria umas rodadas para frente.

Na sequência, empatou dois jogos: Fortaleza, fora por 1 x 1 e Figueirense, em casa, por 0 x 0. Contudo, o time engrenaria com duas vitórias muito convincentes naquele ano: 5 x 2 na Ponte Preta, fora de casa, e com 3 x 0 diante do Santa Cruz, em casa, com dois gols de Leonardo.

Na partida seguinte, contra o Goiás, virou o jogo após os 30 do segundo tempo, com dois gols em vitória de 2 x 1. A quarta vitória seguida foi uma goleada de 4 x 1 contra o Flamengo, em Volta Redonda, com dois gols do zagueiro Edmílson.

Edmílson, o Canhão do Panatanal – RENATO PIZZUTTO

A quinta vitória seguida viria no clássico contra o Atlético-PR, com mando do Paraná, por 2 x 1. No jogo seguinte, também em casa, o Paraná venceu o Cruzeiro por 1 x 0, com gol de Maicosuel. 

Após seis vitórias seguidas, o Paraná mostrou que viria com força no torneio. No jogo seguinte, em São Paulo, contra o Palmeiras, derrota por 2 x 4. A recuperação viria na rodada seguinte, novamente em casa, com vitória por 2 x 1 contra o Vasco. Contra o Santos, também em casa, no entanto, empate por 1 x 1.

Apesar da derrota para o Palmeiras, em São Paulo, o Paraná mostrou bom futebol e devolveria o placar em casa – Renato Pizzuto

Na penúltima rodada do turno, vitória de 1 x 0 contra o São Caetano com gol de Edmílson aos 49 do segundo tempo. Na última rodada, contra o líder São Paulo, no Morumbi, derrota por 2 x 3 em jogo duro, no qual o Paraná chegou a estar vencendo por 1 x 0 e por 2 x 1.

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Paraná fez jogo muito bons contra o São Paulo – RENATO PIZZUTTO

A derrota de 2 x 3 para o Inter, no Beira-Rio, foi um jogo atrasado, que aconteceu apenas um mês depois da 17ª rodada, por conta dos compromissos do Colorado na Copa Libertadores.

Ao fim do primeiro turno, o Paraná chegou em quarto, com 31 pontos, um a menos que o terceiro colocado Santos, três a menos que o segundo Inter e sete a menos que o líder São Paulo, clube que poderia ter alcançado após a última rodada.

Todavia, por conta do jogo atrasado contra o Inter, o Paraná virou o turno em terceiro, com esse jogo a menos.

Caio Júnior fez um grande trabalho no Paraná – EDISON VARA

O Paraná ficou marcado no primeiro turno por ter marcado sete gols após os 40 minutos de jogo e pela ótima campanha em casa, com dez jogos, seis vitórias, três empates e apenas uma derrota.

No returno, no entanto, o time começou com um tropeço sério. Contra o Juventude, perdeu por 0 x 1 em casa. Contra o Botafogo, no Rio, uma goleada de 0 x 4 dava a impressão de que o time cairia muito na tabela. Contra o Grêmio, no Sul, uma derrota por 1 x 2 foi a quarta seguida no torneio. 

A recuperação veio contra o Fluminense, em casa, na rodada seguinte, com 1 x 0, gol de Cristiano. Depois disso, derrota para o Corinthians, em São Paulo, por 0 x 1. Mas, novamente em casa, contra o Fortaleza, uma vitória de 2 x 0 colocou o Paraná nos trilhos, na quinta colocação, última da zona de classificação para a Libertadores.

Contra o Figueirense, em Florianópolis, a vitória de 1 x 0, com gol de Batista colocou com vantagem na quinta colocação. Antes do jogo contra a Ponte, o time fez o jogo atrasado contra o Inter e perdeu, permanecendo no mesmo lugar.

Contra o Inter, Paraná fez jogos lutando por vaga nas primeiras colocações – EDISON VARA

Contra a Ponte, no entanto, em casa, a vitória por 2 x 1, com gols de Batista e Eltinho fez o time abrir três pontos do sexto colocado Cruzeiro e ficar a um do quarto, Internacional.

Contra o Santa Cruz, no Recife, com dois de Cristiano, uma vitória de 3 x 1 fez o Paraná abrir cinco pontos de frente para Cruzeiro e Vasco, além de manter o time na briga para, pelo menos, o vice-campeonato nacional.

Contra o Goiás, em casa, Henrique fez o que o Paraná estava acostumado naquele torneio: uma vitória com gol no fim. Aos 42 do segundo tempo, o jogador marcou para o triunfo do Paraná por 1 x 0. 

Com isso, o Paraná passou o Santos e foi para o quarto lugar na tabela. Contudo, na rodada seguinte, novamente em casa, uma derrota de 0 x 2 para o Flamengo deixou o time ameaçado, em quinto, a apenas dois pontos do sexto Vasco. 

No clássico contra o Atlético, na 31ª rodada uma goleada por 0 x 4 poderia por tudo a perder. O Paraná caiu para sexto, ficando a um ponto do quinto Vasco. Os cariocas perderam na rodada segunda e o Paraná, jogando fora, contra o Cruzeiro, empatou em 2 x 2, com dois de Sandro. O time esteve vencendo por 1 x 0 e depois por 2 x 1, com um gol aos 42 do segundo tempo, mas sofreu do próprio castigo, tomando o empate aos 45 da segunda etapa. Mesmo assim, o time voltou ao quinto lugar, com o mesmo número de pontos que o Vasco.

Contra o Palmeiras, em casa, o Paraná deu show e devolveu o 4 x 2 do primeiro turno, novamente com dois gols de Sandro. Com isso, o Paraná abriu três pontos do Vasco e ainda ficou a dois de Santos e Grêmio, que perderam os clássicos para São Paulo e Internacional, que disparavam nos primeiros lugares.

Batista se tornou muito importante para o time do Paraná durante o Brasileiro – RENATO PIZZUTTO

Na 34ª rodada, confronto direto pela quinta vaga na Libertadores. No Rio, contra o Vasco, derrota por 1 x 3. Mesmo assim, o Paraná se manteve em quinto. Os clubes tinha o mesmo número de pontos, mas o Paraná tinha duas vitórias a mais.

Na rodada seguinte, derrota para o Santos, na Vila, por 0 x 1. Com um empate em casa com o Juventude, o Vasco abriu um ponto do Tricolor. Para piorar, o Figueirense aparecia a apenas três pontos do time de Curitiba, faltando três rodadas para o término do torneio.

Na antepenúltima rodada, contra o Internacional, em casa, vitória por 1 x 0, com gol de Leonardo. Mas o Vasco também vencia, o São Caetano, fora, por 1 x 0, mantendo a vantagem de um ponto, faltando duas rodadas.

E a penúltima rodada era contra o praticamente rebaixado São Caetano, fora de casa. E o Paraná fez 2 x 0, com um gol contra de Thiago e outro de Joelson, aos 43 do segundo tempo. Com o empate do Vasco em São Januário por 1 x 1, o Paraná abriu um ponto da equipe carioca. 

Tudo ficou para a última rodada. O Figueirense estava três pontos atrás, mas tinha três vitórias a menos e não era ameaça. O Paraná recebia em casa o já campeão São Paulo e teria que fazer, ao menos, o mesmo placar que o Vasco, que enfrentava o Figueirense fora. O Vasco ficou no 0 x 0 e o Paraná também, garantindo vaga na Copa Libertadores de 2007 e encerrando o ano com chave de ouro.

Paraná, campeão paranaense de 2006 – Émerson, João Vitor, João Paulo, Sandro, Serginho, Gustavo, Elton, Beto, Marcos Leandro e Flávio; Vandinho, Marcelinho, Leonardo, Rafael Muçamba, Edinho, Eder, Goiano e Rodrigo Alvim – Gilson Abreu
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